Categories: Brasil

Operação contra bingos inclui Ronnie Lessa e apreensão de mais de R$ 1,5 milhão

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou nesta terça-feira (10) a Operação Calígula, para reprimir as ações da organização criminosa que tem à frente um bicheiro e seu filho e é integrada por dezenas de outros criminosos, incluindo o policial militar reformado Ronnie Lessa, denunciado como executor do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 março de 2018

Agentes da Força Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para o caso Marielle e Anderson e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) estão nas ruas para cumprir 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, inclusive em quatro bingos comandados pelo grupo.

Segundo o MPRJ, um total de 30 pessoas são alvos de denúncia pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As denúncias apresentadas pelo MPRJ indicam que o contraventor e o filho dele comandam uma estrutura criminosa organizada, ligada à exploração de jogos de azar que se estende a diversos estados além do Rio de Janeiro, locais onde há décadas exerce o domínio.

O balanço mais recente dos resultados da operação confirmou onze prisões, além da apreensão de oito aparelhos de celular, um notebook, um HD e um pen drive. Uma quantia de R$ 1,7 milhão também foi encontrada na casa da ex-delegada da Polícia Civil Adriana Belém. Desse total, R$ 1,2 milhão estavam guardados em sacos de grifes de luxo, e outros R$ 500 mil escondidos em uma mala.

De acordo com os promotores de Justiça, a ação do grupo se baseia em dois pilares. “A habitual e permanente corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos, sendo esta organização criminosa suspeita da prática de inúmeros homicídios”, apontou.

No entendimento dos promotores de Justiça, a organização tem acertos de corrupção estáveis com agentes públicos integrantes de diversas esferas do Estado, principalmente ligados à Segurança Pública. Entre eles, agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

“Nesta esfera, integrantes da organização, membros da PCERJ [Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro], mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo”, indicou.

Já na Polícia Militar, oficiais da corporação “serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de apostas do grupo”.

O MPRJ citou um dos episódios de atuação desses integrantes, quando um delegado de Polícia intermediou encontro entre Ronnie Lessa, uma delegada e um inspetor.

Segundo os promotores, o encontro resultou em acordo que permitiu a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa, tendo o pagamento da propina sido providenciado pelo bicheiro.

Ainda com base nas investigações, um policial civil aposentado foi denunciado como integrante do grupo e como alguém que recebia propinas. Ele seria a ligação do grupo com diversas delegacias. O policial aposentado agiria em favor de integrantes do alto escalão da Polícia Civil.

Para o MPRJ, a parceria entre o bicheiro e Ronnie Lessa para a prática de ações criminosas apontada nas denúncias é antiga e há elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009. À época, Ronnie aparecia como um dos seguranças do contraventor. O PM reformado perdeu uma perna em atentado à bomba que explodiu no seu carro em outubro de 2009.

Em 2018, os dois denunciados se reaproximaram e abriram uma casa de apostas na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. As investigações apontam que há elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na mesma região da cidade.

Os promotores concluíram ainda que o bingo financiado pelo bicheiro e administrado por Ronnie, o filho do contraventor e outros comparsas, foi fechado pela Polícia Militar no dia da inauguração, mas depois de “ajustes de corrupção com policiais civis e militares, a mesma casa foi reaberta, e as máquinas apreendidas foram liberadas”.

* Com informações da Agência Brasil

Redação SRzd

Share
Published by
Redação SRzd
Tags: Bingodestaque-4Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroOperação CalígulaPolícia Militar do Rio de JaneiroRonnie Lessa

Recent Posts

  • Carnaval/RJ

Quitéria Chagas será coroada Rainha de Bateria do Império Serrano

Rio. A modelo e atriz Quitéria Chagas retornará ao posto de Rainha de Bateria do Império Serrano para o Carnaval…

1 hora ago
  • Entretenimento
  • Televisão

A Grande Conquista 2: Donos da Mansão discutem indicação para Zona de Risco

Berlinda. Vem aí mais uma Zona de Risco em A Grande Conquista 2, reality da RecordTV. Os donos da Mansão,…

1 hora ago
  • São Paulo

Depoimento de jovem que matou a família em SP causa espanto até na polícia

Crime bárbaro. Um adolescente de 16 anos foi apreendido na madrugada de segunda-feira (20) após confessar à polícia um triplo…

1 hora ago
  • Famosos

Que tombo foi esse? Câmera de segurança flagra capote de Jojo Todynho

Que tombo foi esse? Câmera de segurança flagra capote de Jojo Todynho. A própria cantora compartilhou o momento nas redes…

2 horas ago
  • Entretenimento

Atriz trans, intérprete da Buba em Renascer, desabafa após mostrar bastidores

A novela Renascer exibiu nesta segunda-feira (20), cenas fortes da personagem Buba, interpretada por Gabriela Medeiros, em que a jovem…

2 horas ago
  • Carnaval/SP

Vice-presidente da Gaviões fala de nova gestão e relação entre torcida e Carnaval

Após ficar na quarta colocação em 2024, a Gaviões da Fiel anunciou, no último sábado (18), durante evento organizado pela…

3 horas ago