Zé Celso terá homenagem no desfile da Vai-Vai no Carnaval 2024

Velório de Zé Celso. Foto: Reprodução/@SidneiFranca

Maior detentora de títulos do Carnaval de São Paulo, a escola de samba Vai-Vai prestará homenagem, em seu desfile do próximo ano, ao ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, que morreu na última quarta-feira (5).

O artista estava internado na UTI do Hospital das Clínicas, na capital paulista, após ter tido 53% do corpo queimado por causa de um incêndio em seu apartamento, ocorrido na terça-feira (4). O estado de saúde se agravou e ele teve falência dos órgãos.

Nascido em 1937, Zé Celso é considerado um dos principais dramaturgos do país, tendo se tornado um dos maiores nomes do meio a partir dos anos 60 ao liderar o Teatro Oficina, em São Paulo.

Homenagem garantida

No Twitter, Sidnei França, carnavalesco da agremiação, escreveu sobre a perda de Zé Celso: “Que orgulho contribuir com a história de uma instituição que entende sua força e atende aos chamados ancestrais. A Bela Vista pulsa neste encontro de sempre, para sempre! Obrigado, Vai-Vai. Evoé, Zé Celso!”.

Questionado por seu seguidor Leandro Calixto se há alguma chance de ser feita alguma singela homenagem ao Zé dentro do contexto de enredo para 2024 – “afinal de contas, Zé também fazia arte urbana, de rua”, diz trecho da postagem feita no espaço de comentários – o carnavalesco respondeu de forma imediata e direta: “Mais do que uma possibilidade, uma obrigação minha e do Vai-Vai”.

Em nota, a diretoria da Vai-Vai já havia lembrado que animou, com sua bateria, o casamento do artista, realizado recentemente, e destacou que Zé Celso chegou a participar de seus desfiles. O pavilhão da escola foi colocado sobre o caixão durante o velório realizado no Teatro Oficina.

Enredo da Vai-Vai para 2024

Maior campeã do Carnaval de São Paulo, a escola de samba Vai-Vai levará para Avenida, no primeiro desfile do sábado de Carnaval, em 10 de fevereiro, o enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”.

A proposta é mostrar a rua como espaço em constante disputa pela arte na cidade de São Paulo e celebra ainda os 40 anos da cultura Hip Hop no Brasil, exaltando a arte urbana por meio de suas vertentes – DJ, MC, Break e Grafitti.

Utilizando a linguagem popular dos MCs e DJs, por meio do Rap, o desfile irá reivindicar a ocupação de espaços, assim como o reconhecimento pleno das expressões artísticas e culturais consideradas periféricas.