Desabafo: Richarlyson quebra tabu no futebol e revela ser bissexual

O ex-jogador Richarlyson abriu o jogo sobre sua sexualidade ao afirmar que já se relacionou com homens e mulheres e relatar como enfrentou especulações em torno de sua vida pessoal.

As declarações foram dadas em sua participação no podcast “Nos Armários dos Vestiários”, da Globo, emissora em que ele atua como comentarista de futebol.

“A vida inteira me perguntaram se sou gay. Eu já me relacionei com homem e já me relacionei com mulher também. Só que aí eu falo hoje aqui e daqui a pouco estará estampada a notícia: ‘Richarlyson é bissexual’. E o meme já vem pronto. Dirão: ‘Nossa, mas jura? Eu nem imaginava’. Cara, eu sou normal, eu tenho vontades e desejos. Já namorei homem, já namorei mulher, mas e aí? Vai fazer o quê? Nada”, disse ele na entrevista.

A iniciativa de Richarlyson ao falar abertamente sobre este tema pode ser o início de uma quebra de tabu no futebol. As insinuações em torno de sua sexualidade surgiram em 2007, quando José Cyrillo Júnior, ex-dirigente do Palmeiras, insinuou em uma entrevista que o atleta, que na época atuava pelo São Paulo, seria gay. Em vários momentos de sua carreira, Richarlyson teve que lidar com cantos homofóbicos de torcidas, pixações e ameaças.

Sobre boatos de que existem muitos jogadores da atualidade que se relacionam com homens ou transexuais no sigilo, mas publicamente não admitem, o ex-jogador que já defendeu a Seleção Brasileira, se posicionou.

“Eu seria hipócrita de falar que não existem. Existem, sim. E ele (jogador) falar que é, a porta vai fechar absurdamente. Vai fechar mesmo, porque ainda existe esse lado, que eu acho tão pobre nos clubes, de estarem nas mãos das torcidas organizadas, que são quase sempre quem comandam nessa questão da homofobia”, comentou.

Por fim, Richarlyson deixou claro que o fato de ser homossexual nunca atrapalhou sua vida e que este assunto não deveria ser tão polêmico como é.

“Ser homossexual não é demérito para ninguém, e no futebol não deveria ser um assunto tão polêmico. Nunca deixei que isso atrapalhasse o que eu quero para minha vida, não vai ser uma frase, uma palavra, uma discussão ou um cara babaca que tentou de forma vulgar maltratar uma classe… Pelo amor de Deus, quanto sofrimento tem na classe LGBTQIA+?”, desabafou.

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