Jamelão, 109 anos

Jamelão. Foto: Reprodução da TV

Este 12 de maio marca 109 anos do nascimento do mestre na arte de interpretar sambas de enredo, Jamelão.

José Bispo Clementino dos Santos morreu aos 95 anos, em 14 de junho de 2008, vítima de uma infecção generalizada. Ele estava internado na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras. Mas sua obra, vive.  Sua última passagem na Marquês de Sapucaí, palco onde consagrou-se para o mundo, como voz oficial da Mangueira, foi no ano de 2006.

Jamelão nasceu em São Cristóvão e recebeu o apelido em uma gafieira, chamada de Jardim do Méier, quando começou a cantar.

Através do compositor Gradim, Jamelão chegou à Mangueira, conviveu com Carlos Cachaça e Cartola, porém, nunca aceitou ser chamado de puxador pois, segundo ele, puxador era quem puxava saco, fumo ou qualquer outra coisa. O mestre, sempre disse que era cantor.

Dono de uma voz grave, personalidade forte e de poucas palavras, mesmo com os mais íntimos, Jamelão cantou pela Mangueira por muitos anos. De chapéu Panamá na cabeça e elásticos nas mãos, o cantor fez fama no Brasil como o maior intérprete de samba-enredo de todos os tempos.

A cantora Alcione, que conviveu de perto com Jamelão, definiu, na ocasião de sua partida, Jamelão como o maior mangueirense de todos os tempos.

“Um grande mangueirense porque, vou te dizer, ele foi o maior mangueirense que nós conhecemos. Todas as festividades que ele fosse, seja Salgueiro ou Portela, ele ia de verde e rosa. Tinha aquele temperamento que nós compreendíamos. Foi uma pessoa boa, que trabalhou e ganhou o dinheiro dele com honestidade. Era acima de tudo um cidadão brasileiro. Temos orgulho de ter conhecido e cantado com esse homem. Deixou uma história muito bonita dentro samba. E foi um dos maiores intérpretes de música romântica também”.

Neste ano, de onde quer que esteja, viu sua Mangueira cantar sua vida e obra, ao lado de outros dois baluartes, Cartola e Delegado.

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