Live bomba de ex faz web resgatar afirmação de Valdemar sobre inocência de Lula no Mensalão

Na noite da última sexta-feira (18), Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, fez acusações graves, durante live no Instagram, contra o ex-marido e o clã Bolsonaro.

Ela diz, por exemplo, que a primeira-dama Michelle Bolsonaro teria sido “peguete” de Valdemar e que ele teria acobertado “evasão de divisa e sonegação dos Bolsonaros”.

Mais na frente afirma que Costa Neto tem “o rabo sujo” e ironiza o fato dele quer ingressar com pedido de anulação das eleições presidencias deste ano. Cita ainda casos envolvendo o “porto de Santos, aeroportos e tráfico de drogas”, ao ameaçar entregar provas que supostamente tem do que disse na gravação. A live no Instagram foi feita enquanto Maria Christina dirigia na cidade de Miami (assista abaixo):

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Pelas redes sociais, a live caiu como uma bomba e viralizou obtendo milhares de interações. Numa delas, apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resgataram vídeo onde Valdemar afirma que o petista não tinha conhecimento dos casos de compra de votos, denunciados no primeiro governo Lula (assista ao vídeo com a entrevista de Costa Neto em 2023 sobre Lula e o Mensalão):

O Mensalão foi um escândalo de compra de votos que ganhou publicidade em 2005. O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado Federal Roberto Jefferson, em entrevista que deu ressonância nacional ao escândalo, é uma variante da palavra mensalidade, usada para se referir a uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo.

Embora o termo já fosse conhecido por outras razões, segundo o deputado, o termo era comum nos bastidores da política, entre os parlamentares, para designar essa prática ilegal. Jefferson acusou o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de ser o mentor do esquema.

O escândalo estourou em 6 de junho de 2005, quando Jefferson disse ao jornal Folha de S.Paulo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados 30 mil reais por mês para votar pela aprovação de projetos de interesse do partido na Câmara dos Deputados do Brasil.

Os fundos supostamente vieram dos orçamentos de publicidade das empresas estatais, canalizados através de uma agência de publicidade de propriedade de Marcos Valério.

O PL, atual partido de Jair Bolsonaro, teve três condenados pelo Supremo Tribunal Federal em 2013; o próprio Valdemar Costa Neto (presidente do PL na época do escândalo), o deputado Bispo Rodrigues (6 anos e 3 meses de prisão) e o tesoureiro Jacinto Lamas.

Costa Neto renunciou no mesmo ano para não perder o mandato, assim como Bispo Rodrigues Bispo, que renunciou por ter sido flagrado transportando R$ 150 mil sacados na agência do Banco Rural em Brasília. Em 2013, Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de prisão, pelo STF, na Ação Penal 470, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo o Supremo, o deputado teria recebido R$ 8,8 milhões para que o PL votasse a favor de matérias do interesse do governo Federal. Ao todo, Valdemar e o PL teriam recebido R$ 10,8 milhões das empresas de Valério. Além da prisão, o ex-deputado foi condenado a pagar 450 dias-multa, o equivalente a R$ 1,08 milhão. Em 2013, ele foi preso no Complexo Penitenciário da Papuda.

Na época das investigações, Maria Christina afirmou em audiência na Câmara dos Deputados detalhes do envolvido de Costa Neto no esquema e o vídeo, após a live da última sexta-feira, também voltou a viralizar.