Oito agremiações se apresentaram na primeira noite de desfiles do Grupo de Acesso 1. O espetáculo foi bastante equilibrado e a variedade temática dos enredos explorou a fundo a diversidade cultural de nosso país. Veja a seguir como foram dos desfiles!
Serpente de Ouro
O GRESV Serpente de Ouro abriu a noite com Manequinho Lopes, sua relação com a natureza e o paisagismo urbano. O samba potente coroou o desfile muito bem contado plasticamente através de fantasias criativas, coloridas e alegorias bem executadas. Destaque para a Velha Guarda de “Formigas”, as Baianas de “Aranhas “, o Abre- Alas e a alegoria “Ypy Ra Ouera – Eis o Parque do Ibirapuera. Eis o Viveiro. Eis a Terra Cabocla no Coração Paulista”, que encantaram e contribuíram para a efetividade da narrativa do enredo.
Franco da Rocha
A segunda escola a desfilar trouxe para a avenida virtual uma saudação ao samba paulistano. A agremiação apresentou leveza em seus traços para compor o desfile, em suas cores, formas e riqueza de detalhes. A harmonia cromática e o equilíbrio nos efeitos especiais foram bem dosados e consideráveis para visualizar a qualidade do trabalho desenvolvido pela escola. Vale ressaltar o equilíbrio na representação dos diferentes cordões paulistanos, que têm em suas particularidades características e cores diversas.
Acadêmicos de Madureira
A Acadêmicos de Madureira apresentou “A história de uma princesa com olhos presenteados por Iemanjá”. Foi possível identificar no desfile o respeito às matrizes culturais afro-brasileiras, cabendo destaque para a Ala 2 – Ouro, que representou o metal nobre de maneira leve e equilibrada, muito embora, esse minério tenha elevada densidade. A escola fez um bom desfile, levando em consideração o contexto de seu enredo e o trabalho construído em suas alegorias e fantasias. Odoyá!
Samambaia Guerreira
A Samambaia Guerreira reviveu o ícone televisivo dos domingos, da maioria da população brasileira, Fausto Silva. A escola soube representar, artisticamente, a irreverência desse personagem tão presente na memória da maioria das casas brasileiras. Levou em consideração os jargões do apresentador, como, por exemplo, “Ohhh louco meu!..”. A escola trouxe inúmeros efeitos e, principalmente, o trabalho digital bem executado para apresentar seu brilhantismo visual na avenida.
Império da Carlota
O enredo “Castro Alves – O poeta da abolição” foi bem desenvolvido pelo Império da Carlota. As alegorias foram realçadas pelos efeitos de luz, com destaque para o segundo carro, “Espumas Flutuantes”. A bateria também trouxe efeitos luminosos nos chapéus dos ritmistas. No conjunto de fantasias, destacaram-se as alas do último setor. Os estandartes e bandeiras deram volume aos figurinos ao mesmo tempo em que resgataram a memória dos antigos carnavais. O desfile apresentou um ritmo crescente de emoção, encerrando com a alegoria em referência à Praça Castro Alves, a praça do povo, palco de manifestações políticas e culturais em Salvador.
Belas Artes
Tem ouro! Tem prata! Que tesouro apresentou a ACCESV Belas Artes! A escola nos presenteou com a lenda do pirata inglês Zulmiro, que viveu em Curitiba, e evoluiu com muita alegria na avenida virtual. A comissão de frente homenageou a Imperatriz Leopoldinense e abriu o desfile com muita emoção. Elementos do universo temático da pirataria, lendas, seres das águas e mistérios oceânicos se misturaram aos encantos de Curitiba em fantasias e alegorias bem desenvolvidas plasticamente. Destaque para o primeiro casal de Mestre Sala e Porta Bandeira e o belo degradê nas fantasias, o eficiente contraste cromático entre setores, a leveza da ala 8 que fazia referência aos animais aquáticos, a ala de passistas e o opulento abre-alas. O desfile encerrou com um convite a uma expedição à Ilha da Trindade. A Velha Guarda foi apresentada como o verdadeiro tesouro da agremiação.
Imperiais de Madureira
O grito da águia ecoou no canto da floresta para anunciar a Imperiais de Madureira, que apresentou um dos maiores contingentes da noite. O ponto alto do desfile foram as fantasias: o carnavalesco apresentou excelentes soluções plásticas e cromáticas para os figurinos. A ala 5 fazia referência ao Boitatá, personagem mitológico de nosso folclore, com uma proposta bastante original, que transformava todos os componentes em uma grande serpente. A segunda alegoria se destacou pelo trabalho cromático e pela escultura central, palimpsesto imagético da Pietá. A religiosidade do norte do país esteve presente no terceiro tripé. O desfile foi encerrado com as práticas e representações culturais amazônicas; na última alegoria, desfilaram os bois de Parintins.
Folguedo Caipira
A Folguedo Caipira trouxe a saga do boi para a Passarela Virtual. O abre-alas impressionou não só pelas escolhas cromáticas, pertinentes à temática pretendida, mas principalmente por opor as pinturas pré-históricas à modernidade das formas das esculturas e demais elementos significantes na alegoria. Uma verdadeira obra de arte! A ousadia na produção da imagem carnavalesca também caracterizou as fantasias das primeiras alas e se manteve até o tripé 1. A partir de então, a agremiação optou por um desfile mais tradicional. Teria sido o grande destaque da noite caso mantivesse a proposta estética da primeira parte e conciliado modernidade e tradição ao longo do desfile. Ainda assim, fechou a noite em grande estilo.
No domingo, outras dez agremiações completam a disputa no Grupo de Acesso 1 do Carnaval Virtual.
Até breve!
Texto elaborado coletivamente pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos de Carnavais e Festas – NEsCaFe (@necf.ufrj):
Leo Jesus – Doutor em Artes Visuais (EBA/UFRJ). Mestre em Historia del Drama (UAH). Cenógrafo e Figurinista.
Sílvia Trotta – Especialista em Figurino e Carnaval (UVA). Historiadora (UFRJ).
Wádson Pereira Rocha – Doutorando em Artes Visuais (EBA/UFRJ). Mestre em Artes (UFU). Artista visual.
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