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Ação. É o que temos reiteradamente cobrado aos condutores das políticas monetária e fiscal. Felizmente o que pudemos constatar nesta semana foi totalmente ao encontro do nosso pleito e mostrou agentes econômicos comprometidos com a recuperação do país.

É claro que nossas cobranças não eram infundadas. O indicador de inflação (IPCA) guia para as decisões sobre os rumos dos juros básicos da economia já demonstrara perda de força há alguns resultados e, portanto, vinha abrindo de forma acelerada o espaço para quedas mais fortes da Selic.

Vale destacar ainda que o IPCA encerrou o ano dentro da banda em torno da meta (4,5%), ou seja, bem abaixo das projeções mais otimistas há apenas alguns meses, fato este que não aconteceu apenas por um motivo específico.

Em 2015 enfrentamos um ano que colocou luz a todas irresponsabilidades dos anos anteriores tanto na atividade econômica quanto nos preços administrados. As quedas significativas e em grande grau inesperadas no comércio e serviços, dado que a indústria já estava sofrendo nos períodos anteriores, começaram a travar os negócios mas ainda sem impactos significativos sobre os preços que vinham sendo pressionados por reajustes represados derivados da irresponsabilidade da gestão sobre eles. No ano passado, com o forte agravamento da desaceleração econômica aliado à descompressão dos preços administrados, não esquecendo da ajuda por conta da redução dos preços dos alimentos, pudemos observar redução significativa da média dos preços fazendo com que os dois dígitos ficassem de vez no passado. O IPCA saiu de um patamar próxima a 11% para um nível pouco acima de 6% e com tendência de queda.
Diante de tantos motivadores não cabia outra decisão para o Comitê de Política Monetária (Copom) senão surpreender o mercado e aumentar o ritmo de queda da taxa Selic em um percentual não esperado (0,75), mudando claramente a sua postura em relação às reuniões anteriores.

O movimento foi bastante positivo, pois além de reduzir o custo do crédito, melhorou às expectativas para investidores e consumidores. Iniciar o ano neste ritmo foi excelente, pois pode ajudar a alavancar o resultado das vendas do comércio nos próximos meses, termômetro do sentimento da população em relação à economia. Vale destacar que a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC do IBGE) surpreendeu positivamente no mês de novembro. O percentual (2%) em relação ao mês imediatamente anterior ficou acima do teto das expectativas. Apensar de poder representar um resultado pontual, dá indícios de que existe um potencial de crescimento.

Diante deste cenário, podemos dizer que a queda nas taxas de juros precisa continuar desta forma mais intensa, sobretudo para ter impactos significativos na ponta, fato este que ainda não consigo enxergar. Talvez com esta atitude inteligente do Banco Central do Brasil (BCB), bancos privados e públicos se sensibilizem e façam sua parte. O trabalho conjunto ajudará a todos, inclusive os gestores da área fiscal cujos números serão favorecidos pelos menores encargos o que ajudará e muito o país diante do grande desafio que o Governo irá enfrentar com a renegociação com os estados, cujas diretrizes estão sendo desenhadas com cuidado e responsabilidade que merecem.

Podemos dizer, portanto, que o momento é outro. A nova abertura da janela será aproveitada. A resiliência é a palavra de ordem. Sei que fomos e estamos sendo espremidos. Garanto, porém, que o pior já passou. O gosto amargo que ainda sentiremos nos próximos meses reflete a volta do nosso paladar. Nem isso estávamos sentindo. Não tínhamos tempo tamanho era o desespero. Vamos aguardar com a força, confiança e fé que existe em cada um de nós, pois melhores dias com certeza virão.

*João Gomes é economista formado pela PUC Rio e Mestre pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Foi Superintendente de Economia e Inteligência de Negócio do Senac Rio. Atualmente atua como Assessor Especial de Estudos Econômicos na Secretaria de Fazenda do Estado do Rio.

João Gomes*

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