Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Especial Oscar 2024: categoria de melhor atriz coadjuvante

A 96a cerimônia de entrega do Oscar será realizada em 10 de março em Los Angeles (Foto: Divulgação / Crédito: ©A.M.P.A.S.).

Jimmy Kimmel será o mestre de cerimônias do Oscar 2024 (Foto: Divulgação / Crédito: ©A.M.P.A.S.).

Pouco conhecida do grande público, Da’Vine Joy Randolph chega ao Oscar 2024 como favorita à estatueta de melhor atriz coadjuvante graças à maneira com a qual construiu sua personagem em “Os Rejeitados” (The Holdovers – 2023, EUA). Sob a direção de Alexander Payne, a atriz se destaca ao equilibrar força e sensibilidade como uma mulher enlutada pelo filho, morto no Vietnã após a formatura no tradicional colégio para garotos em que ela trabalha como cozinheira, que precisa lidar com a chegada das festas de fim de ano em meio à dor descomunal, tornando-se o grande alicerce de um professor e seu aluno, obrigados a permanecerem na instituição porque o segundo não pôde ir para casa.

 

As cinco indicadas ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) são: Da’Vine Joy Randolph por “Os Rejeitados”, Emily Blunt por “Oppenheimer” (Oppenheimer – 2023, EUA / Reino Unido), Danielle Brooks por “A Cor Púrpura” (The Color Purple – 2023, EUA), Jodie Foster por “Nyad” (Nyad – 2023, EUA) e America Ferrera por “Barbie” “Barbie” (Barbie – 2023, EUA / Reino Unido).

 

Com 58 prêmios individuais, até o momento, por sua atuação em “Os Rejeitados”, Da’Vine Joy Randolph assumiu o posto de favorita na corrida pela estatueta de melhor atriz coadjuvante após vencer dois dos maiores termômetros das categorias de atores, principais e coadjuvantes, o Actor (SAG Awards) e o Globo de Ouro, respectivamente concedidos pelo Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (Screen Actors Guild – SAG) e pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA). Contudo, é importante ressaltar que o Globo de Ouro não influencia diretamente o resultado do Oscar, exercendo papel fundamental somente na campanha rumo ao palco do Dolby Theatre, pois a HFPA é composta por jornalistas que não integram a Academia. Ao contrário do Actor, pois o SAG é composto por atores, muitos deles membros da AMPAS e com direito a voto.

 

Da’Vine Joy Randolph em cena de “Os Rejeitados” (Foto: Divulgação).

 

Da’Vine Joy Randolph tem como principal adversária na corrida pela estatueta dourada Danielle Brooks, que venceu, até a presente data, quatro prêmios individuais por “A Cor Púrpura”, de Blitz Bazawule. Com a responsabilidade de interpretar Sofia, personagem de Oprah Winfrey no longa homônimo dirigido por Steven Spielberg em 1985, Brooks consegue assimilar com naturalidade a força de uma mulher que precisa lidar com o desrespeito constante do marido. É uma construção de personagem potente que se destaca dentre todo o elenco.

 

Danielle Brooks em cena de “A Cor Púrpura” (Foto: Divulgação).

 

Com apenas um prêmio individual recebido, até agora, por “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, Emily Blunt constrói Kitty Oppenheimer de maneira a explorar a força de uma mulher que, mesmo traída pelo marido, opta por ficar ao seu lado incondicionalmente, tornando-se o porto seguro do homem que exerceu papel fundamental no Projeto Manhattan, que possibilitou o desenvolvimento das bombas atômicas lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 06 e 09 de agosto de 1945, respectivamente, na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). É um trabalho impecável, sem dúvida, um dos melhores da atriz.

 

Também interpretando uma personagem real em “Nyad”, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, Jodie Foster surge em cena como uma mulher que abdica dos seus próprios sonhos em prol da ex-namorada e parceira profissional obstinada em fazer a travessia de Cuba à Flórida a nado na casa dos 60 anos de idade. Foster constrói Bonnie esmiuçando tanto suas angústias quanto a lealdade que a faz apoiar Diana Nyad incondicionalmente, recebendo somente dois prêmios individuais até o momento.

 

Também com dois prêmios individuais recebidos até a presente data, America Ferrera concorre à estatueta por seu desempenho como uma mãe que faz o possível para agradar a filha adolescente enquanto tenta conciliar os afazeres domésticos com o emprego de secretária na sede da Mattel em “Barbie”. É uma personagem discreta, mas que exerce papel importante no desenvolvimento da trama dirigida por Greta Gerwig.

