Quem viu a Viradouro chorar, viu a vermelho e branco sorrir neste domingo (3), na Marquês de Sapucaí, quando foi a segunda a se apresentar no Grupo Especial. De volta à elite, a agremiação mostrou que está longe de ser aquela escola que sobe e briga para não cair. Em um desfile muito bom tecnicamente, que reuniu os famosos efeitos do carnavalesco Paulo Barros, a Viradouro pode sonhar com as primeiras posições na Quarta-feira de Cinzas.
Com o enredo “Viraviradouro”, sobre encantos e magias, a vermelho e branco teve todos os quesitos muito bem defendidos e ainda levantou boa parte do público, que geralmente ainda está frio no início de uma noite de desfiles. Ao final da apresentação, o carnavalesco Paulo Barros foi ovacionado pelo público.
Para a comentarista do SRzd Rachel Valença, o carnavalesco da vermelho e branco fez um dos seus melhores trabalhos nos últimos anos: “Um Carnaval claro e bonito, em que aqueles sustos típicos de seus enredos redundam em brincadeira alegre. A sensação que se tem é que Paulo está feliz, de bem consigo mesmo. Ainda que o desalinhavo do enredo incomode, um bonito Carnaval”.
Ao representar “Viraviradouro vai virar”, a comissão comandada por Alex Neoral, que reedita a dupla com Paulo Barros – ambos estavam na Vila Isabel em 2018 -, mostrou uma síntese do enredo. Baseada na teatralização, o grupo trazia o neto interagindo com a avó. Em determinado momento, ele roubava o livro de encantos e magias, o qual soltava fogo ao ser aberto pelo menino. O fato arrancou aplausos do público.
A segunda parte trazia elementos alegóricos que cercavam a avó e, após efeito de gelo seco, a transformavam em uma bruxa. O truque voltava a se realizar no final da coreografia, quando príncipes viravam sapos. Os recursos complexos funcionaram e o grupo vai para apuração com bastante confiança da nota máxima.
Para o comentarista do SRzd, Márcio Moura, o quesito da Viradouro foi bem defendido e abriu o desfile da escola com pé direito: “Alex Neoral absorveu maravilhosamente a estética de Paulo Barros em comissões de frente. Trouxe uma comissão cheia de truques que agradou muito a plateia. Uma forte rajada de fumaça transformava príncipes em sapos! A cereja do bolo era Suzy Brasil, uma das mais importantes artistas performáticas do RJ, que interpretou a avó”.
“O amor está aqui” foi o tema da fantasia de Julinho e Rute, e o casal fez jus ao significado da roupa. Com sorrisos, simpatia e carinho na cumplicidade, o veterano casal, que volta ao Grupo Especial, mostrou porque é um dos grandes da história do Carnaval carioca.
A belíssima roupa branca contribuiu para a beleza da apresentação da dupla, que também foi aplaudida pelo público do Sambódromo. Para a comentarista do SRzd no quesito, Eliane Santos Souza, o casal da Viradouro teve desempenho exemplar na Avenida.
“Novamente, o mestre-sala Julinho, em sua exuberância de dançarino veterano, escreveu suas “letras” com maestria e conduziu a dança da porta-bandeira, manuseando com perfeição e habilidade o bastão! A divina Rute Alves, pés plantados no chão, com segurança e firmeza, durante o “patinete”, encadeando seus movimentos realizou o “abano” com giros horário e contra horário com perfeita coordenação e sintonia com o mestre-sala. O bailado do mestre-sala e da porta-bandeira apresentado pelo casal da Viradouro, com elegância, sutileza e bom gosto, estava preservado. Podemos observar um casal maravilhoso deslizando na passarela.”
Um trabalho primoroso de Paulo Barros, um dos seus melhores nos últimos anos. Repletas de efeitos, as alegorias conseguiram unir a boa estética, o acabamento correto e o uso da tecnologia a seu favor. O único porém se deu em frente ao primeiro módulo de jurados, quando o carro 3, “A Bela e a Fera”, chegou apagado em frente à cabine, mas acendeu antes de sair de frente dos julgadores. As arquibancadas reagiram positivamente a todos os carros alegóricos. As formas e cores também funcionaram. Também vale destacar a boa leitura.
Dentre os pontos que mais chamaram atenção, estão: o abre-alas, “Histórias e mistérios sem fim”, que trazia livros em movimentos e chuva de papel picado; o carro 4, “Holandês voador, que um homem rodava a alegoria pendurado em uma corda; e o carro 5, “Motoqueiro fantasma”, que apostou numa encenação de mortos vivos em um cemitério e ainda contou com um motoqueiro que descia pilotando da alegoria para a pista.
Outro ponto de destaque do desfile da Viradouro foi o conjunto elaborado por Paulo Barros, que contribuiu para a construção de um visual que, além de belo, conseguiu passar o que o enredo propôs. O trabalho envolveu alternativas luxuosas que não deixaram os figurinos pesados. A maquiagem, em mais da metade dos componentes, também funcionou e trouxe mais realidade ao desfile.
