Luiz Fernando Reis avalia sambas do Grupo Especial do Rio 2022

Luiz Fernando Reis, ex-carnavalesco e ex-diretor de Carnaval, homenageado em enredo e membro da Comissão de Carnaval da Caprichosos de Pilares para o Carnaval de 2022, deu sua opinião sobre os seus sambas de enredo que as 12 escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro levarão para a Sapucaí e apontou seus preferidos.

Os hinos foram escolhidos entre os dias 28 de setembro e 1º de outubro de 2021. A definição aconteceu durante as gravações do programa “Seleção do Samba”, da TV Globo.

Com o adiamento da festa, os desfiles da primeira divisão do samba carioca neste ano estão previstos para os dias 22 (sexta-feira) e 23 (sábado) de abril, na Marquês de Sapucaí.

+ Confira a ordem dos desfiles

Confira abaixo a opinião de Luiz Fernando Reis:

Unidos do Viradouro – Compositores: Felipe Filósofo, Fabio Borges, Ademir Ribeiro, Devid Gonçalves, Lucas Marques e Porkinho.

No Especial, a Viradouro tem, para mim, o melhor samba do ano. É uma carta de amor ao Carnaval. Uma forma de trabalhar o samba-enredo inteligente e fantástica. A gente estava aguardando o Carnaval de 19, já que o de 18 não aconteceu, por causa da gripe espanhola. É uma carta de declaração, com o Pierrot apaixonado. Para mim, é o samba do ano. Bom demais. Que está, inclusive, credenciando a Viradouro, por tudo o que ela está fazendo, a ser uma das fortes candidatas e vai tentar esse bicampeonato.

Unidos da Tijuca – Compositores: Anderson Benson, Eduardo Medrado e Kleber Rodrigues.

O samba da Unidos da Tijuca, eu me encantei desde o início. Um samba alegre, animado. É um samba que fala da lenda do Guaraná, que é uma lenda muito bonita, mas não é o mesmo do mesmo. É um samba que tem um pique diferente, uma puxada muito legal. Eu gosto muito do samba da Tijuca e me apaixonei. Parabenizo a Vic Tavares, filha do Wantuir, que deu um verdadeiro show. Atualmente, ela é uma das puxadoras junto com o pai. Gosto muito do samba da Tijuca, é um dos melhores da safra.

Grande Rio – Compositores: Gustavo Clarão, Arlindinho Cruz, Jr. Fragga, Claudio Mattos, Thiago Meiners e Igor Leal.

Finalizo com Grande Rio, que é um samba muito, muito animado, alegre, conta o enredo, desmistifica essa coisa do Exu, que a gente tem sempre essa imagem do Exu como uma coisa ruim. Tudo de ruim, a gente sempre associou a Exu e esse enredo mostra que Exu é um orixá que merece nosso carinho, respeito. Então, ele torna essa posição sobre Exu bastante interessante.

Demais sambas

O samba da Mocidade também é muito bom. O samba da Imperatriz é um samba com cara de anos 80 e eu gosto muito. Gosto muito do samba da Mangueira, uma poesia, lindo e até foge um pouco dos padrões da animação de samba-enredo. O samba da Vila é um samba animado, alegre, conta bem o enredo, mas se torna chato depois da quarta ou quinta aparição. O samba da Beija-Flor vem crescendo. O do Tuiuti vem crescendo.

Eu não gosto do samba da São Clemente, apesar de considerá-lo animado, alegre, conta muito bem o enredo. Mas eu me contrario quando você vai exaltando o Paulo Gustavo, merecidamente, e você tenta homenagear o filho, o marido. Eu não aceito isso. A homenagem à mãe é pertinente, porque o grande personagem do Paulo Gustavo é justamente inspirado na mãe dele. Aí tem sentido. Agora, o marido e os filhos não tinham razão nenhuma de entrar no samba. Não gosto dessa vertente.

O samba da Portela, eu não gosto. É um samba que é animado, vai fazer um bom trabalho, mas é um samba que eu não consigo concatenar ideia, não entendo a letra do samba. É um samba que vai jogando coisas soltas.

+ Ouça todos os sambas do Grupo Especial

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