Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Em Guerra com o Vovô’ remete ao cinema infanto-juvenil dos anos 1990

“Em Guerra com o Vovô” é protagonizado por Robert De Niro e Oakes Fegley (Foto: Divulgação).

Não são poucos os filmes que falam sobre a viuvez e a necessidade de os pais ficarem perto de seus filhos, tendo o drama como elemento essencial da narrativa. Nesta quinta-feira, dia 13, uma nova produção sobre o tema chega ao circuito, em pré-estreia, mas usando a comédia como força motriz: “Em Guerra com o Vovô” (The War with Grandpa – 2020), de Tim Hill.

 

“Em Guerra com o Vovô” estreia oficialmente em 20 de maio (Foto: Divulgação).

Adaptação cinematográfica do livro homônimo de Robert Kimmel Smith, “Em Guerra com o Vovô” conta a história de Peter (Oakes Fegley), pré-adolescente que perde o quarto para o avô, Ed (Robert De Niro), obrigado a se mudar para a casa da família após arrumar inúmeras confusões. Inconformado em dormir no sótão com ratos e morcegos, Peter declara guerra a Ed, que cria “regras de engajamento” para estipular o que é ou não permitido na batalha secreta.

 

“Em Guerra com o Vovô” tem como grande trunfo a interação dos atores, permitindo uma troca interessante entre veteranos e o elenco infanto-juvenil, especialmente entre Robert De Niro e Oakes Fegley. Vencedor das estatuetas do Oscar de melhor ator por “Touro Indomável” (Raging Bull – 1980) e ator coadjuvante por “O Poderoso Chefão 2” (The Godfather: Part II – 1974), De Niro equilibra o lado mais ranzinza com a doçura inerente à figura do avô, mostrando ao neto os malefícios da guerra, transmitindo, assim, a mensagem pacífica necessária em tempos cada vez mais conturbados. Já Fegley remete um pouco a Macaulay Culkin na franquia “Esqueceram de Mim” (Home Alone – desde 1990), explorando também o bullying no ambiente escolar, mas com a leveza que guia o longa.

 

Contudo, não é apenas a atuação de Fegley que remete à franquia estrelada por Culkin, bem como a tantos outros títulos produzidos nos anos 1990, entre eles, “Dennis, o Pimentinha” (Dennis the Menace – 1993), de Nick Castle, mas a maneira com a qual o roteiro se desenvolve, apostando no humor físico e em ações um tanto repetitivas que permitem ao espectador prever o que acontecerá na cena seguinte. Mesmo assim, Tim Hill consegue driblar algumas deficiências da trama escrita por Tom J. Astle e Matt Ember devido à experiência no cinema infanto-juvenil, trabalhando a dinâmica dos atores com cuidado para apresentar à plateia a perspectiva de todos os envolvidos na mudança radical da rotina familiar.

 

Começando com “parente é pior que dor de dente”, “Em Guerra com o Vovô” dialoga com o público de todas as idades, apostando no sentimento nobre e puro construído entre avô e neto ao longo dos anos, o amor, para contar uma história sobre sacrifícios em prol do bem maior, a família. E, apesar de suas fragilidades, o longa consegue cumprir seu objetivo de entreter a plateia, oferecendo a ela momentos que permitem esquecer um pouquinho toda a dor e tristeza do mundo real.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Comentários

 




    gl