Análises dos ensaios técnicos: Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira

Mangueira faz ensaio na Sapucaí. Foto: Jonathan Maciel/SRzd

Mangueira faz ensaio na Sapucaí. Foto: Jonathan Maciel/SRzd

A segunda noite de ensaios técnicos do Grupo Especial foi marcada por muita chuva na Marquês de Sapucaí. Três escolas de samba se apresentaram. A primeira a treinar foi a Paraíso do Tuiuti, com o enredo Ka ríba tí ÿe – Que nossos caminhos de abram, do carnavalesco Paulo Barros. Em seguida, foi a vez da Unidos de Vila Isabel apresentar uma prévia do seu desfile. A escola de Noel leva para a Avenida o tema Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho, do carnavalesco Edson Pereira. A Mangueira foi a última escola da noite a ensaiar e tem como enredo “Angenor, José e Laurindo” do carnavalesco Leandro Vieira.

Os comentaristas do SRzd Bruno Moraes e Eliane Santos de Souza acompanharam os ensaios e pontuaram o que mais chamou a atenção em cada escola. Veja abaixo:

Paraíso do Tuiuti

BRUNO MORAES, BATERIA: Mestre Marcão e sua bateria deram um verdadeiro show, mesmo debaixo de muita chuva. Animação dos ritmistas, bossas e ritmo muito firme levantaram a Sapucaí.

ELIANE SANTOS DE SOUZA, CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Parabéns ao casal, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, pela postura altiva e desenvoltura com as quais se apresentou sob chuva torrencial e vento forte. Emocionante! Pode ser observado o entrosamento do par, que, bailando, apresentou a integração dos movimentos coordenados. Houve sintonia! Com seu estilo potente de evoluir, o mestre-sala realizou o cruzado, com beija-flor; meneios e requebros com destreza e segurança, no chão molhado. O meio sapateado foi apresentado com deslocamento em direção à dama, a quem ofereceu apoio para que ela pudesse realizar o aviãozinho e o balanço. A carrapeta que Raphael exibiu foi a base para abrir espaço para a dama dançar! Muito lindo de assistir o bailado do casal!

Vila Isabel

BRUNO MORAES, BATERIA: Bateria da Vila Isabel sendo Vila Isabel. Taróis e caixas dando o molho com a terceira mais centrada, criando uma sensação de swing e ritmo com qualidade impressionante. Realmente uma bela apresentação da Swingueira de Noel.

ELIANE SANTOS DE SOUZA, CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Apresentação exuberante do casal, numa performance moderna, todavia com os movimentos obrigatórios preservados. Excelente postura do par que revelou majestade e graciosidade. O estilo de Marcinho Siqueira, marcante e potente, permitiu a observação de seus movimentos com nitidez; destaco a realização da carrapeta, na qual, ele, olhando para Cristiane Caldas e para o pavilhão, executou com maestria, variados passos rápidos e miúdos, piruetas diversas, emendando este movimento ao meio sapateado, sem deslocamento, seguido do voleio, durante o qual eleva a perna, numa releitura do movimento, sem a “falsa queda”. A apresentação da bandeira aconteceu com vigor, mas com movimentos harmônicos, deixando evidenciada a integração e sintonia do par. Foi uma alegria assistir à performance do casal!

Mangueira

BRUNO MORAES, BATERIA: Muito boa apresentação da bateria de Mangueira. A chuva voltou a apertar quando a bateria entrou na pista, mas mesmo assim a bateria segurou o bom andamento.

ELIANE SANTOS DE SOUZA, CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Um bailado clássico foi apresentado com perfeito entrosamento do par, revelando uma grande sintonia. Os movimentos obrigatórios de cada um foram realizados em sequência harmônica e natural, sendo bem coordenados. Matheus Oliverio executou com destreza  cruzado com beija-flor, fazendo uma roda completa, exibindo uma pirueta e desfazendo este movimento, coordenando-o com a carrapeta, quando, sem se deslocar no espaço, olha para Squel Jorgea e para o pavilhão e exibe passos miúdos e rápidos, piruetas diversas e releituras de passos e gestos de outros dançarinos mangueirenses. O meio sapateado, com parada brusca típica deste movimento, serviu de deixa para, na pegada de mão, ofertar apoio à dançarina realizar o aviãozinho. O bailado foi realizado sob chuva intensa. Momento tenso aconteceu quando durante o abano ocorreu uma quebra do movimento da dançarina, pois a franja da bandeira prendeu na ponteira do mastro e esta se enrolou. Todavia, este fato não tirou a altivez do par, que diante da adversidade, contou com o estilo gentil do mestre-sala, que aguardou a porta-bandeira baixar o pavilhão, desprende-lo da ponteira e, faceira, dar continuidade à sua performance, rearmonizando a movimentação junto com seu par. Uma desenvoltura verde-rosa!

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