No apagar da luzes, Mourão vai pela 1ª vez a Portugal e ressignifica catarse

Vice-presidente Hamilton Mourão. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Vice-presidente Hamilton Mourão. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Catarse (do grego κάθαρσις, kátharsis, “purificação”, derivado de καϑαίρω, “purificar”) é uma palavra utilizada em diversos contextos, como a tragédia.

Significa “purificação”, “evacuação” ou “purgação”. Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma.

O termo foi usado pelo atual vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão (Republicanos), em Portugal, onde esteve pela primeira vez desde a eleição de 2018 e onde Jair Bolsonaro (PL) nunca foi durante o mandato que está se encerrando.

Mourão ressaltou que a viagem ao território luso, iniciada na segunda-feira (21), foi acertada com o chefe de governo e ocorre “no apagar das luzes” da atual administração. Lá voltou a falar sobre a polêmica em torno da passagem da faixa para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Na minha visão, o presidente deveria passar a faixa porque é uma questão de presidente para presidente. Independente do processo, independente de gostar ou não da pessoa. É uma questão institucional. Eu não sou o presidente. Se por acaso o presidente renunciasse ao cargo e eu me tornasse presidente, eu teria essa responsabilidade (entregar a faixa presidencial ao presidente eleito). Mas eu não tenho essa responsabilidade. Então, eu não posso, se por acaso o presidente Bolsonaro não for, vestir aquela faixa, retirá-la e entregá-la ao presidente Lula que é o eleito”, afirmou Mourão, à Agência Lusa.

Sobre os atos antidemocráticos que pedem intervenção militar no Brasil, Mourão ressignificou, como fez durante os quatro anos em suas ida e vindas opiniões diante do radicalismo.


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“Essas pessoas não estão na rua de forma desordeira, estão num processo de, vamos dizer assim, numa catarse coletiva, não é, eu posso colocar dessa forma, no sentido de aceitar algo que eles consideram que não foi correto. E o tempo é o senhor da razão. Em primeiro lugar, as manifestações não são golpistas. Isso foi uma coisa que vocês da imprensa estão colocando. Isso é uma manifestação de gente no Brasil, é uma questão interna nossa, que não se conformou com o processo, que considera que o processo é viciado. O que eu considero, muito claramente, é que o árbitro desse jogo, o Tribunal Eleitoral, ele foi parcial ao longo desse jogo. Isso é que eu considero. Eu, da minha parte, vejo que nós precisamos ter que dar mais transparência nesse processo. Não basta, pura e simplesmente, respostas lacónicas do nosso Tribunal Superior Eleitoral, no sentido de contestar eventuais, vamos dizer assim, denúncias ou argumentações sobre o processo e nós teremos que evoluir nisso aí”, argumentou, sem apresentar provas contra o sistema eleitoral vigente.

Mourão chegou a Portugal três dias após a passagem de Lula pelo país. Recém-eleito para o cargo de presidente da República, o petista foi recebido com honras de chefe de Estado. O general foi eleito, na votação de primeiro turno, não contestada pelo bolsonarismo, senador do Rio Grande do Sul.

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