Thiago Brito regrava samba da Cubango de 1984; ouça

Thiago Brito é o intérprete da Cubango. Foto: Felipe Araújo/Divulgação

O ano de 2019 marca a comemoração de 35 anos do último título da Acadêmicos do Cubango em solo niteroiense. No Carnaval de 1984, o penúltimo da verde e branca na cidade de origem, a escola desfilou e foi campeã com o enredo ‘’Porque Oxalá Usa Ekodidé’’, de autoria do carnavalesco Nilson Feitosa. O samba-enredo composto por Flavinho Machado, Heraldo Faria e Jair ganhou releitura na voz de Thiago Brito, atual intérprete da agremiação.

“Esse samba é maravilhoso, assim como outros que a escola teve no carnaval de Niterói. Depois que vim para a Cubango, passei a conhecer mais algumas obras da discografia da escola. Já conhecia alguns sambas e me aprofundei. A escola tem muitas composições lindas que as pessoas deveriam conhecer mais. Tomei a iniciativa de gravar no meu próprio estúdio e espero que o mundo do samba curta. É uma singela homenagem”, disse o intérprete.

A ideia é termos releituras de outros sambas históricos da Cubango

A gravação contou com produção do próprio Thiago Brito, e a participação de Nilson Silva na mixagem. O próprio intérprete da Cubango gravou tocando cavaquinho a obra. A ideia de Brito é fazer isso com outros sambas da escola da época que desfilava em Niterói.

“Esse período é um pouco mais corrido com ensaios, compromissos e gravações, mas a ideia é termos releituras de outros sambas históricos da Cubango. Acho muito importante um profissional se aprofundar na história da escola quando ele chega. Isso ajuda a aproximar da comunidade e a entender o fundamento daquela agremiação”, completou o intérprete.

Além do título de 1984 em Niterói, a Cubango conquistou outros 14 canecos no Carnaval da cidade, tornando-se a maior campeã do município antes de se mudar para a folia carioca em 1986. Desde então, busca o primeiro acesso ao Grupo Especial. Em 2019, será a última a desfilar no sábado de Série A com o enredo ‘’Igba Cubango – A alma das coisas a arte dos milagres’’.

Confira a gravação do samba da Cubango de 1984

É manhã
A natureza parece cantar
O sol resplandece sobre a terra
Colorindo o campo, a serra e o mar
E nessa manha em Ilê Ifé
O povo começou a adorar
Numa procissão de fé
O culto das águas de Oxalá
Omom Oxum, guardiã escolhida
Os invejosos perturbaram sua vida
Roubaram a coroa de Oxalá
Mas sua filha encontrou num peixe do mar

O Jurê aia lá é mamajo é mamajo
O Jurê aia lá é mamajo é mamajo

Depois lhe fizeram um ebó
Causando sofrimento e tristeza
Só Oxum, rainha da beleza
Lhe curou com Ekodidé, fazendo um bem maior
Quando Oxalá chegou
E soube de tudo que passou
Levou Omom de volta ao palácio
Lhe devolvendo o Axé
Oxalá passou a usar a Pena Vermelha, “o Ekodidé”

Arerê ia Oxum, Arerê
Arerê ia Oxum, Arerê

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