Quem é Rosa Egipcíaca, inspiração do enredo 2023 da Unidos do Viradouro

Desfile da Unidos do Viradouro. Foto: SRzd/Juliana Dias

A Unidos do Viradouro vai apresentar em 2023 na Marquês de Sapucaí a vida e obra de Rosa Egipcíaca. O lançamento oficial aconteceu nesta sexta-feira (13), por meio das redes sociais da agremiação de Niterói.

Rosa Egipcíaca, nasceu em Costa de Ajudá, em 1719, e morreu em Lisboa, em 12 de outubro de 1771. Ela também conhecida como Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz e Rosa Courana.

Ela foi autora da Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas, o mais antigo livro escrito por uma mulher negra na história do Brasil. Os dons espirituais levaram Rosa Egipcíaca a ter devotos, inclusive do clero católico, motivo que a levou aos a ser alvo da Inquisição.

A vida dela inspirou a produção dos livros Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil, uma biografia de 750 páginas escrita por Luiz Mott, e Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz: a incrível trajetória de uma princesa negra entre a prostituição e a santidade, um romance ficcional escrito por Heloisa Maranhão. A biografia também foi citada e inspirou a produção de vários trabalhos acadêmicos.

Em 1725, aos seis anos de idade, após ser capturada pelo tráfico negreiro, desembarcou em São Sebastião do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1733. Em seguida, foi levada para Minas Gerais pelo frei José de Santa Rita Durão, onde viveu como meretriz durante 15 anos, após o anterior “desonestá-la e tratar torpemente com ela”.

Durante o período em Minas, aos 30 anos, foi acometida por um estranho inchaço e por uma enfermidade no estômago, período coincidente com o de visões místicas, o que a levaria a deixar o meretrício e a se tornar beata. Em 1748, vendeu joias e roupas conseguidas durante o meretrício, distribuindo tudo aos pobres.

Em 1763, a escrava foi tida pela Igreja Católica como herege e falsa santa, o que a levou ser presa nos Cárceres do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa, onde não desmentiu suas visões e experiências sobrenaturais. Rosa Egipcíaca morreu de causas naturais, ainda sob cárcere do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa.

13 de maio

A data escolhida pela Viradouro, não é aleatória. O dia 13 de maio é marcado na história brasileira como o dia em que foi assinada a Lei Áurea, a lei que determinou o fim da escravidão no Brasil. Por meio dessa lei, cerca de 700 mil escravos conquistaram a sua liberdade, sendo libertados em efeito imediato.

A Lei Áurea entrou em vigor quando a Princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, assinou a lei. O texto dessa era bastante curto e determinava o seguinte:

A Princesa Imperial Regente, em nome de sua Majestade o Imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:

Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.

Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.

Carnaval 2022

Em seu último desfile, a Viradouro cantou o enredo Não há tristeza que possa superar tanta alegria e ficou com o terceiro lugar do Grupo Especial carioca.

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