Parceria conquista o ‘penta’ na Mocidade Alegre com samba em homenagem a Alcione

Rodrigo e Rodolfo Minuetto. Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

No próximo dia 24 de setembro, a Mocidade Alegre completa cinquenta anos de história.

O “Jubileu de Ouro”, momento marcante na trajetória de qualquer entidade, foi cantando no desfile de 2017.

O trio de marcas importantes da escola do bairro do Limão, formado pelo enredo cinquentenário e pela data comemorativa, se completa com a homenagem para um dos maiores nomes da música popular brasileira e do samba nacional.

Inspirada na história da cantora Alcione, a “Morada do Samba” leva para o sambódromo do Anhembi no próximo ano o enredo: “A voz marrom que não deixa o samba morrer”.

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E na noite deste domingo (17) a história da artista que será contada na Avenida ganhou sua música, quando a obra assinada pelos compositores Biro Biro, Gui Cruz, Imperial, Luciano Rosa, Portuga, Rafael Falanga, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel, foi escolhida, entre quatro concorrentes, como a campeã das eliminatórias desta temporada.

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O resultado marca a quinta vitória em seis concursos na verde, vermelha e branca, sendo a terceira de forma consecutiva.

“Foi unanimidade entre a comissão julgadora. E em um levantamento interno com 17o pessoas de nossos departamentos, 153 votos foram para este samba”, disse a presidente Solange Cruz, minutos antes de anunciar o resultado.

A despedida do samba que embalou o último desfile, um vídeo com uma mensagem de Alcione e a tradicional menção honrosa para seo Beto, presidente de honra da ala de compositores,  antecederam a divulgação do samba campeão, aclamado pela ampla maioria dos presentes.

Já nos primeiros minutos da segunda-feira (18), a bateria foi para as ruas com a comunidade para festejar a trilha-sonora oficial de mais um sonho na conquista do título.

+ Compositores campeões em entrevista: “O segredo é fazer samba bom”

Domingo nobre para o samba nacional

Depois do memorável evento de lançamento do enredo, realizado em 17 de junho, a “Morada do Samba” voltou a viver um momento especial.

Com a presença de sua comunidade, simpatizantes e componentes de agremiações coirmãs, o terreiro da Mocidade Alegre foi palco de mais uma etapa importante na preparação de um novo desfile de Carnaval. Especial por não se tratar apenas de outro desfile, mas sim, pela relevância da homenageada no que se refere a sua contribuição musical, artística e cultural para o país. Ao final da tarde, as portas da sede social começaram a receber o público, ansioso pelo desfecho do concurso.

Mesmo com formato contestado, Mocidade apostou em eliminatória aberta

Em tempos onde os processo de escolha dos sambas de enredo tornam-se cada vez mais polêmicos e dividem opiniões de dirigentes, sambistas e compositores, a Mocidade optou em manter o formato adotado nos últimos anos, a eliminatória aberta. Essa opção de “resistência”, foi tema de entrevista da presidente Solange Cruz ao SRzd:

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Foram treze obras inscritas, divididas em duas chaves. Após duas rodadas de disputa com os integrantes de cada grupo, a fase semifinal, até a etapa decisiva com quatro concorrentes.

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Compositor campeão destaca honestidade da diretoria

Vitor Gabriel, integrante da parceria campeã, destacou em entrevista ao SRzd na última quinta-feira (14), a qualidade dos concorrentes, o nível elevado da disputa e a honestidade da diretoria da escola na condução do concurso.

“A Mocidade Alegre tem um eliminatória bastante competitiva em vários aspectos. Os compositores confiam na honestidade da diretoria. Tenho certeza que a comunidade tem um peso importante na decisão do samba campeão”, afirmou.

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Expectativa aliada a momentos especiais

Enquanto os compositores e o público aguardavam o início da final, três momentos especiais marcaram a festa. O primeiro deles, foi a apresentação do pavilhão de enredo, ostentado pelo casal Suelen e Diego no palco.

Em seguida, a presidente Solange Cruz fez um discurso onde, além de agradecimentos, pontuou que integrantes dos quatro times finalistas já ganharam concursos na escola. Para finalizar esta parte, um vídeo motivacional foi exibido para a comunidade em um telão.

Antes disso, uma roda de samba com os “Poetas da Morada”, o esquenta da bateria “Ritmo Puro” e hinos de Carnavais marcantes foram atrativos para o público.

As apresentações

Cada parceria apresentou sua obra em oito passagens sendo duas apenas com a marcação, duas acompanhadas pela bateria, duas com o canto do público e outras duas, novamente, ao som do ritmo.

Por volta de 21h20 os compositores Turko, Maradona, Diego Nicolau, Gustavinho Oliveira, Marcelo Nunes, Evandro Malandro, Dr. Eduardo e Tinga, do samba 12, abriram a disputa.

