PSL rebate Bolsonaro e pede auditoria nas contas da campanha presidencial

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução de Internet

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução de Internet

Após o presidente Jair Bolsonaro e 21 parlamentares terem pedido ao PSL acesso às contas do partido para auditoria, o comando da legenda decidiu reagir. A ala majoritária da sigla – que não encampou apoio ao capitão da reserva – informou que contratará uma auditoria externa para averiguar as contas de campanha do próprio
Bolsonaro.

O contra-ataque do PSL à defesa de Bolsonaro, segundo disse um parlamentar da sigla ao jornalista Gerson Camarotti, do G1, pode deixar “as vísceras do partido expostas”. Segundo Daniela Lima, do jornal “Folha de S. Paulo”, a ideia da auditoria externa para investigar as contas do presidente da República tem como objetivo
provocar um “debate ético”.

A atitude de Bolsonaro e dos parlamentares ao pedirem acesso às contas do PSL vem logo após o episódio em que o chefe do Executivo disse a um de seus apoiadores para “esquecer o partido” e que o presidente da legenda, Luciano Bivar, estava “queimado pra caramba”.

Como resposta, o presidente do PSL disse nesta quarta-feira (9) que Bolsonaro já estava “afastado” da sigla. “Não disse para esquecer o partido? Está esquecido”, afirmou.

Bivar fez declarações em entrevista para a jornalista Andréia Sadi, do G1, ao ser questionado se Bolsonaro deixará a legenda. “A fala dele foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido”, disse Luciano Bivar dizendo não saber o que se passa na cabeça de Bolsonaro, reforçando que busca “paz” e que a saída dele da sigla não “vai alterar nada”.

Os apoiadores de Bolsonaro argumentam que o acompanhamento das despesas deve ser feito já que o PSL deve receber 10 vezes mais recursos do que recebia anteriormente devido a eleição de 54 deputados federais. “Calha a responsabilidade de rigoroso acompanhamento das despesas do partido não somente pela justiça eleitoral, como também por todos aqueles que tenham legitimidade e interesse na manutenção da moralidade e, assim, transparência na arrecadação e gastos desses recursos públicos e privados, eventualmente aportado aos partidos por particulares”, diz o texto.

Ao lado de Bolsonaro estão seus dois filhos filiados à legenda, Eduardo (deputado federal, SP) e Flávio (senador, PSL), e outros 19 deputados federais, os mesmos que assinaram nota na quarta-feira em apoio às críticas que o presidente da República fez ao partido. No total, a legenda possui 53 deputados federais e 3 senadores – os rebeldes representam cerca de um terço disso.

O objetivo desse grupo de deputados ao pedir auditoria nas contas do PSL é tentar encontrar irregularidades que possam servir de argumento jurídico para eles deixarem a legenda sem perder o mandato.

Crise no partido

O PSL é alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal que apuram suspeitas de “candidaturas-laranjas”, de fachada, em Minas Gerais e em Pernambuco. Informações reveladas recentemente dão conta de que a investigação indicava um esquema de caixa 2 para a campanha presidencial de Jair Bolsonaro, o que só agravou a crise interna da legenda.

O presidente do PSL, Luciano Bivar, negou que a distribuição do fundo partidário seja a causa da tensão com o grupo de Jair Bolsonaro e disse que solicitou uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para dizer que o PSL estará “sempre com os ministros”.

Em 20 anos de carreira política, o presidente Jair Bolsonaro já passou por oito partidos políticos: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.

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