Caso Fifa: Advogado suspeito de receber propina se mata

Jorge Delhon. Foto: Reprodução

Jorge Delhon. Foto: Reprodução

O advogado argentino Jorge Delhon, de 52 anos, se suicidou nesta terça-feira (14), em Lanus. Ele era suspeito de receber propina em esquema de corrupção no escândalo da Fifa.

Delhon foi citado na delação de Alejandro Burzaco, ex-diretor-executivo da empresa argentina de marketing Torneos y Competencias. Burzaco fechou um acordo de colaboração com a Justiça americana, tendo pago uma multa de US$ 112 milhões. Durante interrogatório na Corte do Brooklyn, em Nova York, nesta terça, o delator citou as emissoras Globo (Brasil), Fox Sports (EUA), Grupo Televisa (México) e Media Pro (Espanha) e duas empresas de intermediação, a brasileira Traffic e a argentina Full Play, como pagadoras de propina a dirigentes.

Em depoimento, Burzaco disse que emissoras de diversos países, incluindo a TV Globo, pagaram propinas à Fifa para assegurar direitos de transmissão de partidas. A investigação apura corrupção na compra de direitos de transmissão da Libertadores, Copa América e Copa do Brasil.

Segundo o delator, o pagamento de propina foi acertado durante um jantar, em 2012, em Buenos Aires. De acordo com Burzaco, teriam participado o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero; o então presidente, José Maria Marin; e o diretor de Esportes da Globo na época, Marcelo Campos. O acerto seria em relação às transmissões da Libertadores e da Sulamericana.

Ainda de acordo com Burzaco, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira recebeu US$ 600 mil por ano, desde 2006, de propina por contratos de transmissão.

A emissora carioca emitiu comunicado no qual garante não ter participado de nenhum pagamento de propina no escândalo. A Globo também se pôs à disposição da Justiça americana para esclarecer as denúncias de Burzaco.

Leia nota da Globo:

“Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.

Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige”.

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