Categories: BrasilCheryl BernoColunasRio de Janeiro

Os moradores não aguentam mais o barulho e querem as calçadas de volta

Os moradores não aguentam mais o barulho e não há fiscalização que dê jeito. Em todos os lugares do Brasil os cidadãos reclamam do barulho de bares, restaurantes, quiosques e outros estabelecimentos que tomaram conta das calçadas públicas impedindo a circulação segura dos pedestres, muitos cadeirantes, e propagando algazarras que impedem o trabalho e o descanso tranquilo de quem mora em áreas residenciais nas quais é permitido também atividades econômicas.

Mesmo que na maioria das vezes o alvará traga a mensagem de que é vedada a perturbação do sossego da vizinhança, não adianta reclamar no 1746, que a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, divulga como sendo a solução para todos os males, mas não resolve nada, não passa de mera burocracia para inglês ver.

Os eleitores estão cansados de reclamar nestes serviços de atendimento e de não serem atendidos. Você liga, registra a reclamação e não adianta nada. Com o amplo acesso a equipamentos que propagam o som, é preciso garantir efetivamente que o barulho de um não prejudique a todos os demais. Não tem como ficar calado diante da balburdia que se instalou nas cidades, da tomada das calçadas públicas que deveriam servir de proteção para os pedestres. Os bens são púbicos e deveriam servir a maioria da população e não a um outro estabelecimento privado.

A Organização Mundial de Saúde já listou os males em consequência de noites mal dormidas e de barulhos excessivos, no entanto, nada sensibiliza os donos dos bares, botecos, obras e outros estabelecimentos do barulho, que infernizam a população dia e noite com ruídos bem acima dos 55 decibéis permitidos.

Entre muitas leis falhas e permissivas e uma fiscalização ineficiente, estão os moradores, a maioria, que não consegue mais trabalhar e nem dormir à noite. É preciso que as autoridades públicas façam alguma coisa pela maioria da população que quer tranquilidade. Tem que ter horário para fazer obra, para boteco abrir e fechar e qualquer tipo de som deve ocorrer dentro dos estabelecimentos, com proteção acústica, porque ninguém é obrigado a ouvir o barulho dos outros, nem o vídeo que você ouve no seu celular sem fone.

E não adianta o jogo de “empurra-empurra” que se vê, dos vereadores colocando a culpa nas fiscalizações e dos fiscais colocando a culpa nas leis porque o direito ao sossego deve ser garantido por todos os envolvidos. Não interessa ao cidadão quem fez a lei permissa da desordem, que corrijam e façam outras que atendam a maioria da população que quer silêncio. E as fiscalizações que peçam ao Prefeito, que tem relações muito próximas com os vereadores que mudem as leis.

É obrigação dos prefeitos integrarem estas fiscalizações e as tornarem efetivas. Não adianta ligar para o 1746 da prefeitura do Rio, por exemplo, e dizerem que a sua reclamação para fazerem cessar o barulho excessivo será atendida daqui a 7 dias porque você quer dormir ainda naquela noite; não adianta você ligar para tirarem o carro estacionado irregularmente na frente da sua garagem e dizerem que vão atender até 4 horas porque você precisa tirar o carro naquele momento. Barulho pode matar e o direito ao sossego é garantido por lei, precisamos que as autoridades escutem a população em geral.

Precisamos de leis e fiscalizações melhores. Não é o cidadão que tem que encaixar a sua reclamação em um determinado assunto, mas a prefeitura que tem que dar um jeito de atender. Os órgãos públicos precisam se integrar, falar entre si. Não é possível que não possam conversar em plena era da conversão instantânea por “zap” e outros dispositivos eletrônicos. É preciso modernizar o atendimento público, tornando-o simples e eficiente.

Nas principais ruas da cidade do Rio de Janeiro não se tem um guarda de trânsito sequer para colocar ordem. Que se outorgue poderes a todas as polícias, guardas, fiscais, queremos “todos presentes” em defesa dos nossos direitos e pagamos muitos impostos para  isso. O atendimento púbico aos cidadãos deve mudar e precisa ser eficiente porque se as autoridades não fizerem cessar o barulho ouvirão muito ainda, dos eleitores, nas urnas e em protestos, porque pelo visto o caminho da paz é mesmo de quem grita mais alto. Ouviu?

 

Cheryl Berno

Recent Posts

  • Televisão

Ex-diretor da Globo conta que pediu demissão por medo de morrer

Ex-diretor da Globo conta que pediu demissão por medo de morrer. Pedro Vasconcelos contou que tomou decisão após ver outros…

12 horas ago
  • Brasil

Morte de Ayrton Senna completa 30 anos; veja trailer de série da Netflix

Morte de Ayrton Senna completa 30 anos; veja trailer de série da Netflix. A Netflix divulgou nesta terça-feira (30) o…

13 horas ago
  • Carnaval

Clube do Samba comemora 45 anos com ‘A Grande Roda’

Samba. Diogo Nogueira, Xande de Pilares, roda de samba com Didu Nogueira e convidados são algumas das atrações do aniversário…

14 horas ago
  • Música

Fafá de Belém e Joelma criticam ausência de artistas do Norte no Rock in Rio

Música. As cantoras Fafá de Belém e Joelma usaram as suas contas no Instagram nesta terça-feira (30) para protestar pela…

15 horas ago
  • Carnaval/SP

Mocidade Alegre explica parceria com Jorge Silveira em convite para explanação

Bicampeã do Grupo Especial de São Paulo, a Mocidade Alegre, que lançou no último final de semana o enredo para…

16 horas ago
  • Música

Esposa do cantor Anderson Leonardo faz desabafo emocionante na web

Esposa do cantor Anderson Leonardo faz desabafo emocionante na web Bastidores. Paula Cardoso, esposa do cantor Anderson Leonardo, vocalista do…

16 horas ago