Miranda chora, cita Barros e CPI pede proteção aos irmãos em sessão marcada por tumulto e agressões

CPI do Senado. Foto: Reprodução do YouTube

Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e o deputado Federal pelo Distrito Federal, Luis Miranda (DEM), foram os convidados da CPI da Covid-19 no Senado Federal desta sexta-feira (25).

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

A sessão, uma das mais aguardadas desde o início dos trabalhos da CPI, foi marcada por muita discussão, palavrões e agressões verbais e ameaça de agressão física.

+ Onyx ironiza irmãos Miranda: ‘O Diabo é o pai da mentira’

+ Vídeo: Deputado Luis Miranda e senador Marcos do Val quase se agridem em intervalo da CPI

Os irmãos Miranda se tornaram o centro da discussão política no país após denunciarem supostas irregularidades no contrato de compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde e pressão para aprovação do documento.

+ principal momento da reunião veio no fim:

Miranda contou, após muitas horas de insistência por parte dos senadores, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou nominalmente o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP), ao ouvir suas denúncias.

A conversa aconteceu, pessoalmente, em 20 de março, no Palácio da Alvorada, de acordo com o parlamentar e já confirmada por Bolsonaro.

“O presidente entendeu a gravidade. Olhando nos meus olhos, ele falou: ‘Isso é grave’. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome para mim, dizendo: ‘Isso é coisa de fulano’. E falou: ‘Vou acionar o Diretor-Geral da Polícia Federal, porque, de fato, Luis, isso é muito grave. Ele diz: ‘isso é coisa do fulano, mais uma vez’. E dá um tapa na mesa”, relatou Miranda.

A esperada resposta veio após questionamento da senadora Simone Tebet (MDB):

“Eu sei o que vai acontecer comigo. A senhora também sabe que é o Ricardo Barros que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros, que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros”, repetiu.

Através das redes sociais, Barros escreveu que não participou de negociações sobre a compra da Covaxin e que não tem relação com “esses fatos”.

De acordo com Luis Ricardo Miranda, houve também, além das supostas irregularidades, pressão para liberação da Covaxin, vinda de:

+ Alex Lial Marinho, na época coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde;
+ Roberto Ferreira Lima, diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde;
+ Marcelo Bento Pires, diretor de Programa do Ministério da Saúde.

+ o que diz o governo Bolsonaro:

Em uma transmissão ao vivo em uma rede social, na quinta-feira, Bolsonaro confirmou ter se reunido com Luis Miranda, mas acrescentou que o parlamentar não relatou a ele suspeitas de corrupção envolvendo as negociações da Covaxin.

Também na quinta, no entanto, um grupo de senadores aliados ao governo e integrantes da CPI disse que, após ter sido informado das suspeitas, Bolsonaro acionou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Um dia antes, na quarta, o ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, disse que o governo iria pedir a investigação dos irmãos Miranda.

Durante a sessão, senadores governistas buscaram desqualificar Miranda por ações atribuídas a ele antes de entrar na política, quando foi eleito, em 2018.

Em 2005, Miranda abriu a rede de clínicas estéticas FitCorpus, que declarou falência em 2013. A empresa foi alvo de pelo menos 26 ações de franqueados, sócios, pacientes e funcionários. Em um deles, teve 30% de seu salário como deputado penhorado para pagar uma dívida. Em 2019, uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, revelou que ele foi acusado de aplicar golpes milionários em negócios em que oferecia sociedade e venda de cursos online. O deputado nega as acusações.

No momento mais tenso em que Miranda foi alvo da ala bolsonarista na Comissão, o senador Jorginho Mello (PL) chamou o parlamentar de picareta.

+ Luis Ricardo detalha pressões:

Segundo Luis Ricardo foram constatadas irregularidades e cobranças indevidas na proposta enviada, com “erros primários”, que travaram o processo. A cúpula da CPI suspeita que uma empresa de fachada foi indicada para receber parte do recurso da negociação.

O servidor disse que, no dia 19 de março, Marcelo Bento Pires enviou uma mensagem, às 23h, te seguinte teor:

“Meu amigo, estamos com muitos brasileiros morrendo. Precisamos fazer tudo para ajudar. O representante da empresa veio agora à noite falar com o Elcio [Franco, ex-secretário executivo da pasta] para agilizar a LI [licença de importação] para encaminhar as vacinas esta semana, quatro milhões”.

Na sequência, encaminhou o contato de um coordenador da Secretaria de Vigilância em Saúde e de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa usada como intermediária na venda da Bharat Biotech ao país. A Precisa é investigada pelo Ministério Público.

Sobre Alex Lial e Roberto Ferreira, superiores diretos do servidor, informou que recebia ligações perguntando “se acionou a empresa”, “se já conseguiu a documentação”, “se já foi protocolado na Anvisa”.

+ denúncias aconteceram no mesmo período da saída de Pazuello:

De acordo com o deputado Luis Miranda, ele fez o alerta a Pazuello durante viagem para acompanharem a chegada de vacinas ao país. O relato teria acontecido um dia após a conversa com Bolsonaro, em 21 de março. Pazuello foi formalmente exonerado dois dias depois:

“Ele me olhou com uma cara de descontentamento e falou assim: ‘Luis, no duro, mas nessa semana, é certeza, eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, mas, exatamente por eu não compactuar com determinadas situações, é que eu vou ser exonerado. Aí, ele falou assim: ‘No final do ano, não quis dar o pixulé para o pessoal. O cara, olhando no meu olho, botou o dedo da minha cara e falou assim: Eu vou te tirar dessa cadeira'” teria dito Pazuello.

Ao fim, já quase próximo das 23h, a sessão foi encerrada, após Miranda chorar, ao dizer temer pela sua segurança. Foi pedido pela Comissão, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progresssistas) e à Polícia Federal, para que seja garantida a proteção policial aos convidados.

+ veja como foi a sessão da CPI na íntegra:

+ Motorista de Chorão relembra momento em que encontrou o corpo do cantor

+ Tragédia e premonição: mulher mandou mensagem sobre acidente antes de morrer em SP

+ Ratinho fica em 1º no SBT; veja os números de 24 de junho

+ Miami: 159 estão desaparecidos após queda de prédio; pai e filho brasileiro também

+ Exportação de ovos bate recorde e tem alta de 143,4%

+ Andressa Urach diz que mulher não tem autoridade sobre o próprio corpo

+ Ex-presidente José Sarney é internado, faz exames e é liberado

+ 17º dia: cronologia mostra como anda o caso Lázaro

+ Lula: ‘Passei 8 anos trabalhando para vir moleque me chamar de ladrão?’

+ Ex-ministro Salles entrega passaporte

+ Brasil supera marca de 511 mil mortos por Covid-19

+ EUA: policial que matou Floyd é condenado por homicídio

+ Dólar e Euro sobem e Bolsa cai; veja a cotação de 25 de junho

+ Pai do prefeito Eduardo Paes morre no Rio

+ Filho de Simone, da dupla com Simaria, invade live e diz: ‘Vou denunciar o Bolsonaro’; assista

+ Ipec: Bolsonaro é o mais rejeitado pelos eleitores

+ Vídeo: Deputado Luis Miranda e senador Marcos do Val quase se agridem em intervalo da CPI

+ Aneel: conta de luz segue mais cara em julho

+ Helicóptero de presidente da Colômbia é alvo de tiros

+ Onyx ironiza irmãos Miranda: ‘O Diabo é o pai da mentira’

+ Sonia Lima narra dia em que ícone da MPB mostrou partes íntimas para jurados; assista

+ Paola Carosella emociona ao receber vacina; assista

Comentários

 




    gl