‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ tenta repetir o sucesso do longa anterior

Celebrando seu 25^o aniversário, a franquia “Jurassic Park” emplaca mais uma aventura com os dinossauros criados pelo milionário John Hammond (Richard Attenborough) em laboratório: “Jurassic World: Reino Ameaçado” (Jurassic World: Fallen Kingdom – 2018), a principal estreia desta quinta-feira, dia 21. Dirigido pelo espanhol J.A. Bayona, o novo longa entra em cartaz com a enorme responsabilidade de repetir o resultado de seu antecessor, “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros” (Jurassic World – 2015), que arrecadou cerca de US$ 1,6 bilhão e atualmente é a quinta maior bilheteria da História.

Ambientado três anos após os acontecimentos que levaram o Jurassic World a encerrar suas atividades, “Jurassic World: Reino Ameaçado” mostra a Ilha Nublar ameaçada pela erupção de um vulcão que pode tornar os dinossauros extintos novamente. Na tentativa de ajudá-los, o antigo parceiro de Hammond, Ben Lockwood (James Cromwell), oferece uma nova ilha para abrigá-los, objetivando a criação de uma espécie de santuário para os dinossauros, mas sem a presença de humanos. Porém, para colocar sua ideia em prática, Lockwood precisa que Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) participem da operação de resgate de ao menos 11 espécies, incluindo Blue, a velociraptor treinada por Owen nos bastidores do parque. O problema é que o vulcão não é a única ameaça aos animais e à dupla.

Tendo como principal alicerce a química entre Bryce Dallas Howard e Chris Pratt, “Jurassic World: Reino Ameaçado” desliza em alguns momentos devido ao roteiro mal desenvolvido assinado por Derek Connolly e Colin Trevorrow, algo que surpreende, pois a dupla também escreveu “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros”. Com isso, o longa apresenta o primeiro ato de forma apressada e sem explorar todas as possibilidades da ilha prestes a explodir, arrastando-se no segundo ato, voltando à ação somente no terceiro. Não bastasse o ritmo narrativo irregular, o filme conta ainda com uma subtrama previsível envolvendo Lockwood, a menina Maisie (Isabella Sermon) e Eli Mills (Rafe Spall), o que colabora para que perca parte de seu brilho.

No entanto, o maior problema do novo longa é a direção inconsistente de J.A. Bayona, que, apesar de explorar satisfatoriamente elementos de terror, sobretudo na mansão Lockwood, se preocupa mais com a ação desenfreada do que com o lado dramático da história, que é a discussão sobre as consequências do experimento financiado por Hammond e Lockwood há mais de 20 anos. Ou seja, animais reproduzidos em laboratório devem ter a mesma proteção concedida a outras espécies ou devem ser abandonados numa ilha prestes a ser devastada pela fúria de um vulcão? A questão foi trabalhada de forma superficial pelo roteiro, assim como a discussão acerca da utilização de animais ferozes como armas de guerra, algo defendido pelo personagem de Vincent D’Onofrio (Hoskins) no longa anterior, uma vez que o Indominus Rex foi criado com este propósito.

Tecnicamente impecável, “Jurassic World: Reino Ameaçado” consegue prender a atenção do espectador apesar do ritmo narrativo irregular, oferecendo-lhe momentos divertidos graças ao carisma de Pratt e Howard. Porém, desperdiça uma participação importante para os fãs da franquia baseada na obra de Michael Crichton, Jeff Goldblum, o Ian Malcolm de “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park – 1993) e “O Mundo Perdido: Jurassic Park” (The Lost World: Jurassic Park – 1997).

* “Jurassic World: Reino Ameaçado” conta com uma cena pós-crédito que tem ligação direta com o próximo filme da franquia, ainda sem título divulgado, que será lançado em 2021 e dirigido por Colin Trevorrow.

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Assista ao trailer oficial legendado: