Ação do piloto em avião de Marília Mendonça é apontada em investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais realizou coletiva de imprensa nesta sexta-feira (4) para apresentar informações sobre as investigações do acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça, no dia 5 de novembro do ano passado.

Foi informado que o piloto Geraldo Medeiros Júnior, de 56 anos, que também morreu na queda, saiu da chamada “zona de proteção” e não seguiu padrões de pouso.

Segundo o delegado Ivan Lopes, ficou comprovado no resultado parcial da investigação que o bimotor Beech Aircraft voava muito baixo e fora da área de proteção delimitada em volta do aeródromo de Caratinga, em Minas.

“O que a gente tem até agora na investigação, o que a gente sabe mediante depoimentos feitos é que o piloto não fez a manobra que se esperava, ele saiu da zona de proteção (área de entorno sujeita a restrições para que aeródromos possam operar com segurança) do aeródromo para fazer esse pouso. Então, é um fator que pode ter contribuído para que o acidente ocorresse”, disse ao G1 o delegado regional de Caratinga, Ivan Lopes Sales, responsável pela investigação. A conclusão se deu após depoimento de outros pilotos.

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O que teria levado o piloto a fugir desse padrão de pouso?

Durante a coletiva, a Polícia Civil descartou alguns pontos, como uma possível visão desobstruída ou qualquer mal súbito do piloto. Exames descartaram que ele tenha usado drogas ou medicamentos.

Segundo a investigação, que terá sequência, as condições climáticas eram favoráveis ao voo visual. Além disso, as torres de transmissão não precisavam de sinalização. A polícia tenta entender agora o que teria levado o piloto a fugir desse padrão de pouso.

A Polícia Civil explicou que o piloto fez a aproximação pelo setor correto e em menos de um minuto e meio deveria ter pousado normalmente. Porém, algo ocorreu entre esse momento e a queda da aeronave que ainda precisa ser investigado.

Os investigadores ainda aguardam laudo dos motores, que pode ajudar a entender o motivo de a aeronave voar tão baixo no momento do acidente.

Medeiros Júnior, apesar de nunca ter pousado em Caratinga, era um profissional reconhecido e experiente, apontou a investigação. Uma testemunha, que estava no aeroporto no dia do acidente, afirmou ter visto a aeronave fazer uma manobra “fora do padrão” antes de bater na fiação elétrica.

Marília morreu após a queda do avião em 5 de novembro de 2021. Ficou comprovado que o bimotor caiu após se chocar com uma linha de transmissão, no momento do pouso.

Além da cantora, morreram na queda o produtor dela, Henrique Ribeiro; o tio e assessor, Abicieli Silveira Dias Filho; o piloto Geraldo Medeiros; e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.