Em clima de incerteza, argentinos vão às urnas para eleger presidente

Jorge Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich. Crédito: Reprodução de vídeo

Os argentinos vão às urnas para eleger novas lideranças neste domingo (22), quando o país deve escolher o novo presidente, senadores, deputados e autoridades locais, em algumas províncias. As eleições gerais ocorrem em clima de incerteza, com uma grave crise econômica. Cerca de 35,3 milhões estão aptos a votar.

Cidadãos que tem entre 18 e 70 anos são obrigados a comparecer nas sessões, embora a multa prevista para quem não cumprir a obrigação seja baixa. Já para quem tem entre 16 e 18 anos de idade e aqueles acima dos 70 anos, o voto é opcional. Em agosto, nas eleições primárias realizadas para a escolha dos candidatos da corrida presidencial, a abstenção bateu recorde e ficou em 30,4%.

Para sair vencedor já no primeiro turno neste domingo, algum dos candidatos à Presidência precisa receber 45% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos, ou 40% desses votos e registrar uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Do contrário, é convocado um segundo turno com os dois primeiros. Essa segunda rodada, caso ocorra, está marcada para 19 de novembro.

Candidatos

Durante a campanha presidencial três candidatos dominaram o cenário. O economista Jorge Milei, da coalizão conservadora La Libertad Avanza, lidera a maioria das pesquisas com pouco mais de 30% das intenções de voto, em geral.

Milei se autodenomina “anarcocapitalista” e costuma se expressar com bastante estridência e se coloca como representante de um liberalismo extremo. Ele passou a ganhar notoriedade ao começar a dar uma série de entrevistas polêmicas e se elegeu deputado em 2021, após ter anunciado que concorreria à Presidência em 2023.

Logo atrás nas pesquisas, e com 28% nas eleições primárias, está o atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria. Político experiente, advogado, conquistou as primárias de seu partido depois da terceira tentativa.

Massa já foi presidente da Câmara dos Deputados e não ficou identificado, curiosamente, como o responsável pela atual crise no país, apesar de ter assumido a Economia há um ano, já diante de um descontrole cambial.

A candidata Patricia Bullrich, integra o lado conservador. Ela é da coalizão Juntos pela Mudança e foi ministra da Segurança do governo Macri (2015-2019). A jornalista e cientista política é natural de Buenos Aires e sua família tem ligações centenárias no comércio de gado.

Bullrich tem envolvimento com a política desde a adolescência e se apresenta como uma liberal linha dura. Tem a palavra “ordem” como lema, tendo sido convertida após um passado ligado à Juventude Peronista.

Parlamento e províncias

Metade da Câmara dos Deputados, ou o equivalente a 130 cadeiras, também será renovada nas eleições gerais deste domingo. Já no Senado serão escolhidos 24 senadores, um terço do total.

Em relação às províncias, quatro terão eleições simultâneas para os executivos locais. São elas: Buenos Aires, Catamarca, Santa Cruz e Entre Ríos. A Ciudad Autónoma de Buenos Aires também escolherá seus novos governantes.

Outras 17 províncias já realizaram eleições neste ano, e duas delas, Santiago Del Estero e Corrientes, elegeram suas autoridades em 2021.

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