Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

Carla Diaz e Leonardo Bittencourt surpreendem ‘A Menina que Matou os Pais’ e ‘O Menino que Matou Meus Pais’

Carla Diaz e Leonardo Bittencourt em cena de “A Menina que Matou os Pais” (Foto: Divulgação).

Aguardados desde o ano passado, quando estavam agendados para o circuito exibidor, “A Menina que Matou os Pais” (2021) e “O Menino que Matou Meus Pais” (2021), ambos de Maurício Eça, chegaram ao catálogo da Amazon Prime Video na última sexta-feira, dia 24, mas sem a experiência teatral em decorrência da pandemia.

 

Baseados nos autos do processo judicial, os dois filmes contam os bastidores do assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, interpretados por Leonardo Medeiros e Vera Zimmermann, orquestrado pela própria filha adolescente, Suzanne (Carla Diaz), com a ajuda do namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) e do irmão dele, Cristian (Allan Souza Lima), em 2002. Bárbaro, o crime chocou todo o Brasil e, vez ou outra, retorna à mídia, como agora em virtude de “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”.

 

Rodados simultaneamente, os filmes chamam a atenção pela comunhão do elenco, principalmente pelo jogo cênico de Carla Diaz e Leonardo Bittencourt, que exploram com perspicácia as diferentes personalidades de seus respectivos personagens de acordo com os depoimentos de Suzanne e Daniel no tribunal. São atuações interessantes, especialmente a de Diaz, que demonstra maturidade profissional ao passear com segurança tanto pela versão menina inocente e ludibriada de Suzanne quanto pelo lado mais obscuro de uma adolescente que tinha plena consciência de seus atos, muitas vezes, mostrado apenas pelo olhar.

 

Conduzidos com cuidado por Maurício Eça, os filmes não apresentam nenhum elemento novo sobre o caso, mas se complementam de maneira surpreendente e, portanto, é impossível analisá-los separadamente. Sem a pretensão de se tornarem filmes de tribunal para que pudessem priorizar as versões de Suzanne (“O Menino que Matou Meus Pais”) e Daniel (“A Menina que Matou os Pais”), mostradas em flashbacks, os dois longas optam pela imparcialidade, deixando o julgamento para o público.

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