Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Festival do Rio 2018: ‘Tarde Para Morrer Jovem’

“Tarde Para Morrer Jovem” não tem data de lançamento definida no Brasil (Foto: Divulgação).

Selecionado para a Mostra Première Latina da 20a edição do Festival do Rio, “Tarde Para Morrer Jovem” (Tarde para morir joven – 2018) chega com a promessa de fazer um retrato naturalista de uma comunidade que vive isolada nos pés dos Andes em 1990, ano que marcou o fim do governo ditatorial de Augusto Pinochet.

 

Pincelando a adaptação à nova realidade política, o longa dirigido e roteirizado por Dominga Sotomayor opta por utilizar simbolismos ao invés de desenvolver sua trama. Desta forma, “Tarde Para Morrer Jovem” apresenta um roteiro repleto de pontas soltas que em nenhum momento mergulha no drama da comunidade, especialmente dos jovens que sonham com a vida na cidade grande, como Sofia (Demian Hernández). Abandonada pela mãe, a garota assume a responsabilidade de cuidar da casa, do pai e do irmão caçula, o que a impede de viver intensamente sua adolescência e lidar com os conflitos inerentes a esta fase.

 

Neste contexto, Hernández ganha status de protagonista num longa repleto de personagens mal aproveitados, uma vez que nada é explicado acerca daquelas famílias que vivem numa área sem nenhuma infraestrutura, onde crianças e adolescentes não têm regras a seguir.

 

À primeira vista uma produção sobre isolamento, “Tarde Para Morrer Jovem” é, na verdade, um filme que tem a ausência como fio condutor de sua trama. Ausência em formas variadas, desde a materna, capaz de desestabilizar toda a família, até de diálogo e de serviços básicos, como energia elétrica, por exemplo. No entanto, conteúdo é o elemento que realmente se ausentou neste longa, pois é uma produção vazia que não consegue criar nenhum tipo de empatia com a plateia.

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