No microfone, o intérprete Vitor Cunha foi a voz que conduziu a obra, preferida dos leitores do SRzd em enquete realizada na semana que antecedeu a final. Balões nas cores verde e rosa e um grande bandeirão deram um colorido especial à apresentação. Clique aqui para ouvir.

O samba 7, formado por Rapha SP, Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Guiga Macedo, JC Castilho, Leandro Flecha, Salgado Boldrini e Vaguinho, foi o segundo a se apresentar, protagonizando um momento um pouco incomum para a maioria das finais de samba-enredo: a ausência de torcida.

Rapha SP conduziu a apresentação, que teve o refrão do meio como destaque em todas as passagens. Clique aqui para ouvir.

Terceiro da noite a se apresentar, e que mais tarde seria anunciado como campeão, o samba 10 contou com uma grande e motivada torcida. Foi um show de efeitos especiais e adereços.

Igor Sorriso e Carlos Junior comandaram o palco que contou com os irmãos Rodrigo e Rodolfo Minuetto caracterizados como Alcione.

Durante todas as passagens, os torcedores mostraram que estavam com a letra na ponta da língua. Além dos compositores, muitos foliões não conseguiram esconder a emoção. A adesão do público foi maior na comparação aos concorrentes. Clique aqui para ouvir.

O encerramento da disputa ficou por conta do samba 1, de autoria de Igor Leal, Lequinho da Mangueira, Júnior Fionda, Wagner Santos, China, Magrão, Adauto e Edson Daffet. O destaque veio na voz do intérprete Leo Nunes, da São Clemente, defendendo a obra e esbanjando categoria.  Clique aqui para ouvir o samba.

Os gêmeos

“Chama-se gêmeos dois ou mais irmãos que nascem de uma mesma gestação da mãe, podendo ser idênticos ou não”, define o dicionário.

“Gêmeos é o terceiro signo astrológico do zodíaco, situado entre Touro e Câncer, e associado à constelação de Gemini. Seu símbolo são os irmãos gêmeos. Forma com Libra e Aquário a triplicidade dos signos do ar. É também um dos quatro signos mutáveis, juntamente com Virgem, Sagitário e Peixes. Com pequenas variações nas datas, dependendo do ano, os geminianos são as pessoas nascidas entre 21 de maio e 21 de junho”, estabelece a astrologia.

Estamos falando dos irmãos Minuetto, Rodrigo e Rodolfo, a dupla de gêmeos que se consagrou entre os compositores mais vitoriosos do Carnaval de São Paulo e da Mocidade Alegre.

A conquista desta noite é a quinta, em seis disputas onde eles participaram, na escola do Limão. Venceram nos anos de 2012, 2013, 2016, 2017 e, agora, em 2018.

Veja no gráfico as notas atribuídas pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba no quesito samba-enredo para a Mocidade, num recorte desde a primeira conquista em que a dupla esteve envolvida:

A estrela desse Carnaval

Batizada Alcione Dias Nazareth, a “Marrom”, como ficou popularmente conhecida, completa 70 anos em novembro.

Nasceu em São Luís, capital do estado do Maranhão, e teve seu nome inspirado na personagem protagonista do livro espírita “Renúncia”, psicografado pelo médium Chico Xavier.

Em cinquenta e sete anos de carreira, iniciada em sua terra natal, consolidou-se como uma das principais vozes femininas da música popular brasileira. De estilo inconfundível, consagrou, com um timbre de voz único, clássicos dos mais renomados compositores do país.

Identificada como sambista, também trouxe em seus discos o forró, a música regional e canções românticas que permeiam o repertório de diversas gerações.

Figura emblemática da Estação Primeira de Mangueira, já foi homenageada pela Unidos da Ponte, em 1994. “Marrom da cor do samba”, foi o tema do desfile que deixou a coirmã carioca com o décimo quinto lugar naquela oportunidade.

Ausente na decisão de samba-enredo, Alcione conversou com a reportagem do portal SRzd durante a festa de lançamento do enredo. Assista à entrevista concedida por ela naquela oportunidade:

Veja a logomarca do enredo 2018 da Mocidade Alegre

Ordem de desfile em 2018
Terceira escola do sábado, 10 de fevereiro

Enredo
“A voz marrom que não deixa o samba morrer”
(sinopse não divulgada)

Presidente
Solange Cruz Bichara Rezende

Comissão de Carnaval
Paulo Brasil, Carlinhos Lopes e Neide Lopes

Intérprete oficial
Tiganá

Mestre de bateria
Sombra

Rainha da bateria
Aline Oliveira

Primeiro casal de MSPB
Emerson Ramires e Karina Zamparolli

Coreógrafo da comissão de frente
Jhean Alex

*Vencedor do Prêmio SRzd Carnaval SP 2017 na categoria

Confira no gráfico abaixo o desempenho da Mocidade Alegre nos últimos dez Carnavais