Por que meio milhão de mortes?

Como já era projetado por grande parte das categorias de médicos e cientistas, o Brasil ultrapassou a trágica marca de 500 mil mortos por Covid-19, neste sábado (19).

O Conass, Conselho Nacional de Secretários de Saúde, divulgou, às 18h, os números atualizados da pandemia do novo coronavírus no país:

+ veja os números totais da pandemia:

Casos confirmados (últimas 24h): 82.288
Mortes (últimas 24h): 2.301

Casos confirmados: 17.883.750
Mortes: 500.800

Com esses dados o Brasil segue como a segunda nação do mundo com a maior incidência de óbitos pela doença, ficando apenas atrás dos Estados Unidos:

+ ranking com os cinco países com maior índice de mortalidade:

Desde o início a ausência de um comitê que pudesse coordenar e centralizar as ações de combate ao vírus, era um prenúncio de que a pandemia global atingiria de forma bastante agressiva o Brasil.

O governo Federal, de forma implícita, admite as falhas na condução da gestão da doença, uma vez que, dentro deste período, trocou o comando do Ministério da Saúde por três vezes. O avanço dos casos e das mortes, provocou um racha entre o poder Central e os estados e municípios, que passaram a atuar de forma independente diante do caos que foi se instalando em todas as cinco regiões.

Além das disputas no campo político opondo, de um lado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seus ministros e aliados, e do outro, a maioria dos governadores e gestores municipais, houve também uma ampla controvérsia sobre as questões médicas em torno da Covid.

Enquanto alguns defenderam e seguem defendendo um tratamento precoce ou preventivo, outros estão na direção contrária. Lockdown, distanciamento social e uso de máscaras, ainda estão presentes nas discussões sobre a melhor forma de encarar o vírus e suas variantes. Além disso, um importante fator que contribui para os índices alarmantes da maior crise sanitária da história é o já combalido sistema de Saúde brasileiro, que se viu sufocado com uma demanda nunca antes vista.

O símbolo maior do caos instalado nos hospitais aconteceu no início deste ano, em Manaus, capital do Amazonas, com a falta de oxigênio para pacientes internados, causando comoção e mobilização, inclusive, da classe artística para enfrentar o quadro dramático instalado no seio do maior estado, em território, da federação.

Depois, vieram as polêmicas em torno da vacinação, desde a negociação de contratos, até as origens e eficácia de cada uma delas. Esse componente ajudou a desencadear uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal, que trabalha para apurar ações e possíveis omissões do governo Federal no enfrentamento da pandemia e abarcou também os repasses da União para os demais entes federativos.

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

Até a publicação desta reportagem, o presidente da República não havia se pronunciado sobre a marca registrada neste sábado. Há pouco, foi ao Twitter para comentar o caso Lázaro, um assassino em série que está foragido no estado de Goiás:

Como sempre em lados opostos, governadores se pronunciaram, através da mesma rede social, diante da morte de meio milhão de cidadãos que, além de perder a vida, deixaram outros tantos milhões de familiares e amigos:

+ veja como anda a vacinação no Brasil:

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