Erros, acertos e promessa de novidade na evolução: segmentos da Mancha Verde avaliam ensaio técnico
1º ensaio técnico 2022 da Mancha Verde. Foto: Bruno Giannelli – SRzd
O primeiro de dois ensaios técnicos gerais que a Mancha Verde para o Carnaval 2022 aconteceu na noite da última sexta-feira (19), no Sambódromo do Anhembi.
Campeã do Carnaval 2019, a agremiação vai buscar seu segundo título no Grupo Especial com o enredo “Planeta Água”. A história é inspirada na música de autoria do cantor e compositor Guilherme Arantes, que autorizou a utilização da obra.
O SRzd conversou, após a realização do treino, com alguns dos segmentos da verde e branca para avaliarem a passagem pela Passarela do Samba.
Ainda antes da escola entrar na pista, o presidente Paulo Serdan discursou e pediu para a comunidade “comemorasse a vida” ao longo do treino. Segundo o dirigente, o ensaio da escola foi “tranquilo” e objetivo de deixar o componente “brincar” na Avenida foi alcançado.
“Só observamos alguma situação na comissão de frente, mas de resto era mais para desenferrujar mesmo. Deixar o pessoal à vontade, até pelos componentes estarem há muito tempo sem pisarem no Anhembi, o pessoal ficou um pouco acanhado”, avaliou.
No meio do ensaio a escola fez um “apagão” da bateria e da ala musical e deixou que os componentes levassem o samba-enredo. De acordo com o presidente, nada estava programado com os setores e a intenção era sentir como estava a desenvoltura dos integrantes da Mancha.
“O apagão não estava programado, mas o povo chegou e agora temos até um motivo para fazer isso no desfile oficial. Foi mais para sentir se o povo estava cantando o samba. Eu não tinha conversado com ninguém, como a harmonia e o mestre de bateria, mas valeu a pena”, revelou.
Serdan também falou sobre a presença de componentes no Anhembi: “No dia do desfile estaremos bem maiores. Para um primeiro ensaio foi até surpreendente e fiquei feliz pra caramba. Estávamos compactos e com muita gente”.
Por fim, o sambista revelou que a Mancha promete novidades em termos de evolução dos integrantes no dia oficial: “O desfile da Mancha em termos de evolução e divisão da escola será totalmente diferente do que alguém já viu em São Paulo. Então muita gente pode não ter entendido o que viu na pista, mas é uma situação que a gente vai praticar no dia do desfile”.
Intérprete da da agremiação desde 2011, Fredy Vianna comentou sobre a decisão do “apagão”. “Ele [Paulo Serdan] é assim, coloca algo na cabeça dele e funciona (risos). Estamos ensaiando a comunidade há muito tempo e a Mancha Verde está conseguindo ter um bom resultado. Tivemos um apagão e a escola cantou como nunca”.
Sobre seu trabalho na ala musical, o cantor declarou que o resultado só será percebido no dia do desfile, quando o Sambódromo estiver com toda a aparelhagem de som instalada.
“Estou muito satisfeito, sempre fui feliz em todas minhas alas musicais e essa não é diferente, tenho grandes profissionais comigo. Costumo dizer que eu dou a ordem e eles executam com perfeição e é o que aconteceu comigo. Quando tiver o som do Anhembi, nós vamos mostrar o nosso verdadeiro trabalho”, afirmou.
Marcelo Luiz, primeiro mestre-sala da Mancha, apontou que ajustes devem ser feitos entre o casal e a escola para o próximo ensaio.
“Eu e a Adriana estamos treinando há um ano e meio, só paramos no auge da pandemia, ensaiando mais até do que estamos acostumados em condições normais. A nossa parte deu certo, mas faltou um pouco de emoção, porque agora estamos juntos da escola. Nós tivemos que colocar este nosso treinamento com o andamento de toda a agremiação. Acho que todo ensaio tem erros, eles acontecem e precisam ser sanados e eu e Adriana precisamos estarmos dentro deste processo. Agora é ter uma conversa entre nós”, analisou.
Porta-bandeira ao lado de Marcelo desde 2014, Adriana Gomes destacou o fato da pandemia da Covid-19 ter deixado tudo “um pouco atípico”.
“Acho que está tudo muito diferente. A sensação é que parece a primeira vez que a gente faz isso na vida, porém tudo o que a gente ensaiou deu certo, mas precisamos ajustar tudo com a escola, conversando e no fim vai dar tudo certo”, comentou.
Marcos dos Santos, um dos coreógrafos da comissão de frente, avaliou de forma positiva o ensaio do grupo: “Depois de dois anos sem desfile, foi maravilhoso. Foi um dia especial, o dia que ‘caiu a máscara’. Parecia que iria chover e no fim fez uma lua. A avaliação é a melhor possível”.
“Foram dois anos fora do nosso solo sagrado, e nessa noite maravilhosa a gente conseguiu fazer o nosso primeiro ensaio geral. Foi muito bom e se Deus quiser o nosso Carnaval será maravilhoso”, declarou o também coreógrafo Wender Lustosa.
Dando um spolier da comissão de frente, Marcos revelou que o grupo será “uma exaltação a tudo o que estamos vivendo e com uma grande presença de mulheres”.
O samba-enredo é assinado por Márcio André Filho, Marcelo Lepiane, Lico Monteiro, Rafael Ribeiro, Richard Valença, João Perigo, Solano Mota, Leandro Thomaz, Telmo JB, Lanza Muniz Moraes e Rosali Carvalho. Clique aqui para ouvir.
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