 

Considerando não apenas os resultados do Globo de Ouro e do SAG Awards, mas o fato de a AMPAS raramente surpreender tanto a comunidade hollywoodiana quanto os telespectadores, pode-se dizer que Da’Vine Joy Randolph tem mais chances de vencer a estatueta dourada, tendo Danielle Brooks como principal oponente, seguida por Emily Blunt. Neste cenário, Jodie Foster e America Ferrera são as concorrentes mais “fracas” da disputa.

 

Apresentada por Jimmy Kimmel, a 96a cerimônia de entrega do Oscar será realizada no próximo domingo, dia 10, no Ovation Hollywood, do Dolby Theatre, em Los Angeles. No Brasil, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT e pela plataforma HBO Max a partir das 19h (horário de Brasília).

 

Confira um pequeno perfil das indicadas:

Da’Vine Joy Randolph:

Da’Vine Joy Randolph em “Os Rejeitados” (Foto: Divulgação).

Nascida em 21 de maio de 1986, na Filadélfia, no estado americano da Pensilvânia, Da’Vine Joy Randolph começou a se interessar pelo mundo artístico ainda nova, matriculando-se para aulas de teatro no Interlochen Center for the Arts, instituição de ensino sem fins lucrativos no estado de Michigan. O interesse cresceu, e Randolph conseguiu uma vaga na Temple University, em sua cidade natal, inicialmente como estudante de performance vocal. Após alguns meses, pediu transferência para o curso de Teatro Musical, também oferecido pela Temple. Graduada, decidiu aprofundar ainda mais seus conhecimentos e foi aceita na conceituada Universidade de Yale, onde concluiu seu mestrado na Yale School of Drama em 2011.

 

No mesmo ano em que concluiu seu mestrado em Yale, Da’Vine Joy Randolph fez audições para estrear nos palcos da Broadway como substituta para a montagem de “Ghost: The Musical” (Ghost: The Musical – 2011), adaptação de “Ghost: Do Outro Lado da Vida” (Ghost – 1990, EUA), de Bruce Joel Rubin. À época, a peça estava sendo encenada no West End londrino, e uma lesão de Sharon D. Clarke possibilitou que Randolph desembarcasse em Londres para interpretar a personagem que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante à Whoopi Goldberg, Oda Mae Brown. De volta aos Estados Unidos, no início de 2012, a atriz assumiu a responsabilidade de viver Oda Mae nos palcos da Broadway, sendo aclamada pela crítica e reconhecida com uma indicação ao Tony Awards. Sucesso nos palcos, a atriz decidiu se arriscar na tela grande em 2013, estreando no cinema com o drama “Mother of George” (Mother of George – 2013, Nigéria / EUA), de Andrew Dosunmu, exibido no Festival de Sundance.

 

O trabalho no cinema abriu as portas, também, da indústria televisiva, rendendo à atriz uma participação na série “The Good Wife” (The Good Wife – 2009 a 2016, EUA) e o papel principal no telefilme “Brenda Forever” (Brenda Forever – 2013, EUA), de David Wain. Pavimentando seu caminho em Hollywood, Randolph participou de seu segundo filme em 2014, “O que Fazer?” (The Angriest Man in Brooklyn – 2014, EUA), de Phil Alden Robinson, lançado no mercado americano poucos meses antes da morte de seu protagonista, Robin Williams. Nos anos seguintes, conciliou trabalhos na televisão e no cinema, ganhando notoriedade junto ao público com longas como “Meu Nome é Dolemite” (Dolemite Is My Name – 2019, EUA) e “Estados Unidos vs. Billie Holiday” (The United States vs. Billie Holiday – 2019, EUA), respectivamente dirigidos por Craig Brewer e Lee Daniels.

 

Essa é a sua primeira indicação ao Oscar.

 

* Entre os 58 prêmios individuais recebidos por sua performance em “Os Rejeitados”, estão: os já citados Globo de Ouro e Actor; o BAFTA Film Award, do BAFTA Awards; o Critics Choice Award, do Critics Choice Awards; o Independent Spirit Award, do Film Independent Spirit Awards; o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards; o LAFCA Award, da Los Angeles Film Critics Association Awards; o NBR Award, da National Board of Review, USA; o NSFC Award, da National Society of Film Critics Awards, USA; o AAFCA Award, da African-American Film Critics Association (AAFCA), empatada com Danielle Brooks por “A Cor Púrpura”; e o NYFCC Award, do New York Film Critics Circle Awards.

 

Emily Blunt:

Emily Blunt em “Oppenheimer” (Foto: Divulgação).

