Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘Assassin’s Creed’ promete mais do que pode cumprir

Michael Fassbender interpreta dois personagens: Callum e seu ancestral, Aguilar (Foto: Divulgação).

Um dos longas mais aguardados do primeiro semestre, “Assassin’s Creed” (Idem – 2017) chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 12. Produzida e protagonizada por Michael Fassbender, esta adaptação do game homônimo promete mais do que pode cumprir.

 

A trama começa em Andaluzia (Espanha) em 1492, no período da Santa Inquisição, mostrando a luta da Irmandade dos Assassinos para proteger a Maçã do Éden da temida Ordem dos Templários. Nos dias atuais, Callum Lynch (Fassbender) cumpre pena por homicídio no Departamento de Justiça de Huntsville (Texas), onde deveria receber uma injeção letal. Ao acordar numa sala da misteriosa Fundação Abstergo, Callum é submetido pela Dra. Sofia (Marion Cotillard) à regressão no Animus, onde se confronta com oponentes de seu ancestral, Aguilar, membro da Irmandade dos Assassinos e protetor da Maçã do Éden.

 

Dirigido por Justin Kurzel, com quem Fassbender trabalhou em “Macbeth: Ambição & Guerra” (Macbeth – 2015), “Assassin’s Creed” sofre do mesmo mal de tantas outras adaptações de games, como “Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos” (Warcraft – 2016): aposta no visual em detrimento do roteiro. Assinado por Michael Lesslie, Adam Cooper e Bill Collage, o roteiro é previsível e carente de conteúdo e, portanto, incapaz de desenvolver a história que se propõe a contar. Com personagens mal construídos, desinteressantes e sem um objetivo verdadeiramente definido, o longa apresenta ainda uma narrativa de ritmo irregular, muitas vezes lenta ao extremo.

 

Com sequências de ação mal coreografadas e inseridas de qualquer jeito, “Assassin’s Creed” é um tanto descuidado ao permitir falhas bobas, como punhais completamente limpos durante as lutas. Para piorar a situação, conta com uma trilha sonora incessante que tenta em vão conceder grandiosidade onde não há, acertando somente em quesitos técnicos, como design de produção, efeitos visuais e sonoros, figurino e maquiagem.

 

Marion Cotillard e Jeremy Irons: perdidos e nada confortáveis em cena (Foto: Divulgação).
Marion Cotillard e Jeremy Irons: perdidos e nada confortáveis em cena (Foto: Divulgação).

 

Dentre os atores, a responsabilidade de conceder alguma consistência em meio ao caos cinematográfico é de Michael Fassbender. Um dos principais nomes de sua geração, o ator alemão consegue explorar as características tanto de Callum quanto de Aguilar. Contudo, não conta com o apoio de seus coadjuvantes, todos insossos e artificiais, principalmente Marion Cotillard e Jeremy Irons (Rikkin), perdidos e nada confortáveis em cena.

 

Na tentativa de oferecer ao público uma experiência capaz de comprovar que jogos populares podem render bem na tela grande, “Assassin’s Creed” foi traído pela própria pretensão. Com isso, não passa de mais um passatempo vazio e descompromissado que se desenvolve de forma arrastada sem fazer jus à expectativa dos fãs da série que o originou.

 

Assista ao trailer oficial:

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