Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘O Canto do Cisne’: Mahershala Ali e Awkwafina são os destaques desta produção original AppleTV+

“O Canto do Cisne” é dirigido e roteirizado por Benjamin Cleary (Foto: Divulgação).

Marcando a estreia de Benjamin Cleary na direção de longas-metragens, “O Canto do Cisne” (Swan Song – 2021) chega ao catálogo da Apple TV+ após dar o pontapé inicial à sua campanha na temporada de premiações americana com a indicação de se protagonista, Mahershala Ali, ao Globo de Ouro de melhor ator em filme de drama.

 

Roteirizado por Cleary, “O Canto do Cisne” conta a história de Cameron (Ali), homem diagnosticado com uma doença grave e incurável que decide esconder sua situação da esposa e do filho enquanto busca uma solução para protegê-los da dor do luto.

 

Produção original AppleTV+, o longa se desenvolve de maneira a abordar o cotidiano da família com delicadeza para explorar a angústia do protagonista, que precisou lidar com a depressão da esposa após a morte inesperada do cunhado. Vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (Moonlight – 2016), Mahershala Ali constrói seu personagem calcado no afeto, mostrando os sacrifícios de um homem por seu bem maior, a família. Além de Cameron, Ali interpreta Jack, seu clone, complementando um jogo cênico de emoções contidas, tendo a veterana Glenn Close (Dra. Jo Scott) como coadjuvante de luxo, mas, mesmo assim, num papel nada desafiador, tal qual Naomie Harris (Poppy), deixando para Awkwafina (Kate) a responsabilidade de oferecer um trabalho tão consistente quanto o de Ali ao assumir uma personagem com os mesmos dilemas de Cameron.

 

“O Canto do Cisne” acerta ao utilizar a antiga crença de que o Cisne-Branco realiza seu grande canto nos momentos derradeiros como metáfora para a trajetória do protagonista, que abdica da companhia da família em seus últimos meses para blindá-la, colocando-a acima de tudo e de todos em nome do amor incondicional, mesmo que baseado numa mentira com a garantia de que seu sacrifício jamais será descoberto. É uma produção delicada que equilibra drama e ficção-científica com eficiência, levando o espectador a refletir sobre as ações do protagonista.

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