Mocidade 2020: Com Elza Soares, verde e branca emociona, mas não convence para título

Poder da nega

Homenageando Elza Soares, a Mocidade foi a penúltima escola a desfilar na segunda-feira de carnaval. A agremiação fez um desfile digno de sua homenageada, com muito brilho e autenticidade a Verde e Branca de Padre Miguel empolgou a arquibancada e comprovou o que todos já sabiam: essa nega tem poder!

Fala, Rachel!

“A Mocidade tem um samba excelente e tirou partido disso. O desenvolvimento do enredo foi muito correto e emocionante e a visão da homenageada ao fim do desfile vale todo o Carnaval. Emoção pura.”

Comissão de frente

Com a fantasia “ora (direis) ouvir estrelas: ouço o som da favela, resistência em nosso chão”, a comissão de frente da Mocidade é apresentada desde a infância até a vida adulta. Com cinco tripés, sendo um deles um painel de LED.

O elenco era composto majoritariamente por mulheres negras e encenou diversos momentos marcantes da vida e carreira da cantora. O momento mais aplaudido e aclamado pelo público foi a aparição de Elza em holograma e algumas das dançarinas com chapéus que também continham hologramas que formavam símbolos que faziam referência à escola e à homenageada. Com certeza o quesito foi o maior destaque da escola.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Diogo Jesus e Bruna Santos apresentaram um lindo bailado durante o desfile da Mocidade na última noite de carnaval na Sapucaí. Com influência de dança afro no refrão, o casal deu um show utilizando a fantasia “a inspiração da louva-a-Deus”.

A comentarista Eliane Souza disse que o casal foi habilidoso na execução da coreografia.

“Interagindo com o público durante todo o percurso da avenida, o casal realizou o bailado com pequena interferência da dança afro religiosa, no refrão final do samba.
Com movimentos vigorosos, harmonia no espaço e força na gestualidade, Diogo Jesus e Bruna Santos demonstraram habilidade na execução da coreografia. O mestre-sala realizou seus giros, mesuras, fugas e contra-fugas com efetiva segurança e a porta-bandeira com naturalidade, finalizava seus movimentos em sintonia com os de seu par, em excelente sincronia dos movimentos coordenados que efetivam a coreografia do casal.”

Alegorias e adereços

O conjunto de alegorias da Mocidade foi pertinente ao enredo e contou a história de Elza de forma clara e coesa. Muito ricas e de bom gosto, a plástica da escola foi satisfatória e cheia da verdade que todos sabem que pertence à homenageada. Não houve espaço para a não compreensão do público e as estruturas menores facilitaram o bom entendimento.

Wallace Safra comentou que o conjunto da escola foi bom e coerente.

“As alegorias foram nobres, ricas e plasticamente boas. A Agremiação se preocupou em riquezas de detalhes plásticas e enriqueceu o conjunto que foi crescente durante todo o desfile. Conjunto bom e plástica coerente.”

Fantasias

As fantasias do desfile de 2020 da Mocidade foram bastante luxuosas e volumosas. Todas as alas foram de extremo bom gosto e remetiam à temática proposta pelo enredo. Desde a comissão de frente até a última ala as fantasias estavam impecáveis.

Wallace Safra comentou que algumas finalizações das fantasias deixaram a desejar.

“Com fantasias luxuosas e com acabamentos primorosos a Escola passou com uma boa plástica, sensível e delicada ao enredo, transcrevendo bem a proposta da proposta do carnavalesco.
Contudo, devemos observar que em alguns setores a escola deixou a desejar em finalizações e costeiros, mas não comprometeu sua plástica geral. Bom conjunto de fantasias.”

Enredo

“Elza Deusa Soares” é o enredo proposto por Jack Vasconcelos para o carnaval de 2020 da Mocidade. A escola contou a vida pessoal e artística de uma das mulheres mais influentes país.

O primeiro setor contou a vida pessoal da cantora, desde a juventude até o início da carreira. Já o segundo setor falava sobre a fé de Elza. O terceiro apresentou as muitas faces da homenageada. O quarto mostrava Elza no mundo do samba. No quinto setor a escola mostrou as opressões e preconceitos que a cantora sofreu. E no sexto e último setor mostrou a resistência, arte e engajamento.

O enredo cumpriu o que foi proposto com sucesso.

Samba-enredo

Um dos melhores, se não o melhor samba do Carnaval, a composição da Mocidade funcionou perfeitamente na Avenida. Empolgou os componentes e as arquibancadas, que ovacionaram Elza Soares ao som de ‘Laroyê ê mojubá’. Com letra e melodia bem amarradas, a obra tem tudo para conquistar a nota máxima na apuração.

Bateria

A bateria de Mestre Dudu teve um saldo muito positivo no desfile da Mocidade. Mantendo sua qualidade e tradição de anos.

Cláudio Francioni comentou que o desfile da Não Existe Mais Quente foi muito bom e destacou o andamento.

“A bateria de Mestre Dudu fez um ótimo desfile, com destaque total pro andamento. Fiel às suas características de afinação e de levadas, a Não Existe Mais Quente passou com muita segurança na avenida, com precisão nas bossas e excelente energia entre os ritmistas.”

Harmonia

Embalada por um samba aclamado no pré-carnaval, a harmonia da Mocidade teve ótimo desempenho na Sapucaí. Boa parte das alas cantaram com força a excelente obra da escola. A passagem de Wander Pires com a bateria ‘Não Existe Mais Quente’ também colaborou para o sucesso do quesito.

Evolução

A agremiação não enfrentou problemas no quesito. Esteve coesa e alinhada e manteve um andamento de desfile confortável, fazendo com que a agremiação não tivesse problemas para cumprir o limite de tempo regulamentar.

Ficha técnica

Enredo: Elza Deusa Soares
Presidente: Wandyr Trindade (Seu Macumba)
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
Intérprete: Wander Pires
Mestre de Bateria: Mestre Dudu
Rainha de Bateria: Givanna Angélica
Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Diogo Jesus e Bruna Santos

Nota da galera

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