Nova direita monta ofensiva contra ação do Facebook no combate a notícias falsas

Fake News/Urna Eletrônica. Foto: Reprodução

Fake News/Urna Eletrônica. Foto: Reprodução

Movimentos da nova direita que ganharam protagonismo político nos protestos anti-PT em 2015 e 2016 têm agora um novo antagonista: as agências de checagem de informação parceiras do Facebook para identificar fake news.

Desde segunda-feira (14), as agências “Lupa” e” Aos Fatos” têm acesso a dados do Facebook relacionados a conteúdo potencialmente falso que está viralizando na plataforma, usada por 102 milhões de pessoas do país.

Após a checagem destas agências, postagens classificadas como “fake news” terão seu alcance orgânico severamente reduzido e não poderão ser impulsionadas por meio de pagamento ao Facebook. Na prática, tais conteúdos chegarão a um número menor de pessoas. Quem quiser compartilhá-los receberá um alerta de que a veracidade foi questionada.

Segundo o site BuzzFeed, grupos como o “Nas Ruas”, “Revoltados Online”, “MBL” e “Expoentes da Direita” nas redes sociais, como Rodrigo Constantino e Joice Hasselmann, entre outros, consideram que o programa de verificação de informações embute, na verdade, uma tentativa de censura do Facebook à manifestação de ideias de direita em pleno ano eleitoral.

Acusados de espalhar notícias falsas sobre adversários políticos, esses grupos produziram um catatau de 300 páginas em que afirmam ter “checado os checadores”, com base em postagens de jornalistas das agências de checagem em seus perfis pessoais em redes sociais.

Com base em postagens e até em retuítes de suas contas pessoais, os jornalistas são classificados como “esquerda”, “extrema esquerda” ou — quando não é encontrado nenhum indicativo de preferência ideológica — “indefinidos”. Além de “Aos Fatos e Lupa”, também são listados profissionais que trabalham para a Agência Pública.

De acordo com a publicação, o dossiê não chega a cravar que eles são filiados a partidos políticos. A tática de expor perfis pessoais dos jornalistas foi classificada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) de ataque virtual.

O Facebook afirmou que o objetivo da nova ferramenta de checagem não passa por critérios ideológicos e que se limita a verificar quando fatos estão incorretos, ressaltando que o combate a notícias falsas atinge todos os partidos.

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