Ratos e Urubus vira hino dos sambistas contra os críticos do Carnaval

Um dos desfiles mais emblemáticos da história do Carnaval carioca, “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”, apresentado em 1989 pela Beija-Flor de Nilópolis, constantemente é lembrado pela crítica e pelo público pela sua representatividade estética e social.

Concebido pela genialidade de Joãosinho Trinta, ele está em cena novamente, mas por outros motivos.

A comunidade sambística e os simpatizantes do maior espetáculo da Terra enxergam, sobretudo os primeiros, uma campanha de perseguição contra a festa, com os cancelamentos e adiamento recente dos desfiles, tendo como justificativa uma nova onda de casos provocados pela pandemia de covid-19.

A letra do samba-enredo, composto por Betinho, Glyvaldo, Zé Maria e Osmar e interpretado por Neguinho da Beija-Flor, traz versos que têm sido usados nas redes sociais para demonstrar o protesto dos sambistas contra os críticos da folia. São reproduzidos trechos como “Se ficar o rato pega , se cair urubu come” e “Larguem minha fantasia, que agonia, deixem-me mostrar meu Carnaval”.

O tema desenvolvido por Joãosinho Trinta tinha outras motivações e até a fonte de sua inspiração ainda é caso de análise e controversa, mas o impacto da letra cabe ao momento atual enquanto as escolas de samba aguardam o momento de voltar ao palco maior do Carnaval carioca, remarcado, para abril próximo.

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