‘Facebook tem problema com pessoas negras’, diz ex-funcionário da empresa

Mark S. Luckie. Foto: Reprodução

Mark S. Luckie. Foto: Reprodução

Na última terça-feira (27), um ex-funcionário do Facebook publicou uma nota na rede social de Mark Zuckerberg para denunciar situações de racismo na empresa. Mark S Luckie, ex-gerente de parcerias da companhia, destaca que “discriminação racial no Facebook é real”.

De acordo com Luckie, o memorando que ele tornou público recentemente foi enviado para todos os funcionários do Facebook no dia 8 de novembro — pouco antes de sua demissão.

Ele inicia seu texto com a frase “Facebook tem problema com pessoas negras”. Em seguida, o ex-gerente lista diversas situações de discriminação que a comunidade negra enfrenta na empresa. Uma delas, foi no âmbito de usuários da rede social.

Luckie destaca que afro-americanos tendem a usar mais o Facebook do que outros grupos étnicos nos Estados Unidos. No entanto, eles são o grupo de usuários que mais têm problemas na rede social. Segundo a publicação, pessoas negras tendem a ter mais postagens e perfis apagados do que pessoas brancas. Apesar de não haver um estudo oficial sobre o assunto, ele afirma que o Facebook não tenta desmentir esses rumores.

Além da exclusão do conteúdo de pessoas negras, Luckie afirma que o Facebook não estimula o aumento do alcance de minorias. Por mostrar publicações de acordo com um algorismo, a rede social acaba dando mais audiência a grupos que já possuem grandes alcances. A atitude prejudica minorias que tentam crescer e ocupar espaços.

Funcionários negros

Após mencionar a relação da empresa com usuários negros, Mark S. Luckie destaca como é trabalhar no Facebook sendo negro. Ele afirma que afroamericanos frequentemente são perguntados sobre “o que é racismo”, ou “o que pessoas negras pensam sobre…”, ou “esse gráfico é culturalmente apropriado?”. Apesar de achar esses questionamentos importantes, Luckie enfatiza que esse tipo de contato não é sustentável.

Para o ex-funcionário da companhia, se a empresa tem maior alcance entre “pessoas de cor”, mais “pessoas de cores” deveriam ser contratadas para funções que afetam diretamente os usuários.

Luckie também afirma que “a inclusão deveria ser um esforço de equipe. E não apenas para contratar mais pessoas para focar em diversidade”. Ele aponta que o Facebook parece contratar pessoas negras apenas para atingir uma meta de diversidade, mas que o racismo persiste dentro da empresa.

Em um relato pessoal, o ex-funcionário afirma que colegas já esconderam carteiras ao passarem por ele. “Sentir-se como esquisito no seu próprio local de trabalho por causa da cor de sua pele, enquanto passo por pôsteres que dizem para eu ser autêntico, parece bastante inautêntico”, concluiu.

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