Editorial da Folha critica duramente Bolsonaro, Lira e Forças Armadas

Jair Bolsonaro. Foto: RecordTV/Reprodução

Jair Bolsonaro. Foto: RecordTV/Reprodução

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer acusações sobre a segurança e a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores na última segunda-feira (18), o jornal Folha de S. Paulo publicou um editorial com duras críticas ao atual chefe de Estado.

Sem sucesso ao tentar comprovar fraude nas eleições passadas, a Folha começa dizendo que sua “segunda linha de fogo é a de conturbar a vida cívica nacional, o que não dispensa a incitações de arruaças e sublevações.”


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Em outra parte do texto, o periódico aponta a cumplicidade de “Organizações de Estado que construíram reputação de profissionalismo ao longo das últimas décadas” e cita as Forças Armadas e o Itamaraty argumentando que ambos “se atolam na lama da marcha autoritária” e “se metem em conspiratas contra as urnas eletrônicas”.

O editorial ainda menciona o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) e afirma que ele “calou-se como tem se calado sobre os pedidos de impeachment acumulados em sua gaveta. Cúmplice de um chefe de governo que na opinião desta Folha há muito perdeu as condições de permanecer no cargo, acomoda-se ao casamento de interesses com o Planalto, que lhe transfere o controle das manivelas da execução do Orçamento”.

A Folha critica ainda a omissão de Lira e do Congresso Nacional em relação aos ataques do presidente e a define como um jogo perigoso; “Abona o chamamento a rebeliões fascistoides em caso de derrota eleitoral. Flerta com as baionetas a que o tirano gostaria de recorrer na primeira oportunidade. A representação sucumbe ante as rebeliões; o Parlamento morre sob as baionetas. Da comunidade política, portanto, precisa partir a reação contra a escalada subversiva do presidente da República. Todos os líderes partidários devem uma manifestação urgente de apreço inequívoco pelas regras básicas da democracia”.

O jornal conclui o texto com a esperança de que o Brasil supere o governo bolsonarista e as mentiras disparadas contra o sistema eleitoral no país. “A votação ocorrerá pela urna eletrônica, os resultados serão obedecidos, os eleitos tomarão posse nas datas previstas e os derrotados insatisfeitos terão a via única do recurso judicial para manifestar suas queixas. A violência e o tumulto não serão admitidos”.

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