Amor ao pavilhão! Com 45 anos de Beija-Flor, Neguinho dispensa salário: ‘Gratidão vale mais que dinheiro’

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Na semana em que se comemora o Dia do Cantor, o SRzd conversou com uma das maiores vozes do Carnaval e da música popular brasileira: Neguinho da Beija-Flor. O intérprete, há 45 anos na azul e branca de Nilópolis, revelou o segredo do sucesso e declarou seu amor à agremiação que abriu as portas e projetou o sambista para o mundo.

“A minha fidelidade à Beija-Flor é gratidão. Eu sou grato a tudo que a Beija-Flor me proporcionou”, afirmou.

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Rejeitado na ala de compositores de várias agremiações na década de 70, o cantor só foi aceito em Nilópolis. De cara, emplacou o samba-enredo “Sonhar com rei da leão”, de 1976. O sucesso da composição fez Neguinho ser convidado para ser intérprete do desfile que se tornaria um divisor de águas em sua história e na história da Deusa da Passarela.

De lá pra cá, foram 45 carnavais. Todos na Beija-Flor. Não há um campeonato da escola no grupo principal que não tenha sido embalado pela voz marcante e pelo grito de guerra “Olha a Beija-Flor aí, gente!”.

Neguinho da Beija-Flor em desfile da agremiação de 2019. Foto: Leandro Milton/SRzd

Aos 72 anos, Neguinho não pretende tão cedo parar de cantar. Ele, que venceu um câncer no intestino em 2009, disse que o segredo da longevidade é gostar do que fazer e se cuidar para estar sempre apto a mostrar seu trabalho.

“Me dedico plenamente. Há quem não acredite, mas eu faço aula de canto até hoje. Também faço fono, não tomo gelado, não bebo, não fumo, não uso drogas, durmo cedo. Isso tudo em prol do que eu gosto de fazer, que é compor e cantar.”

a gratidão pelo que a Beija-Flor me proporcionou não cabe remuneração

O reconhecimento na Beija-Flor levou Neguinho a ganhar o mundo. Antes da pandemia, o cantor, anualmente, levava seus sucessos como “Ângela” e o “O Campeão” em turnê pela Europa. A gratidão do intérprete pela azul e branca é tanta que Neguinho dispensa salário para cantar na escola. Pagamento, pra ele, é amor ao pavilhão.

“Eu sou talvez o único intérprete que cantou esse tempo todo ser ser remunerado, e não faço questão de remuneração, porque a gratidão pelo que a Beija-Flor me proporcionou não cabe remuneração. Se eu tiver que receber pelo que eu faço na Beija-Flor, eu nunca iria receber. Por vontade minha mesmo. A gratidão vale muito mais do que dinheiro”, confessou.

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda
Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda

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