Nascida em 23 de fevereiro de 1983 em Londres, Inglaterra, Emily Olivia Laura Blunt conheceu o mundo artístico ainda criança, quando um professor sugeriu que ela estudasse teatro para superar a gagueira. Na adolescência, se matriculou na Hurtwood House, em Surrey, onde aprimorou suas habilidades artísticas e concluiu o Ensino Médio no início dos anos 2000, depois de se apresentar numa peça teatral no Festival de Edimburgo. Pouco tempo após a formatura, Blunt estreou profissionalmente nos palcos londrinos, aos 18 anos, interpretando a neta da personagem de Judi Dench em “The Royal Family” (The Royal Family), de Peter Hall, em 2001. Seu desempenho rendeu críticas positivas, permitindo que a atriz pavimentasse seu caminho no teatro, atuando em duas montagens em 2002, “Vincent in Brixton” (Vincent in Brixton) e “Romeo and Juliet” (Romeo and Juliet), de Nicolas Wright e Indhu Rubasingham, respectivamente.

 

No ano seguinte, Emily Blunt estreou na telinha com os telefilmes “A Rainha da Era do Bronze” (Boudica – 2003, Reino Unido / Romênia), de Bill Anderson, e “Henry VIII” (Henry VIII – 2003, Reino Unido), de Pete Travis. A atriz seguiu na televisão, participando de séries, até estrear no cinema em “Meu Amor de Verão” (My Summer of Love – 2004, Reino Unido), de Pawel Pawlikowski, seguido por “Identidade Roubada” (Irresistible – 2006, Austrália), de Ann Turner. Em 2006, Blunt estreou em Hollywood, sendo alçada à fama internacional, como Emily, assistente de Meryl Streep em “O Diabo Veste Prada” (The Devil Wears Prada – 2006, EUA / França), de David Frankel. O sucesso de “O Diabo Veste Prada” abriu as portas da indústria hollywoodiana para a atriz, que investiu na carreira cinematográfica, trabalhando em filmes como: “Jogos do Poder” (Charlie Wilson’s War – 2007, EUA / Alemanha), de Mike Nichols; “A Jovem Rainha Vitória” (The Young Victoria – 2009, Reino Unido / EUA), de Jean-Marc Vallée; “Os Agentes do Destino” (The Adjustment Bureau – 2011, EUA), de George Nolfi; “No Limite do Amanhã” (Live Die Repeat: Edge of Tomorrow – 2014, EUA / Canadá), de Doug Liman; e “Sicario: Terra de Ninguém” (Sicario – 2015, EUA / México / Hong Kong), de Denis Villeneuve.

 

Com a carreira estabilizada em Hollywood, Emily Blunt protagonizou um dos maiores sucessos de público e crítica de 2018, “Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place – 2018, EUA), dirigido e roteirizado por seu marido, John Krasinski, que também atuou como marido de sua personagem na trama. No mesmo ano, Blunt assumiu a responsabilidade de dar vida à Mary Poppins, personagem imortalizada por Julie Andrews na tela grande. Produzido pela Disney, “O Retorno de Mary Poppins” (Mary Poppins Returns – 2018, EUA / Reino Unido / Dinamarca / Austrália / Canadá / Índia), de Rob Marshall, não repetiu o sucesso do longa-metragem de Robert Stevenson, “Mary Poppins” (Mary Poppins – 1964, EUA), mas permitiu à atriz um mergulho no universo de um dos clássicos mais populares da literatura inglesa, de autoria de P.L. Travers. Apesar da dificuldade em conquistar a plateia como a famosa babá britânica, o que pode ser atribuído à fórmula tradicional de musicais, Blunt conquistou a Casa do Mickey e assinou contrato para estrelar “Jungle Cruise” (Jungle Cruise – 2020, EUA / Austrália / Nova Zelândia / Canadá / Reino Unido / Hungria / Tailândia / Itália / República Tcheca), de Jaume Collet-Serra, inspirado na atração homônima idealizada pelo próprio Walt Disney, nos anos 1950, para a Disneyland.

 

Essa é a sua primeira indicação ao Oscar.

 

* O único prêmio individual recebido por sua performance em “Oppenheimer” é: o Saturn Award, da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, USA.

 

Danielle Brooks:

Danielle Brooks em “A Cor Púrpura” (Foto: Divulgação).

