Fiel da balança: Pesquisa em SP indica eleição polarizada; PT X bolsonarismo

As eleições de 2002 ainda estão distantes, mas o clima de campanha já é protagonista nos bastidores e no comportamento dos atores políticos do país.

Nesta sexta-feira (18), nova pesquisa sobre a corrida presidencial foi divulgada pelo Instituto Ipespe, patrocinada pela XP Investimentos. Além de medir a intenção de voto ao Palácio do Planalto, o levantamento testou também para onde está caminhando o eleitorado paulista.

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Dono do maior colégio eleitoral do Brasil, com mais de 33 milhões de cidadãos aptos para participar do pleito deste ano, São Paulo é considerado o fiel da balança, historicamente, nas eleições. Não só pela quantidade de votos, mas também por sua repercussão diante dos demais estados.

O vencedor, em âmbito nacional, precisa, necessariamente, de um bom desempenho no estado para poder ser competitivo. Desde a redemocratização e a chegada da primeira eleição direta após o fim da Ditadura Militar (1964 – 1985), em 1989, o eleito para governar de Brasília, ou venceu em São Paulo, ou esteve acima dos 25%, já no primeiro turno.

1989:

Fernando Collor (PRN) – 38,9%
Lula (PT) – 17,9%

1994:

FHC (PSDB) – 55,7%
Lula (PT) – 27%

1998:

FHC (PSDB) – 59,8%
Lula (PT) – 28,8%

2002:

Lula (PT) – 46,1%
Serra (PSDB) – 28,5%

2006:

Alckmin (PSDB) – 54,2%
Lula (PT) – 36,7%

2010:

Serra (PSDB) – 40,6%
Dilma (PT) – 37,3%

2014:

Aécio (PSDB) – 44,2%
Dilma (PT) – 25,8%

2018:

Bolsonaro (PSL) – 53%
Haddad (PT) – 16,4%

Na sondagem desta sexta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em primeiro lugar no estado, considerado um cinturão contrário ao petismo, onde a sigla sempre teve forte concorrência do PSDB, do malufismo, do quercismo e da chamada oligarquia paulista. O resultado de hoje, segundo lideranças ouvidas pela reportagem do SRzd, anima a militância e os dirigentes do partido.

Lula (PT) – 34%
Jair Bolsonaro (PL) – 26%
Sergio Moro (Podemos) – 11%
Ciro Gomes (PDT) – 7%
João Doria (PSDB) – 5%
André Janones (Avante) – 1%
Simone Tebet (MDB) – 1%
Luiz Felipe d’Avila (Novo) – 1%
Rodrigo Pacheco (PSD) – não somou menções para atingir 1%

Brancos e nulos – 11%
Indecisos – 2%

Se na capital o PT já emplacou três vitórias para comandar a principal cidade do país, com Luíza Erundina (1988), Marta Suplicy (2000) e Fernando Haddad (2012), é no interior que as resistências ao PT são mais notadas.

As principais regiões do estado são consideradas de perfil mais conservador, o que justificaria, em parte, a insistência de Lula para ter Geraldo Alckmin, campeão de votos nestas cidades, na composição de sua chapa presidencial.

Além disso, tirar o ex-tucano da disputa paulista abriria ainda mais espaço para fortalecer a candidatura do PT e levar o partido ao comando do Palácio dos Bandeirantes, algo que nunca aconteceu.

Para o governo do estado, quando os entrevistados pelo Ipespe são informados que o pré-candidato do PT, Haddad,  tem o apoio de Lula, ele aparece na liderança, com folga.

Neste cenário de polarização, desde os anos oitenta que o PT trava contra a direita, o PSDB foi, por mais tempo, seu principal adversário. Agora, se vê diante do bolsonarismo como seu maior antagonista, tanto no campo nacional, quanto em São Paulo.

No mesmo movimento que acontece com Haddad, quando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que deve concorrer representando o ideário do atual governo Federal, é colocado como o candidato de Bolsonaro, seus índices se aproximam de um terço dos votos.

Haddad (PT) – 38%
Tarcísio de Freitas (PL) – 25%
Rodrigo Garcia (PSDB) – 10%

Brancos e nulos – 23%
Indecisos – 4%

O levantamento divulgado nesta sexta-feira foi resultado de 1.000 entrevistas, representativas do eleitorado do estado de São Paulo, feitas entre 14 e 16 de fevereiro. A pesquisa está registrada nos sistemas do TSE sob o código BR-08006/2022. O nível de confiança é de 95,45% e a margem de erro é estimada em 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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