Morro da Casa Verde: Diretores de harmonia citam ajustes para o desfile 2023

A escola de samba Morro da Casa Verde conta com uma nova dupla na liderança do seu time de harmonias no desfile de 2023, quando será a quinta escola a desfilar pelo Grupo de Acesso 1, no dia 19 de fevereiro.

Ana André – já integrante da verde e rosa – e Diego Zulão – que estava na Colorado do Brás – são os nomes responsáveis pelo departamento e concederam entrevista ao repórter Cláudio L. Costa, para o SRzd.

No Carnaval 2022, quando retornou ao Grupo de Acesso 1 – após o título do Grupo de Acesso 2 – a verde e rosa da Zona Norte gabaritou apenas quatro dos dez quesitos e ficou na sétima e penúltima colocação. Segundo Diego, os erros que aconteceram no Anhembi no ano passado não devem se repetir no próximo desfile.

“A agremiação teve erros primários, infelizmente, e que já foram consertados da primeira. Assim que acabou o Carnaval, a prioridade da escola foi de consertar esses erros que foram primordiais para que não tivesse uma boa colocação. Agora no decorrer deste período todos estes erros foram praticamente sanados. Se for pra cometer um erro, que seja um novo”, atestou.

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Agora em sua nova escola, Zulão diz que sua missão é colocar a escola na pista ainda melhor do que quando subiu para o Acesso 1.

“Sou um cara aficionado em assistir todos os desfiles em todas as torres e aí quando você vê, percebe que tem erros que são primários que a gente deixou passar. Não nos preparamos para estar no Acesso 1, a gente chegou e quando viu já era Carnaval. Agora não, estamos com mais tempo, não tem pandemia, então o processo é diferente. A correção está sendo feita há muito tempo”, garantiu.

Importância da Fábrica do Samba 2

O sambista ressaltou a importância da escola ter uma estrutura melhor nesta temporada, já que agora ela produz seu Carnaval na Fábrica do Samba 2, local que abriga os barracões das agremiações dos Grupo de Acesso 1 e 2.

“Estamos procurando novas parcerias, pessoas novas para somar com o Morro, para que o Carnaval melhore em relação ao Carnaval passado. Hoje o Morro tem uma cara nova. Nosso carnavalesco Danilo Dantas, por exemplo, chegou abraçando tudo o que ele podia”, disse.

Neste Carnaval, verde e rosa apresentará para o público o enredo “Dynasteia: História, poder e nobreza”. Na opinião de Diego, o tema desse ano já reflete uma mudança na entidade.

“Queremos trazer uma alegria a mais para o Morro. Hoje a escola está trazendo um enredo que não é afro, então o Morro está quebrando um pouco desse paradigma e por isso que estamos trabalhando diferente”, afirmou.

Morro da Casa Verde não possui quadra e faz seus ensaios na rua

O diretor atuou nos últimos anos na Colorado do Brás, escola que não possui uma quadra de ensaios, assim como o Morro da Casa Verde. Na sua opinião, o fato de não ter um local coberto para fazer seus treinos não prejudica a harmonia, pelo contrário.

“Quando você tem uma quadra fechada existe um eco, na rua você ensaia como se fosse no Anhembi, então o quesito harmonia é livre, por isso que hoje as escolas que tem quadra estão fazendo mais ensaios de rua. E nós que trabalhamos o ano inteiro na rua já sabemos como será o canto”, garantiu.

Samba-enredo foi encomendado para um time de poetas

Pelo segundo ano consecutivo, a diretoria da agremiação optou por não realizar concurso e convidou compositores para criar a letra.

Celsinho Mody, Thiago de Souza, Fadico, Rodrigo Jacopetti, Sidney Arruda, Ulisses Sousa e Márcia Macedo são os autores da obra que será cantada na Avenida pelo intérprete Juninho Branco.

Durante o bate-papo, a diretora Ana André explicou como foi fazer parte do processo de formatação do hino do próximo Carnaval.

“Fiz os apontamentos para tirar palavras repetitivas, então queríamos um samba mais leve, com palavras mais firmes, para justamente a gente trazer o nosso melhor: o canto. Briguei muito e saiu um samba muito bom”, disse.

A sambista ainda apontou um ponto a favor de não fazer concurso para a definição da trilha sonora do desfile. “O bom de encomendar o samba é que a gente pode mudar. Em eliminatória, se a gente muda, o compositor fica muito bravo (risos)”, afirmou.