Em 2023 a Portela completa 100 anos de existência. E no decorrer deste século, a escola contou com uma figura importantíssima para sua história. Há 77 anos, Iranette Ferreira Barcellos, ou simplesmente Tia Surica, atual presidente de honra da agremiação, marca presença na azul e branca.
A trajetória de Tia Surica, de 81 anos, começou ainda criança na Portela. “Fui levada pelos meus pais, aos 4 anos, ainda na época que o samba era marginalizado“, relembrou ela em entrevista concedida à cantora Teresa Cristina, na série Nossa, do portal UOL.
“Tinha mais união, era mais uma família. Quando eu comecei na Praça XI, eram 30 a 40 ritmistas, as baianas vinham pelas laterais, 10 de um lado e 10 do outro. As alegorias eram tudo uns caixotinhos. O samba cresceu muito, desenvolveu muito, e acho que perdeu um pouco da sua identidade“, disse ela quando questionada sobre as lembranças que tem da escola de quando ainda era criança.
Ao longo destas quase oito décadas, a sambista foi da ala de baianas e também do time de puxadores de samba. Atualmente, integra a velha guarda, além de ostentar o título de matriarca na maior campeã do Carnaval carioca.
Tia Surica revelou ainda que considera o campeonato de 1966 um dos momentos mais marcantes: “O ano em que puxei o samba Memórias de um sargento de milícias. É difícil, sem rima e muito grande. O Paulão (produtor musical) queria colocar no meu CD, eu fui contra. Ia acabar o CD e a gente não termina de cantar“, brinca.
Ainda durante a entrevista, foi questionada sobre a relação de rivalidade entre Portela e Império Serrano, ambas escolas de Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. “Agora não, mas já foi. (…) Vinha o bloco de sujo, aí vinha a Portela e o Império, e ali o coro comia. Teve um Carnaval que o Natal (um dos primeiros diretores da escola) colocou um caixão na porta do Império“, conta.
Um costume que a matriarca da azul e branca mantém todo ano é o de assistir os desfiles na ‘curvinha’ do setor 1 da Sapucaí. “Eu gosto pra ver os erros“, brinca ela que afirma ainda que Carnaval se ganha na Avenida. “O barracão pode estar maravilhoso, fantasia maravilhosa, mas Carnaval se perde é na Avenida. Às vezes quebra um carro, desmancha uma fantasia. Para ganhar, tem que estar perfeito“.
Ela finaliza contando que, mesmo depois de tantos anos, a emoção para desfilar ainda é a mesma. “A emoção é grande. Dizem que quem desfila não vê a escola perfeita. Eu sinto. Pela reação da arquibancada, você vê quando a tua escola faz um bom desfile. Quando eu começo a escutar a bateria e o pessoal aplaudindo, a emoção é muito grande. Eu choro e tudo“.
No próximo ano a agremiação de Madureira apresenta na Marquês de Sapucaí o enredo em homenagem ao seu centenário. Em 2022, a azul e branca levou para a Avenida o enredo Igi Osé Baobá e conquistou a quinta posição.
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