Ao comentar justificativas, diretor da Barroca revela estratégia e cita diferenças de condições dos barracões

Desfile 2020 da Barroca Zona Sul. Foto: SRzd – Cesar Santos

A tradicional Barroca Zona Sul abriu em grande estilo o Grupo Especial do Carnaval de 2020 com o enredo “Benguela… A Barroca clama a ti, Tereza!”, ficando na décima colocação. Clique aqui para relembrar.

Em entrevista ao SRzd, o diretor de Carnaval da agremiação, Marcus Paulo Tibechrani, o Marcão, comentou sobre o desafio de voltar a elite do samba paulistano após 15 anos.

Durante a conversa, ele também comentou as notas recebidas pelos jurados neste ano; destacou a diferença de estrutura dos barracões das agremiações; e projetou os próximo desafios da verde e rosa.

Marcus Paulo Tibechrani (Marcão). Foto: SRzd – Guilherme Queiroz

Questionado se a falta de experiência no Grupo Especial foi um dos motivos para os problemas na evolução dos componentes, o dirigente negou que essa tenha sido a principal causa e apontou dificuldade de posicionar as alegorias no desfile.

“Falta de experiência não foi, pois o Anhembi é o mesmo. No Grupo Especial a gente tem um acréscimo de contingente, mas tem um acréscimo de tempo também. Tivemos alguns problemas pequenos na entrada de algumas alegorias. Eu não quis por opção, correr a escola no momento em que a comissão de frente e o casal ainda estavam na Avenida”, contou.

Desfile 2020 da Barroca Zona Sul. Foto: SRzd – Ana Gabriela Moura

“Não quis me desesperar, tanto é que garantimos a nota de casal e de comissão. Na hora que eu precisei, trouxe um outro andamento para escola, só que esse andamento foi mantido na Avenida inteira. Onde a imprensa achou que a gente ia se ‘arrebentar’ na nota, que era na faixa amarela de saída, a escola tirou 10. Ah, teve correria? Teve! Mas o regulamento me permite isso. A nota 9.7 que a gente teve foi descartada. Nos mantivemos na disputa com os dois 10 e o 9.9. Se o regulamento da margem para que eu possa ter 75% do meu desfile bom, a gente quase atingiu isso”, completou.

Igor Sena e Lenita Magrini. Foto: SRzd – Cesar Santos

Nos quesitos alegoria e fantasia, a verde e rosa perdeu 6 décimos, considerando as notas descartadas. Questionado se as justificativas foram justas, o sambista demonstrou concordância, mas lembrou que as agremiações não tem a mesma condição de trabalho, uma vez que sete das quatorze escolas estão na Fábrica do Samba 1.

“As justificativas foram pertinentes sim. Tivemos alguns problemas, isso é óbvio, pois a gente não trabalha em igual condição. Temos sete escolas que estão na Fábrica do Samba 1 e temos outras que não estão, com algumas em situação boa de espaço e quatro escolas dentro da Fábrica do Samba 2. Não é à toa que das escolas que estão neste complexo, todas ficaram entre o décimo e o décimo quarto lugar. A partir do momento que nos derem uma condição de igualdade de trabalho, o que a gente vai apresentar terá relação com a igualdade de trabalho. Aí você vai em cima de projeto. Onde você tem que ter três barracões diferentes de alegoria, seis lugares diferentes de confecção, não tem como. O transporte, a distância, isso tudo vai comprometer o resultado final, mas mesmo assim não julgo que a gente perdeu muito. De fantasia por exemplo, um 9.9 caiu e dois 10 e um 9.9 ficou. É regulamento”, afirmou.

Desfile 2020 da Barroca Zona Sul. Foto: SRzd – Cesar Santos

Mesmo com décima colocação em 2020 o diretor aprovou o espetáculo apresentado na Avenida: “Acho que o projeto teve êxito em 2020, pois abrimos o Carnaval na sexta-feira após ficar fora do Grupo Especial por 15 anos. A escola permaneceu com uma colocação boa, décimo lugar, conseguindo ir para ir para um sorteio, coisa que não acontece há muito tempo”, explicou o diretor.

Em 2019 e 2020 a entidade liderada por Ewerton Cebolinha apresentou duas histórias com temática afro, “Oxóssi” e “Tereza de Benguela”, respectivamente. Em 2021, a aposta será “Zé Pilintra”, que também segue a mesma linha.

Sobre essa sequência de estilos de enredos, Marcão afirmou que é uma tendência da “Faculdade do Samba” para os próximos anos: “A escola gosta e não é só um enredo afro. As escolhas também são religiosas e históricas e que deixa sempre um legado. É um perfil da Barroca que pode sim continuar nos próximos anos. Nossa comunidade se identifica com esse tipo de temática”.

Sobre mais detalhes dos preparativos para 2021, Marcão fez uma ponderação: “A pedido do nosso presidente, tudo sobre o Carnaval 2021, com exceção ao logo, vamos falar após a quarentena. Clique aqui para conferir o logotipo.

Desfile 2020 da Barroca Zona Sul. Foto: SRzd – Cesar Santos

Por fim, Marcão fez questão de agradecer a comunidade da Barroca pelo retorno ao Grupo Especial e dizer que espera que a escola continue alcançando seus objetivos.

“Quero agradecer todo mundo que realmente acreditou no nosso trabalho, agradecer meu presidente pela renovação, mais um ano na direção de Carnaval da escola. Agradecer toda minha equipe que correu junto e a gente atingiu nosso primeiro objetivo. Em 2021 nós vamos para outro com certeza. Essa é a história da Barroca, em 6, 7 anos ela vem sempre avançando e não vai ser diferente agora”, finalizou.




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