Ana Carolina Garcia. Foto: SRzd

Ana Carolina Garcia

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, onde também concluiu sua pós-graduação em Jornalismo Cultural. Em 2011, lançou seu primeiro livro, "A Fantástica Fábrica de Filmes - Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema", da Editora Senac Rio.

‘A Nuvem Rosa’: confinamento prolongado e suas consequências

“A Nuvem Rosa” é a estreia de Iuli Gerbase na direção de longas-metragens (Foto: Divulgação).

Escrito e rodado antes da pandemia de Covid-19, “A Nuvem Rosa” (2021) entra em cartaz nos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre nesta quinta-feira, dia 26, fazendo um retrato do confinamento prolongado e algumas de suas consequências – o longa será lançado no Telecine, Rede e streaming, no dia 02 de setembro.

 

Estreia de Iuli Gerbase na direção de longas-metragens, “A Nuvem Rosa” começa apresentando o casal Giovanna (Renata de Lélis) e Yago (Eduardo Mendonça) na véspera do surgimento de uma misteriosa nuvem rosa que obrigou a população mundial a se isolar. Considerado passageiro num primeiro momento, o confinamento se prolonga por vários anos, gerando filhos e conflitos.

 

“A Nuvem Rosa” faz o possível para transmitir ao espectador a sensação de claustrofobia imposta pelo confinamento, bem como a solidão que funciona como gatilho para a depressão. Porém, o filme perde sua potência ao optar por não explorar as dificuldades inerentes à situação, uma vez que ninguém pode se expor à nuvem tóxica. E, apesar do contexto, há inúmeras facilidades na vida do casal de classe média no que tange a hábitos de consumo.

 

Exibido no Festival de Sundance, “A Nuvem Rosa” não tem nenhuma atuação impactante, mas tanto Lélis quanto Mendonça chamam a atenção pela maneira antagônica como seus personagens assimilam os efeitos do confinamento forçado, principalmente no que diz respeito ao lado emocional, bastante afetado. E é neste ponto que o longa, que tem como vilã uma nuvem tóxica, consegue driblar as fragilidades da construção de sua trama para conquistar a empatia do espectador, apresentado à realidade do isolamento social no início de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19, que, infelizmente, ainda impõe à população restrições necessárias para diminuir os riscos de contágio e o surgimento de novas variantes, como a Delta. É impossível assistir a este filme sem traçar um paralelo com o cenário pandêmico atual, e torcer para que ao menos no mundo real a situação volte ao normal o quanto antes.

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