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O eleitor tem sempre razão?

Quem em sã consciência em época de eleição – e, mesmo fora dela – seria capaz de dizer que o povo nem sempre tem razão? Sejamos sinceros. Em campanha, ninguém ousaria. Fora dela, quem arrisca ficar mal com a plateia?

No Japão e nos Estados Unidos, não é obrigatório votar. O apressado haverá logo de dizer que voto compulsório é só em “paizeco” subdesenvolvido. Não é bem assim.

O americano que pragueja contra as maluquices de Donald Trump nem sempre comparece à zona eleitoral. Ele se limita ao muxoxo que emite. E nada mais.

A nova geração japonesa é bastante ausente. A Coreia do Norte repete exercícios militares com ogivas nucleares na região e a petizada finge que isso não é com ela. Se o voto fosse obrigatório, talvez a percepção dos problemas fosse diferente.

Chega de demagogia. O eleitor faz burradas, também. E suas péssimas escolhas recaem 4 ou 8 anos sobre os ombros – e também o bolso – dos demais cidadãos. O eleitorado despolitizado é o responsável por suas opções horrorosas.

Um número grande de brasileiros, segundo as mais recentes pesquisas de opinião, considera a presidência da República a instituição com menor credibilidade quando comparada a todas as outras. Hoje ela é ocupada pelo PMDB.

O presidente Michel Temer é um dos mais odiados da História desde Deodoro da Fonseca. Mas nem isso bastou para o eleitor dar um “basta” aos candidatos a prefeito e vereador pelo partido. O PMDB foi a agremiação que mais cresceu em 2016.

Após o primeiro turno deste ano, o PP, o partido mais citado na Operação Lava Jato , também cresceu.

O PMDB, de Eduardo Paes e Pedro Paulo, tomou uma lavada na cidade do Rio, mas ficou bem na foto se visto sob a ótica nacional. Paes é candidatíssimo em 2018 ao governo estadual e periga voltar.
Não. O povo nem sempre tem razão. Se o PMDB é uma das maiores chagas da política brasileira, por que o eleitor vota em José Sarney, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Jader Barbalho e similares?

Tem hora que é preciso ir contra o lugar-comum e enfrentar de frente os problemas mais cruciais da sociedade. Sobre a imprensa, sua área de atuação, Joseph Pulitzer disse que “para se tornar influente, um jornal tem que ter convicções, tem que, algumas vezes, corajosamente ir contra a opinião do público do qual ele depende”.

Na política não é diferente. Candidatos, eleitores e partidos poderiam adaptar a lição e mudar a forma de fazer política no Brasil. Só assim, o povo voltará a ter razão. Emoção, nesta matéria, já temos de sobra.

Sidney Rezende

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