Nascida em 17 de setembro de 1989, em Augusta, no estado americano da Geórgia, Danielle Brooks demonstrou interesse pela atuação muito cedo, estreando no palco aos seis anos de idade numa peça teatral organizada pela igreja frequentada por sua família, que se mudou para a cidade de Simpsonville, no estado da Carolina do Sul. Após concluir o Ensino Médio na South Carolina Governor’s School for the Arts & Humanities, Brooks se matriculou na conceituada Juilliard School, em Nova York, onde se graduou em Artes Cênicas em 2011. No ano seguinte, a atriz já fazia parte da Shakespeare Theater Company, participando da montagem de “The Servant of Two Masters” (The Servant of Two Masters), ao lado de Da’Vine Joy Randolph, uma de suas adversárias na corrida pela estatueta do Oscar em 2024. Ainda em 2012, estreou na TV no telefilme “Modern Love” (Modern Love – 2012, EUA), de Alan Poul. No ano seguinte, conseguiu papel de destaque na série de sucesso da Netflix “Orange Is the New Black” (Orange Is the New Black – 2013 a 2019, EUA), ganhando notoriedade junto ao público.

 

A estreia no cinema aconteceu em 2014 com “O Encontro” (Time Out of Mind – 2014), de Oren Moverman, seguido por “I Dream Too Much” (I Dream Too Much – 2015, EUA), de Katie Cokinos. Mas a tela grande não a afastou da telinha nem dos palcos, pois Brooks conciliou trabalhos nas três áreas, assumindo, ainda em 2015, a responsabilidade de viver Sofia na montagem de “A Cor Púrpura” (The Color Purple) na Broadway, de 2015 a 2017.

 

Conquistando seu espaço gradualmente, sobretudo em Hollywood, Danielle Brooks conquistou, de fato, público e crítica cinematográfica reprisando o papel de Sofia, personagem interpretada por Oprah Winfrey no clássico “A Cor Púrpura” (The Color Purple – 1985, EUA), de Steven Spielberg, indicado a 11 estatuetas do Oscar, incluindo as de filme, atriz (Whoopi Goldberg) e atriz coadjuvante (Winfrey).

 

Essa é a sua primeira indicação ao Oscar.

 

* Os quatro prêmios individuais recebidos por sua performance em “A Cor Púrpura” são: o AAFCA Award, da African-American Film Critics Association (AAFCA), empatada com Da’Vine Joy Randolph por “Os Rejeitados”; o Spotlight Award, do Palm Springs International Film Festival; o Black Reel, do Black Reel Awards; e o BFCC Award, do Black Film Critics Circle Awards.

 

Jodie Foster:

Jodie Foster em “Nyad” (Foto: Divulgação).

Nascida em 19 de novembro de 1962, em Los Angeles, no estado americano da Califórnia, Alicia Christian Foster começou a carreira profissional aos três anos de idade, participando de comerciais para a TV, meio de comunicação no qual estreou como atriz fazendo uma pequena participação num episódio de “The Doris Day Show” (The Doris Day Show – 1968 a 1973, EUA) em 1969. No ano seguinte, caiu nas graças da Casa do Mickey, atuando em dois episódios de “Abertura Disneylândia” (Disneyland – 1954 a 1997, EUA), bem como no telefilme “Menace on the Mountain” (Menace on the Mountain – 1970, EUA), de Vincent McEveety, e no longa-metragem que marca sua estreia no cinema, “Napoleão e Samantha” (Napoleon and Samantha – 1972, EUA), de Bernard McEveety, que lhe rendeu uma cicatriz nas costas causada pelo ataque de um dos leões durante as filmagens. Construindo sua carreira, assinando como Jodie Foster, a atriz conciliava trabalho e estudo. Matriculada na escola preparatória Lycée Français, Foster concluiu o Ensino Médio em 1980 e, em seguida, foi aceita no curso de Literatura Afro-Americana da Universidade de Yale, formando-se com honra em 1985.

 

No entanto, anos antes de ser admitida em Yale, Jodie Foster passou de estrela infantil a nome promissor depois de uma participação em “Alice Não Mora Mais Aqui” (Alice Doesn’t Live Here Anymore – 1974, EUA), de Martin Scorsese, cineasta que apostou na jovem atriz e a escalou para viver Iris em “Taxi Driver” (Taxi Driver – 1976, EUA), filme que a colocou, definitivamente, no radar hollywoodiano e lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, na categoria de melhor atriz coadjuvante. Nos anos seguintes, atuou em filmes como: “A Menina do Outro Lado da Rua” (The Little Girl Who Lives Down the Lane – 1976, França / Canadá), de Nicolas Gessner; “Candleshoe, o Segredo da Mansão” (Candleshoe – 1977, Reino Unido / EUA), de Norman Tokar; e “Um Hotel Muito Louco” (The Hotel New Hampshire – 1984, Reino Unido / Canadá / EUA), de Tony Richardson. Mas no final da década de 1980, Foster deu uma guinada na carreira ao mostrar à indústria, ao público e à crítica que havia amadurecido, interpretando uma jovem vítima de violência sexual em “Acusados” (The Accused – 1988, Canadá / EUA), de Jonathan Kaplan. À época, a atriz se aventurava na direção, função que assumiu pela primeira vez em 1978 com o curta “The Hands of Time” (The Hands of Time – 1978, EUA).

