‘A gente ia matar o Quinho antes do tempo’, diz presidente da Mancha ao defender intérpretes

Paulo Serdan. Foto: Felipe Araújo/Liga-SP

Paulo Serdan. Foto: Felipe Araújo/Liga-SP

Para celebrar o dia da escola de samba, a Mancha Verde realizou uma live especial na noite da última quarta-feira (10), e recebeu, em sua quadra social, intérpretes que já passaram pelo seu microfone principal.

Celsinho Mody, hoje na Acadêmicos do Tatuapé e Douglinhas Aguiar, voz da Águia de Ouro, se juntaram a Fredy Vianna, ala musical e ritmistas, para relembrar sambas e desfiles marcantes da verde e branca.

Presente na transmissão, feita nas redes sociais da escola, o presidente Paulo Serdan participou de vários momentos. Em um deles, o comandante da agremiação oriunda da maior torcida organizada do Palmeiras revelou que não concorda com o julgamento aplicado no Carnaval 2024 para o quesito samba-enredo, onde um dos itens menciona: “cacos e contracantos não devem atrapalhar a execução do samba e o entendimento da melodia da música”.

Ao lado dos consagrados intérpretes, Serdan explicou o motivo de não aprovar com o critério. “O critério de julgamento deste ano é uma das coisas que a gente tem conversado, algumas coisas devem mudar no critério. Tudo bem, nós participamos, a Mancha participou, eu tentei mudar, mas, não tem problema, a gente tava junto, só que eu não concordo. A gente amarrar vocês. E o que foi feito este ano com os intérpretes foi amarrar os intérpretes. Excesso de caco, afinação. Vai ter que contratar um tenor para cantar samba agora? Eu falei, os caras tem que gritar com o nosso povo. Carnaval é isso”, disse o dirigente em trecho de sua fala sobre o assunto.

Recebendo o apoio de Celsinho, Fredy e Douglinhas, o presidente da Mancha fez questão de exemplificar seu ponto de vista sobre qual a função dos cantores no desfile oficial.

“Tudo que é feito aqui na quadra, ai chega na Avenida, tem que mudar. Ai vem aqui, cantando bonitinho, não pode fazer caco, não pode desafinar, não pode nada. Ai o povo passa como? Sem uma referência. A função de vocês é essa. A função de vocês não é ser avaliada se vocês estão afinados ou não. Não tem que ter isso”, completou.

Conhecido por dizer o que pensa, de forma direta e quase sempre sem filtro, Serdan citou o intérprete Quinho, que morreu em janeiro deste ano, fez história no Carnaval por seu estilo único de cantar e contagiar o público e tambpem cantou pela Mancha, para avisar que espera por mudanças no julgamento para o Carnaval de 2025.

“A gente está indo contra o que foi construído no Carnaval. A letra do samba, cacofonia, tudo bem, pode colocar um monte de regra lá para tentar tirar nota, agora o que não pode, é falar que vocês não podem dar cambalhota na pista. Eu falei para os caras, a gente ia matar o Quinho antes do tempo. Então deve mudar de novo, se Deus quiser, e ai vocês vão ter liberdade”, finalizou.

Vale lembrar que no desfile das campeãs, ainda na dispersão do Sambódromo do Anhembi, o intérpete da X-9 Paulistana, Daniel Collete, em entrevista ao SRzd, também falou sobre este tema. Ele citou o regulamento e público ao fazer sugestão para a Liga. Clique aqui para conferir.

Quinta colocada em 2024, Mancha já trabalha para o Carnaval 2025

Neste ano, a alviverde apresentou o enredo “Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta” ficou na quinta colocação na tabela de classificação do Grupo Especial.

+ Clique aqui para relembrar o desfile

Campeã em 2019 e 2022, a escola aposta em uma comissão de Carnaval para desenvolver seu próximo desfile. O grupo é formado por Lucas Abelha, Igor Carneiro, Sergio Gall, Robertinho, Bibinha, Paolo Bianchi, Kaique Serdan e Paulo Serdan Filho.

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