Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Lamento’: drama protagonizado por Marco Ricca chega aos cinemas

“Lamento” é protagonizado por Marco Ricca (Foto: Divulgação / Crédito: Nick Maftum).

Estreia de Cláudio Bitencourt e Diego Lopes na direção de longas-metragens, o drama “Lamento” (2019) chega ao circuito comercial nesta quinta-feira, dia 26, abordando os percalços da vida de um homem de meia-idade prestes a perder todo o seu patrimônio.

 

Na trama, Marco Ricca vive Élder, dono do Hotel Orleans, que enfrenta a decadência após anos de glória. Endividado, Élder se vê perdido em meio a um turbilhão de emoções que inclui, também, uma crise matrimonial.

 

“Lamento” parte de uma premissa interessante, mas se perde ao estender demais seu tempo de duração, expondo as fragilidades da história, principalmente no que tange ao desenvolvimento das tramas secundárias, como a do casal que se hospeda em um dos quartos, formado por um dependente químico violento e uma garota de programa que se torna objeto de desejo do protagonista.

 

Com trilha sonora incessante e fotografia escura que tentam aproximá-lo dos gêneros do suspense e do terror, “Lamento” tem como destaque a atuação de Marco Ricca. Um dos nomes mais versáteis e talentosos de sua geração, tendo em sua filmografia desempenhos brilhantes em filmes como “Chatô – O Rei do Brasil” (2016) e “Canastra Suja” (2016), Ricca carrega este filme praticamente sozinho, recebendo o suporte cênico da veterana Ilva Niño (Otília). Popularmente conhecida como Mina, a fiel escudeira da Viúva Porcina (Regina Duarte) em “Roque Santeiro” (1985), Niño surge em cena como a funcionária de confiança que faz o possível para manter os pés de Élder no chão, com a dose de sensatez que tanto lhe falta em meio à luta contra seus próprios fantasmas.

 

Exibido em festivais internacionais, entre eles, os de Nashville e Burbank, “Lamento” utiliza a falência, dependência química e a violência contra a mulher por meio da prostituição como fio condutor da história de um homem que colabora para a própria ruína, perdendo a oportunidade de trabalhar com eficiência os elementos de suspense pretensamente inseridos por não conectar as pontas soltas da trama que se propôs a contar. Além disso, o ritmo narrativo lento o torna um tanto repetitivo e cansativo, sobretudo no que tange à relação de Élder com o casal de hóspedes que tanto problema acarreta ao hotel.

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