Para o comentarista do SRzd no quesito, Wallace Safra, o conjunto de fantasias foi excelente:
“A escola mergulhou no mundo mágico com seres, divindades e deuses poderosos, construindo um recomeço das cinzas. Com uma plástica perfeita, a agremiação de Niterói surpreendeu com fantasias bem desenvolvidas e bem realizadas. Bons acabamentos foram a marca da escola, apresentando amplitude em suas construções e visíveis tipos de materiais, além de uma grande diversidade de perucas e cabeças muito bem desenvolvidas. As maquiagens artísticas também marcaram presença de uma maneira predominante e rica, somando ainda mais em caracterização. Destaque para as fantasias das composições no quarto carro, bem realizadas e que juntamente a interpretação dos componentes prendeu a atenção do público, belíssimo trabalho”.
Aliado ao belo trabalho plástico, “Viraviradouro” foi bem desenvolvido e se mostrou de forma clara na Sapucaí. O universo de encantos e magias foi transportado para a pista e envolveu, por completo, o público presente no Sambódromo. Para o comentarista do SRzd no quesito, Hélio Rainho, o enredo da Viradouro, junto do trabalho de Paulo Barros, arrebatou a Avenida.
“Paulo Barros é um autêntico contador de histórias. Sua paixão pelo lúdico e pelo fantástico aparece em todos os seus trabalhos, e potencializa-se em enredos como este, onde o carnavalesco mais uma vez deu um show na narrativa e esbanjou originalidade na concepção. A marca autoral de um grande artista! Com a virtude de estar perfeitamente integrado à alma da escola.”
O samba da Viradouro pode não figurar entre os melhores do ano, mas garantiu uma passagem segura e empolgante da escola, mérito também de Zé Paulo Sierra, sempre um ‘monstro’ na interpretação. O destaque ficou para a letra e melodia do refrão principal, que tocava na emoção dos componentes.
O comentarista do SRzd no quesito, Rômulo Ramos, elogiou a composição que deu vida a “Viraviradouro” e o trabalho do carro de som na sustentação da obra na Avenida: “Um samba de enredo que foi cantado inclusive pelas performáticas composições dos carros, o que aconteceu porque a voz guia sustentou a obra dentro do ritmo dado pela bateria”.
Vestidos de “Mago Merlin”, os ritmistas comandados por Ciça, que retornou à vermelho em branco para o Carnaval 2019, passaram com a característica mais marcante do mestre: conseguir a comunicação com o público. A Sapucaí correspondeu nas bossas realizadas na parte final e refrão do samba e contribuiu para uma passagem empolgante da escola.
Para o comentarista do SRzd no quesito, Bruno Moraes, a bateria da Viradouro teve bom desempenho na Avenida: “A bateria da Viradouro levantou a Sapucaí, principalmente na bossa do tamborim, onde mestre Ciça, que além do show de ritmo, fez um show pirotécnico. Com o ritmo mais acelerado, a bateria lembrou os últimas anos do Ciça na escola”.
Um show de canto da comunidade de Niterói. O que era visto nos ensaios se confirmou na pista. As alas entoaram o samba-enredo, com destaque para os três últimos setores, que passaram tão empolgados que conseguiam fazer o público presente nas frisas cantar junto da escola.
O comentarista do SRzd no quesito, Rômulo Ramos, elogiou o trabalho da equipe da vermelho e branco: “Essa Diretoria de Harmonia da Viradouro tem o tempo de cada passo dado nessa pista de dança, tornando fácil o seu trabalho, conseguindo trazer a escola na mão desde a concentração, o que faz com que a agremiação cante e se mantenha compacta”.
Sem buracos, compacta e empolgada, a comunidade da Viradouro passou brincando, evoluindo e sambando pela Marquês de Sapucaí. A agremiação manteve o mesmo ritmo de desfile e não precisou correr. Vale também destacar a comunicação que várias alas conseguiram manter com o público das frisas.
Para o comentarista do SRzd no quesito, Rômulo Ramos, a evolução da Viradouro se deu de forma correta e coesa na passarela do samba: “Quando a direção de Harmonia tem a escola na mão, realizando os ensaios de quadra e também de rua, consegue executar a evolução sem que a agremiação deixe de cantar e dançar evoluindo”.
Ex-BBB 24 desabafa na web: 'Até pra ser preto precisa de diploma'. Thalyta faz desabafo sobre não ser convidada para…
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, realiza neste sábado (18), a partir das 17h, um evento…
Bastidores: Na tarde desta sexta-feira (17), os apresentadores Marcão do Povo e Márcia Dantas protagonizaram um climão ao vivo durante…
Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que somos a Faculdade do Samba. Essa emblemática frase,…
Vaza áudio de Sheila Mello e Scheila Carvalho sobre relação entre elas A empresária Sheila Mello, ex-bailarina do grupo É…
Qual tema mais te agradou entre os 12 do Grupo Especial do Rio? Carnaval. Na última quarta-feira (15) a Unidos…