Boletim de ocorrência aponta causa da morte da campeã olímpica Walewska

Walewska Oliveira. Foto: Reprodução/Instagram

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou o boletim de ocorrência sobre a causa da morte da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, aos 43 anos. Segundo o documento, a campeã olímpica caiu do 17º andar de um prédio na noite da última quinta-feira (21), na região do bairro Jardins.

De acordo com uma moradora, a ex-atleta teria se jogado da área de lazer do condomínio, que fica no 17º andar, e caído na sacada do primeiro pavimento. Uma unidade de resgate chegou a ir ao local para prestar socorro, mas foi constatado o óbito.

A ocorrência foi às 18h09, com a comunicação feita às 20h19. O sistema de monitoramento teria gravado Walewska chegando sozinha na área de lazer, por volta das 16h50 (de Brasília).

O caso foi registrado como “morte suspeita” no 78º Distrito Policial, localizado no bairro dos Jardins, Zona Oeste da capital paulista. A polícia analisa câmeras de segurança do prédio para entender o que aconteceu nas horas que antecederam a morte de Walewska. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.

A ex-atleta, com passagens pelo Minas e pelo Praia Clube, estava em São Paulo para a divulgação de sua biografia. Nesta quinta-feira (21), ela gravou um podcast na capital paulista com o jornalista Alexandre Oliveira e esteve em um evento onde apresentou o livro.

Na terça-feira (19), Walewska visitou o Centro de Treinamento do Palmeiras e fez uma troca de livros com o técnico da equipe paulista, o português Abel Ferreira. Em 2023, a campeã da Superliga em 2017/2018 lançou a autobiografia “Outras Redes”. Abel, que tem dois livros no currículo — “Cabeça fria, coração quente” e “Volta extra: 2022” — também presenteou a ex-jogadora com os exemplares de suas publicações.

Na biografia, publicada em março de 2023, ela conta sua história de amor pelo vôlei: “Girei o mundo, cruzei barreiras e ganhei muito mais do que campeonatos e olimpíadas: pude vencer a mim mesma, superar meus medos e aprender com as minhas fraquezas… Mudei a vida da minha família e plantei a semente da confiança no trabalho árduo dentro do coração do meu país”, escreveu.

Trajetória

Nascida em 1º de outubro de 1979, Walewska conquistou duas vezes a Superliga feminina (1999/2000 e 2017/18), um Sul-Americano de clubes (2001), três Supercopas do Brasil (2019, 2020 e 2021), uma medalha de ouro pelo Brasil nos Jogos Olímpicos (2008), três Grand Prix (2004, 2006 e 2008), uma Copa dos Campeões (2013). Em 2008 foi premiada como a melhor bloqueadora do mundo no Grand Prix.

A ex-jogadora foi revelada pelo Minas, em 1995. Em sua carreira, também passou por times como São Caetano, Osasco e Sirio Perugia da Itália. Ela estava aposentada desde o fim da temporada de 2021/2022, quando defendeu o Praia Clube de Uberlândia.

Nota da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV)

“Com tristeza e imenso pesar, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu a notícia do falecimento da campeã olímpica Walewska na noite desta quinta-feira.

Central de excepcional talento, Walewska defendeu por muitos anos a seleção brasileira feminina. Além da medalha de ouro nos Jogos de Pequim 2008, foi bronze em Sydney 2000, conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa dos Campeões de 2013.

Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, diz o presidente da CBV, Radamés Lattari.