Papa defende vacina, critica ‘cancelamento’ e pede ‘liberdade de expressão’

Papa Francisco. Foto: Reprodução/Youtube/Vatican News

Papa Francisco. Foto: Reprodução/Youtube/Vatican News

O Papa Francisco pediu nesta segunda-feira (10) à comunidade internacional para “continuar os esforços” para vacinar a população e combater a desinformação sobre a Covid-19.

“É importante que os esforços continuem para imunizar a população o máximo possível”, disse o líder da Igreja Católica de 85 anos, que se pronunciou várias vezes a favor das campanhas de imunização e voltou a pedir “que as regras dos monopólios não constituam mais obstáculos à produção e a um acesso organizado e coerente aos tratamentos a nível mundial”.

Cultura do cancelamento

O religioso criticou também, durante discurso feito a embaixadores na Santa Sé, a chamada “cultura do cancelamento”, que segundo o pontífice cria um “perigoso pensamento unilateral”.

“O déficit de eficácia de muitas organizações internacionais também se deve às diversas visões entre seus membros sobre os objetivos que elas deveriam buscar. Não raro, o centro de interesse se deslocou para assuntos de natureza divisiva e não estritamente ligados à finalidade da organização, com agendas cada vez mais ditadas por um pensamento que renega os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos”, disse Jorge Bergoglio.

Segundo Francisco, isso é uma forma de “colonização ideológica que não deixa espaço para a liberdade de expressão e que hoje assume cada vez mais a forma da ‘cultura do cancelamento’, que invade muitos âmbitos e instituições públicas”.

“Em nome da proteção da diversidade, acaba-se por anular qualquer sentido de identidade, com o risco de calar as posições que defendem uma ideia respeitosa e equilibrada. Vai surgindo um pensamento único, perigoso, forçado a renegar a história ou, pior ainda, a reescrevê-la com base em categorias contemporâneas”, acrescentou.

“As agendas são cada vez mais ditadas por uma mentalidade que rejeita os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos”, disse o Papa.

Armas nucleares

O Papa também manifestou hoje sua “preocupação” com a produção de armas nucleares e reiterou que sua posse é “imoral”, após pedir a retomada das negociações sobre este assunto com o Irã.

“Entre as armas que a humanidade produziu, as nucleares são motivo de preocupação especial”, afirmou o papa.

As declarações foram dadas em um discurso para embaixadores estrangeiros no Vaticano, durante o qual o líder da Igreja Católica também alertou para os perigos do “pensamento único”.

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