Upgrade Musical, o samba-orquestra

Imperatriz Leopoldinense no Desfile das Campeãs 2023. Foto: Leandro Milton/SRzd

Imperatriz Leopoldinense no Desfile das Campeãs 2023. Foto: Leandro Milton/SRzd

*Por Cadu Zugliani

Quem não se lembra de Ney Vianna, Haroldo Melodia, Quinzinho, Carlinhos de Pilares, Sobrinho e vários outros cantores imortais que passaram em vários desfiles antológicos. Todos despejando sua potência de voz em sambas consagrados.

Mas eu fico aqui imaginando como seria bom ver estas figuras históricas hoje, num tempo em que o samba, enquanto música, é mais bem tratado na voz de cantores que sabem usar mais do conhecimento musical, músicos mais estudiosos, baterias que evoluíram demais.

Mesmo a turma mais experiente de Avenida entendeu que a reciclagem e o aprendizado não podem parar nunca para se alcançar a qualidade.

Uma pena alguns jurados que não entendem que estes caras passam 90 minutos cantando e que é humanamente impossível não “semitonar” em alguns momentos mas, sobre isso, já falamos antes.

A preparação da turma hoje leva o ano inteiro, aulas de canto, fisioterapia, descanso nas horas certas. Menos bebida, menos cigarro e muito profissionalismo.

Não à toa, a turma que “sobe”, aquela galera mais nova, já chega arrebentando no quesito qualidade. Observem Evandro Malandro e Pitty Menezes, que talvez sejam os “caçulas” dessa turma. Os dois esbanjam técnica e qualidade. Sabem encaixar a voz, buscam sempre os melhores arranjos e aguentam a pedrada de um desfile que não é nada fácil.

Evandro é um achado em termos musicais, não tem a pegada grave que alguns fãs de samba-enredo curtem mas mostra técnica e um timbre muito agradável de se ouvir.

O Pitty é um monstro, veio dos grupos de baixo, aprendeu muito como cantor de apoio e agora conduz brilhantemente o carro de som da atual campeã do Carnaval. Posso afirmar que, se tem uma área no Carnaval que não para de evoluir, é a área musical.

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