 

O burburinho em torno de “Acusados” colocou Jodie Foster no primeiro time de Hollywood e chamou a atenção do diretor Jonathan Demme, que a escalou para “O Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs – 1991, EUA), lançado no mesmo ano em que a atriz estreou como diretora de longas-metragens com o drama “Mentes que Brilham” (Little Man Tate – 1991, EUA), também estrelado por ela. Desde então, atuou em filmes como: “Maverick” (Maverick – 1994, EUA), de Richard Donner; “Contato” (Contact – 1997, EUA), de Robert Zemeckis; “O Quarto do Pânico” (Panic Room – 2002, EUA), de David Fincher; “Elysium” (Elysium – 2013, EUA / Canadá), de Neill Blomkamp; e “O Mauritano” (The Mauritanian – 2021, Reino Unido / EUA), de Kevin Macdonald. Porém, não deixou a direção de lado, exercendo a função tanto na tela grande quanto na telinha, inclusive dirigindo sua adversária na disputa pela estatueta dourada, Danielle Brooks, em dois episódios de “Orange is the New Black”.

 

Esta é a sua quinta indicação ao Oscar. Vencedora das estatuetas de melhor atriz por “Acusados” e atriz coadjuvante por “O Silêncio dos Inocentes”, Foster concorreu como coadjuvante por seu desempenho em “Taxi Driver”, citada anteriormente, e atriz principal por “Nell” (Nell – 1994, EUA), de Michael Apted.

 

* Os dois prêmios individuais recebidos por sua performance em “Nyad” são: o Movies for Grownups Award, do AARP Movies for Grownups Awards; e o COFCA Award, da Columbus Film Critics Association.

 

America Ferrera:

America Ferrera em “Barbie” (Foto: Divulgação).

Nascida em 18 de abril de 1984, em Los Angeles, no estado americano da Califórnia, America Georgine Ferrera é filha de imigrantes hondurenhos e começou a se interessar pela atuação ainda no colégio, participando de uma montagem escolar de “Hamlet” aos sete anos de idade. Após concluir o Ensino Médio na El Camino High School, Ferrera decidiu estudar Artes Cênicas e Relações Internacionais na University of Southern California (USC), mas “trancou” a matrícula para apostar na carreira profissional, retomando os estudos anos mais tarde, graduando-se em 2013. Assim, estreou como atriz no longa “Mulheres de Verdade Têm Curvas” (Real Women Have Curves – 2002, EUA), dirigido pela colombiana Patricia Cardoso, seguido pelo telefilme “Dançando Pra Valer” (Gotta Kick It Up! – 2002, EUA), de Ramón Menéndez.

 

Nos anos seguintes, Ferrera conciliou trabalhos na televisão e no cinema, atuando em longas como “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” (The Sisterhood of the Traveling Pants – 2005, EUA) e “Os Reis de Dogtown” (Lords of Dogtown – 2005, Alemanha / EUA), respectivamente dirigidos por Ken Kwapis e Catherine Hardwicke. Contudo, a fama chegou, de fato, em 2006 como Betty Suárez, protagonista da série “Ugly Betty” (Ugly Betty – 2006 a 2010, EUA), que lhe rendeu diversos prêmios, entre eles, o Emmy e o Globo de Ouro de melhor atriz em série de TV – comédia / musical em 2007.

 

Mais conhecida pelo grande público por seus papeis televisivos, Ferrera tem em sua filmografia longas-metragens como “Sob a Mesma Lua” (La misma luna – 2007, México / EUA), de Patricia Riggen, “Marcados para Morrer” (End of Watch – 2012, EUA), de David Ayer, e “Cesar Chavez” (Cesar Chavez – 2014, EUA / México / Emirados Árabes Unidos), de Diego Luna. Em 2017, Ferrera estreou como diretora em episódio da série televisiva estrelada por ela própria, “Superstore: Uma Loja de Inconveniências” (Superstore – 2015 a 2021, EUA).

 

Esta é a sua primeira indicação ao Oscar.

 

* Os dois prêmios individuais recebidos por sua performance em “Barbie” são: o The Movie Performance of the Year, do People’s Choice Awards, USA; e o Groundbreaker Award, do Critics Choice Awards Celebration of Cinema & Television, também por “Dinheiro Fácil” (Dumb Money – 2023, EUA), de Craig Gillespie.

 

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