Viradouro: Samba de Zé Glória leva a disputa e confirma favoritismo da comunidade e de leitores do SRzd

Festa da parceria de Zé Glória. Foto: SRzd-Eliane Monteiro

Festa da parceria de Zé Glória. Foto: SRzd-Eliane Monteiro

Foi uma madrugada acirrada a final de disputa de sambas da Unidos do Viradouro, escola que em 2018 cantará o enredo “Vira a cabeça, pira o coração: loucos gênios da criação”, de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Edson Pereira. A escola recebeu a inscrição de 22 obras e apenas quatro conquistaram a vaga para a final. Dos quatro, dois deles eram, segundo informações de bastidores, os mais cotados para vencer. Levou o campeonato o samba da parceria de Zé Glória, Lucas Macedo, William Lima, Gugu Psi, Lico Monteiro, Lucas Neves e Matheus Gaúcho. A parceria de Felipe Filósofo, bicampeã com os hinos de 2016 e 2017, teve seu sonho de tri adiado.

Ouça o samba vencedor:

Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

A festa de final de disputa na Viradouro começou por volta das 22h desta sexta-feira (19) com apresentação de um grupo de samba e pagode. Em seguida, por volta de 1h da madrugada já deste sábado (20), o intérprete Zé Paulo Sierra assumiu o microfone principal para entoar sambas antigos da escola, com direito ao clássico “Dercy, o retrato de um povo” (1991), “A Viradouro canta e conta Bibi, uma homenagem ao teatro brasileiro”(2003), entre outros hinos de arrepiar componentes de coração vermelho e branco.

Zé Paulo Sierra. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Rute e Julinho. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Segmentos da agremiação também participaram, entre eles, o novo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rute e Julinho (ex-Unidos da Tijuca), a ala de passistas, baianas, acompanhados pela bateria de mestre Maurão.

Mestre Maurão com a rainha Raissa Machado, à direita. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Mestre Maurão com a rainha Raissa Machado, à direita. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Sobre a dinâmica de disputa

A disputa em si começou por volta das 2h30 da manhã. Cada grupo de compositores teve cerca de 20 minutos para se apresentar, cantando o samba uma vez sem a bateria e nove com a “Furacão Vermelho e Branco”.

Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

A parceria de PC Portugal, Renan Gêmeo, William Neves, Diego Moura, Alessandro Falcão, Marcelão SP e Marco Moreno, bastante significativa, até mesmo por reunir nomes igualmente campeões em Carnavais passados e ainda por ter PC como presidente da ala de compositores, realizou uma boa apresentação sendo a primeira da madrugada. Com uma torcida grande, teve sua música cantada pelos intérpretes Pitty e Niu Souza.

PC Portugal e cia. Foto: SRzd
Pc Portugal e cia. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Pc Portugal e cia. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Segunda a se apresentar, a obra de Zé Glória, a campeã, foi visivelmente a que mais contagiou: o time de cantores em harmonia, a bateria encaixando perfeitamente e a animação da torcida deram o tom. Teve como intérpretes Matheus Gaúcho, Lico Monteiro e Thiago Chafin.

Zé Glória e cia. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Zé Glória e cia. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Zé Glória e cia. Foto: SRzd-Eliane PinheiroZé Glória e cia. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Paulo César Feital, Dadinho, André Freitas, Maria Preta, Sérgio Pavão, Leco Estrada e Augusto Sacolão, outro time forte, também deu o recado e mostrou a força da poesia presente na letra da música na terceira apresentação. Teve como intérprete Wantuir. A empreitada, porém, parece não ter empolgado tanto quem estava na quadra.

Quem encerrou as apresentações foi Felipe Filósofo e seus amigos compositores Fabio Borges, Claudio Russo, Manolo, Anderson Lemos, Bertolo e Júlio Alves, atuais bicampeões. Vestido à caráter, Filósofo abusou do figurino, o “Chapeleiro Maluco”, em alusão ao personagem de “Alice no País das Maravilhas”. Com torcida grande, o samba teve Tinga como intérprete principal e o ponto alto foi o “Pirou, pirou!” do refrão.

Felipe Filósofo. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Parceria de Filósofo. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Parceria de Filósofo. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Resultado sai por volta das 5h20 da manhã

As apresentações foram encerradas por volta das 4h30. Depois de um intervalo de 50 minutos, as parcerias finalistas subiram ao palco. O presidente Marcelo Calil fez um pequeno discurso e agradeceu compositores que participaram do concurso e acrescentou:

“Qualquer uma das quatro parcerias representaria muito bem a Viradouro. Mas a partir de agora, não existe mais parceria. Todos abraçarão o hino de 2018 da escola”, conclamou.

Foi do intérprete oficial Zé Paulo Sierra a missão de entoar qual hino a Viradouro cantaria ano que vem. A decisão aconteceu em reunião com principais segmentos e diretores, em sala fechada, junto com o presidente da escola.

‘Trago para a escola um novo projeto’, diz presidente

Presidente em entrevista ao SRzd. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro
Presidente em entrevista ao SRzd. Foto: SRzd-Eliane Pinheiro

Antes da disputa começar, o SRzd Carnaval conversou com o novo presidente, Marcelo Calil Filho. Bastante determinado em buscar parcerias para a Viradouro, o dirigente foi enfático ao afirmar o que pretende para seus próximos anos de gestão do Carnaval da vermelha e branca:

“Trago um novo projeto de Carnaval para a Viradouro. Reforçamos o time e os segmentos, trazendo nomes fortes para a escola. Estamos, também, saneando as finanças, mas posso afirmar, por exemplo, que estamos no caminho certo para o desfile de 2018: nosso projeto está pronto e o barracão já tem alegorias saindo do ferro e indo para o acabamento em madeira”.

Perguntado sobre a safra de sambas deste ano, que teve 22 inscritos, ele destacou: “O número de sambas inscritos já diz, por si só, a importância que a Viradouro tem no Carnaval do Rio e para a comunidade de Niterói. Quanto aos finalistas, foram quatro obras de excelente qualidade e à altura do enredo que pretendemos mostrar na Marquês de Sapucaí”.

– Clique e ouça a entrevista completa com o presidente

‘Teremos um bom samba, boa plástica e carros enormes’, conta carnavalesco

Edson Pereira e Márcio Moura. Foto: SRzd
Edson Pereira e Márcio Moura. Foto: SRzd

O carnavalesco Edson Pereira, que por alguns anos somou esforços para que a Unidos de Padre Miguel conquistasse várias notas altas, inclusive bicampeonatos, veio para a Viradouro com o objetivo de implantar um mesmo perfil: imponência. Em entrevista ao SRzd Carnaval, ele revelou alguns detalhes do desfile e avisou: “A Viradouro virá gigante, com alegorias enormes e uma bela homenagem aos loucos da criação”, brincou.

Quanto ao samba, ele revelou ter um preferido, mas claro, preservando a ética, não disse qual. “Os quatro sambas estavam em um mesmo nível. Não vieram para a final à toa”, complementou.

O coreógrafo Márcio Moura, ex-Estácio de Sá e que durante entrevista ao SRzd revelou ser torcedor da Viradouro, falou sobre o quesito que defende: comissão de frente. Abordou as novas regras definidas pela Lierj, liga que rege os desfiles na Série A, inclusive sobre a proibição de tripés, analisou sua parceria com Edson Pereira e festejou sua vinda para a vermelha e branca.

– Clique e ouça a entrevista completa com o carnavalesco, com a participação do coreógrafo Márcio Moura

Em 2018, a Viradouro será a terceira escola a desfilar no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, pela Série A do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí.

Veja fotos:

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