Tempo de vencer? Dragões da Real mostra seu enredo para 2019

Quadra da Dragões da Real. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

O oitavo enredo do Grupo Especial do Carnaval paulistano 2019 foi conhecido no início da noite deste sábado (19).

Foi a vez de uma das “novas” potências carnavalescas da cidade mostrar ao seu povo e ao público o projeto para a disputa na pista do Anhembi no próximo ano.

+ Galeria de fotos do lançamento de enredo na Dragões da Real 

+ Veja a logomarca oficial do enredo

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+ Mauro Quintaes projeta desfile sobre o tempo

+ Tudo no seu tempo: presidente da Dragões reflete sobre o atual momento da escola

Antes do momento alto da festa, feijoada, com ingressos esgotados antecipadamente, show do grupo “Fundo de Quintal”, terreiro lotado e um cronômetro especialmente montado para contar os minutos antes do anúncio.

“A invenção do tempo. Uma odisseia em 65 minutos”, é o título do tema revelado em vídeo reproduzido em um telão no palco da “Caverna do Dragão”, cercado de luzes e efeitos de som, por volta das 19h30 e para explosão dos sambistas presentes na sede da agremiação.

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A chegada de Mauro Quintaes

Mauro Quintaes é o novo carnavalesco da Dragões da Real.

Em 2018 ele assinou o desfile da Unidos do Peruche, e amargou o rebaixamento para o Grupo de Acesso 1 ao homenagear o cantor e compositor Martinho da Vila.

Numa primeira avaliação de seu desempenho, sobretudo nos quesitos diretamente ligados ao seu trabalho, os resultados podem assustar. Tanto em enredo, quanto em alegoria e fantasia, os descontos impostos ao Carnaval perucheano foram consideráveis, tendo inclusive nestes dois últimos itens, deixando a Peruche como a mais penalizada do Especial.

Mas, ao conhecer as justificativas dos jurados, fica bastante evidente que os problemas identificados pelos jurados, possuem ligação com erros relacionados ao acabamento visual e montagem do conjunto, o que efetivamente relativiza, em parte, a responsabilidade direta do carnavalesco, uma vez que o sucesso da finalização de todo um trabalho, depende de outros profissionais e de uma série de circunstâncias.

Mauro Quintaes. Foto: SRzd

Ao longo de mais de trinta anos de carreira, Quintaes registra passagens pela Unidos de Vila Isabel, Unidos do Viradouro, União da Ilha do Governador, Imperatriz Leopoldinense, Caprichosos de Pilares, Unidos do Porto da Pedra, Leão de Nova Iguaçu, Mocidade Independente de Padre Miguel, Acadêmicos do Salgueiro, Império Serrano, São Clemente, Unidos da Tijuca e Estação Primeira de Mangueira. Em São Paulo, atuou também por Tom Maior e Gaviões da Fiel.

E assim como a nova agremiação, nunca experimentou o doce gosto de um campeonato na divisão principal. Sua chegada pode representar a força do encontro pessoal, com a escola, sedentos por essa conquista.

Quintaes assume a função após a dissolução da comissão de Carnaval tricolor, desfeita com as saídas de Dione Leite e Márcio Gonçalves. Aspecto que não significa, necessariamente, uma ruptura estética, uma vez que ele tem como principal característica o preciso acabamento e a uniformidade visual, sobretudo nas alegorias, estilo semelhante ao que a Dragões tem mostrado em sua trajetória nos concursos.

Além disso, a contratação de Mauro Quintaes representa uma mudança de diretriz por parte da diretoria comandada por Renato Rodrigues, o presidente Tomate. Desde 2014, quando teve a genialidade solo de Rosa Magalhães, vinha apostando na concepção coletiva de seus espetáculos através de comissões de Carnaval.

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A busca pelo primeiro lugar

As duas últimas décadas revelaram uma nova força no Carnaval paulistano.

Em 2001, a Dragões da Real, recém-fundada, integrava o Grupo 4 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, primeiro degrau na hierarquia dos concursos na cidade. E foi subindo, rapidamente, até chegar ao seleto grupo principal, onde já foi vice-campeã.

Planejou-se para as disputas e, há alguns anos, não fica de fora de qualquer lista de favoritas.

Mas os bons resultados colhidos, não são frutos apenas daquilo que ela mostra na Avenida. Planejou-se, consolidando um projeto de longo prazo. Projeto que arregimenta pessoas, entendendo o Carnaval em toda a sua amplitude e contexto atual, destacadamente, as diretrizes vindas do regulamento.

Com uma gestão elogiada e reconhecida por boa parte dos sambistas, segue sonhando com o inédito campeonato.

Desde que ascendeu ao Grupo Especial, no ano de 2012, registra uma performance irretocável. Dos sete desfiles na elite, por cinco vezes, esteve entre as campeãs.

Em 2018, apenas um décimo separou a agremiação das quatro primeiras colocadas, iguais em número de pontos e separadas apenas pelos critérios de desempate. E foi no quesito alegoria, justamente um dos pontos mais fortes da Dragões, que o sonho de levar a taça acabou. Duas notas 9,9 lhe custaram o desconto de um décimo.

Nos demais oito quesitos, somou todos os trinta pontos, avaliação que deixa evidente seu protagonismo na última disputa, algo que poderia ser contestado devido ao quinto lugar. Relembre a performance da escola nos anos anteriores:

Pequenos ajustes no time tricolor

Além da mexida mais significativa, a chegada de Mauro Quintaes, o retorno do coreógrafo Anderson Rodrigues foi a outra ação mais destacada da diretoria na montagem de seu elenco. Rodrigues veio para o lugar de Roberta Melo, mesmo após a conquista dos quarenta pontos em comissão de frente no ano de 2018.

No mais, foram confirmadas, logo no pós-Carnaval, as permanências do intérprete oficial Rene Sobral, de mestre Tornado, do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Rubens e Evelyn, e do diretor Rogério Felix.

A Dragões da Real ficou entre as campeãs da cidade neste ano ano ao apresentar na Avenida o enredo; “Minha música, minha raiz! Abram a porteira para essa gente caipira e feliz”. 

+ Relembre o desfile da Dragões da Real

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