Diante do corte de verbas, minha sugestão: Macumba!

O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Diante do corte de verbas, minha sugestão: Macumba!

Crivella anunciou que vai reduzir a verba!

Essa notícia, sem dúvida, abalou o mundo do samba.

As agremiações do Grupo Especial do Rio estão em polvorosa…

Ilha, Mocidade, São Clemente, Mangueira e Tijuca, ameaçam ficar longe da Marquês de Sapucaí em 2018, caso o prefeito, de fato, corte 50% da subvenção distribuída às escolas. A Liesa falou em suspender os desfiles.

Representantes do setor turístico e das escolas de samba enfatizam que o investimento da prefeitura, no maior evento da cidade, fomenta o turismo, inclusive, incrementando a economia carioca.

A festa, segundo cálculos da Riotur, movimenta R$ 3 bilhões no período carnavalesco, aumentando consideravelmente a arrecadação de impostos.

O prefeito alegou que vai tirar o dinheiro do Carnaval para dobrar, de R$ 10 para R$ 20, o valor diário gasto com cada uma das 12 mil crianças matriculadas em 158 creches conveniadas ao município.

Será? Pensemos também; não seria necessário muito mais dinheiro para nossas crianças?

Durante a campanha eleitoral, o papo era outro. Crivella prometeu apoiar o Carnaval.

Mas em 2017, já deu outros sinais. Sequer entregou as chaves da cidade ao Rei Momo.

Paira no ar a dúvida; foi ou não por convicção religiosa? Ele também não foi à Sapucaí prestigiar o maior espetáculo da terra, ato costumeiro e histórico dos prefeitos do Rio.

Então, tenho uma sugestão: Macumba!

Carnavalescos: arquivem todos os enredos! O dinheiro não vai dar mesmo…

Vamos fazer um outro Carnaval. Todas agora irão desfilar em honra aos Inquices, Voduns e aos Orixás.

O recado será entendido, direitinho…

O que não pode, é ficar sem protestar!

De volta à realidade, vale lembrar que, na semana passada, a temática desta coluna foi justamente essa, a falta de posicionamento das escolas de samba enquanto um agente do povo.

+ Relembre a coluna anterior

Posicionar-se, é exigir respeito!

Fica a dica, novamente, aos sambistas.

Enquanto isso, nesta terra “Desvairada”, tudo estava calmo, até a última terça feira, quando o tucaníssimo Dória Junior anunciou a redução da verba pública para o Carnaval de São Paulo.

A verba, que já é medíocre, ao contrário da subvenção carioca, pode se tornar menos expressiva ainda.

Na realidade, o prefeito espera conseguir recursos da iniciativa privada.

“Não podemos gastar mais do que aquilo que se arrecada. Não podemos ter uma atitude irresponsável fiscalmente para atender este ou aquele setor. No caso de São Paulo, o carnaval é tão importante como no Rio de Janeiro. E aqui vamos fazer um trabalho ainda mais intenso com o setor privado. Vamos suplementar os recursos que a Prefeitura tiver a necessidade de reduzir com investimento privado. Às escolas de samba e à Liga não faltará o recurso estimado e previsto. Pode mudar o carimbo: ao invés de ser público, será privado. Mas o recurso não vai faltar”, disse João em reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.

“Tivemos uma reunião hoje para tratar desse assunto aqui na Prefeitura. O que haverá é uma redução do investimento público e um aumento do investimento privado, para equalizar e garantir a realização do Carnaval”, completou o chefe do executivo paulistano.

É esperar pra ver!

Agora, se esse compromisso não existir e não se concretizar, nossas escolas entrarão em um colapso ainda maior.

Muitas estão no vermelho. Vendendo o almoço pra comprar a janta!

O pronunciamento do prefeito deixa o setor abalado, uma vez que é incerto e improvável o investimento do setor privado nos desfiles das escolas de samba, já que a crise está instaurada no país, em todos os setores.

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