Caipira, feliz e cheia de técnica, Dragões da Real volta a lutar pelo título

Desfile 2018 da Dragões da Real. Foto: SRzd – Wadson Ferreira

Uma das favoritas.

Sob essa expectativa a Dragões da Real entrou na passarela do samba na madrugada deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi, quando foi a sexta escola a desfilar pelo Grupo Especial paulistano.

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As duas últimas décadas revelaram uma nova força no Carnaval paulistano.

Em 2001, a Dragões da Real, recém-fundada, integrava o Grupo 4 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, primeiro degrau na hierarquia dos concursos na cidade.

E foi subindo, rapidamente, até chegar ao seleto grupo principal, onde é a atual vice-campeã.

“Engasgada” com a perda do campeonato de 2017, na última nota, do último quesito, veio feliz para buscar a inédita e sonhada taça.

Poucas novidades.

Afinal, em time que está ganhando, não se mexe.

Uma das mudanças no elenco tricolor, veio na comissão de frente, coreografada por Roberta Melo.

Cheia de elementos visuais, encenações, grandes nomes da música caipira caracterizados com perfeição e a presença do cantor Sério Reis, no alto do tripé, foram destaques.

1987. Esse foi o ano em que Rubens de Castro começou sua jornada como mestre-sala, na tradicional Unidos do Peruche, ao lado de Zélia de Oliveira. Ele vem, desde então, desenvolvendo um trabalho de fôlego na dança, acrescentando em seu currículo passagens por importantes escolas de samba da cidade, conduzindo grandes damas.

Há onze anos é o primeiro da Dragões. Seu par, a jovem Evelyn Silva, de 20 anos. Foi o segundo ano de parceria. Ela assumiu o posto com a incumbência de manter o alto nível das notas da agremiação no quesito, e assim o fez com arrojo e graciosidade em 2017. Sob a orientação do mestre, está se destacando e acendendo uma chama que poderá iluminar por muitos anos seu caminhar na arte. Na estreia da dupla, três notas máximas e um 9,8.

Nesta madrugada, mostraram ainda mais cumplicidade na performance, trajando lindas fantasias, em amarelo e preto, cumprindo com brilhantismo a tarefa de grande responsabilidade, vindo logo no primeiro setor do desfile.

Novamente a Dragões da Real investiu numa comissão de Carnaval para a execução de seu desfile.

Dione Leite, Márcio Gonçalves e Rogério Félix, formaram o trio deste ano. O precioso acabamento de alegorias e figurinos foi novamente marca do trabalho. De acordo com o tema, conceberam e executaram os elementos visuais contando detalhadamente a história proposta, usando materiais absolutamente adequados.

O mestre de bateria tricolor, Tornado, veio para a pista num ano especial.

Ano de reverter os cinco décimos perdidos no quesito em 2017, novamente, contando com o reinado exuberante de Simone Sampaio.

Feliz, Tornado colocou a rapaziada para tocar com vontade e arriscar breques desde o início da apresentação, priorizando a sustentação do ritmo.

Desde que ascendeu ao Grupo Especial, no ano de 2012, a Dragões registra uma performance irretocável.

Dos seis desfiles na elite, por quatro vezes, esteve entre as campeãs.

Mas se o desempenho geral é notável, principalmente pela jovem trajetória, o quesito samba-enredo tem destoado dos demais. Na metade destas participações, décimos preciosos foram perdidos neste item. Trunfo para virar essa estatística, veio na voz do responsável pelo interpretar a obra dos compositores Armênio Poesia, Xandinho Nocera, Léo do Cavaco, Ronaldo Maransaldi, Renne Campos, Paulo Senna, Alemão do Pandeiro, Fabio Brazza, CG e Wagner Rodrigues.

Rene Sobral.

Considerado pelos sambistas como um dos melhores do segmento, Sobral traz no currículo, atuações por Barroca Zona Sul, Mocidade Alegre, Vai-Vai e Tom Maior, além de gravações para obras concorrentes e participações em concursos de samba-enredo. O encontro dele com a Dragões, foi perfeito.

Porém, diferente do que aconteceu em 2017, desta vez a escola não conseguiu estabelecer grande comunicação com o público, que ainda comparecia em grande número nas dependências do Anhembi.

Sem errar, evoluiu, dentro do modelo bem regrado atual que o concurso impõe, até adiantada em relação ao tempo, chegando com muita sobra ao final da pista.

De olho no relógio!

A Dragões da Real encerrou seu desfile com 1h01

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Dragões da Real, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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